Lok já estava meio embriagado, quando o homem insistiu:
— Vamos, eu levo-o até ela, Isla irá fazê-lo feliz. — falou enquanto tomava a terceira caneca.
Lok virou a sua caneca de uma só vez, disposto a seguir o homem.
— Se eu fosse o senhor, não iria até à bruxa Isla. — aconselhou o taberneiro.
— Não se meta nessa conversa! A doce Isla não é uma bruxa. — zangou-se o ancião.
Lok ficou curioso:
— Então falamos de uma bruxa velha?– questionou.
— Dizem que o último homem que se deitou com ela, morreu durante o ato, em decorrência das bruxarias dela. Nenhum homem jamais teve coragem de se aproximar. Dizem que quem a olha nos olhos fica enfeitiçado.
Ao ouvir isso, Lok se engasgou com a cerveja. A imaginação dessa cena o fez rir, o homem morreu feliz. Felicidade... era isso que ele precisava.
– A bruxa Isla frequentou a Taberna por um tempo , mas espantou os clientes, então eu a proibi de aparecer por aqui.– falou o taberneiro. – Nenhum homem nessa vida quer morrer dessa forma. Isso não tem nada de prazeroso.
— Eu quero conhecer essa bruxa. Talvez ela possa ser aceitável para aplacar o meu desejo. — Lok já estava bem embriagado.
Jogando algumas moedas para o taberneiro, virou-se para o ancião:
— Me leve até essa bruxa.
— Ela não é uma bruxa! — indignou-se o velho.
– Que seja! – Lok pôs fim a discussão.
Quando saiu da taberna, Lok pôde ver algumas estrelas despontando no céu claro e a noite começava a tomar conta de tudo. Encaminhou-se até o estábulo e pegou o seu cavalo, jogou uma moeda para o menino. Saiu a puxar o animal pela rédea, seguido o velho.
— Venha, senhor. É logo depois daquelas árvores. — O velho apontou as árvores.– Não será uma longa caminhada.
— Sou Lok. Qual é o seu nome?
— Archie... significa verdadeiro. — falou com a voz enrolada.
— Archie... vamos até à bruxa...
Quando falou, percebeu que o homem parou de andar.
— Ela não é bruxa! Não fale isso jamais! Isla finge que não se importa, mas isso a entristece. A minha doce Davina sabe.
Lok parou de caminhar para observar o seu novo amigo. Estava entorpecido pelo álcool, mas não estava de todo embriagado. Os seus instintos diziam ter algo estranho ali, aquele homem defendia uma bruxa e pelo visto, sua esposa também. Talvez fosse uma armadilha... mas não seria problema , ele era bem treinado e precisava da atenção de uma mulher.
– Vamos! A casa de Isla fica logo após aquela curva, próximo da minha casa.
Os dois homens continuaram a caminhar, Lok puxando o seu cavalo pelas rédeas, andando ao lado de Archie que estava sem o seu cavalo.
— Já pensei em mudar-me para o vilarejo e ficar mais próximo dos outros moradores, mas nossa Isla precisa de companhia.
— Ela é sua filha?
— Não. Ela é filha de ninguém.– falou com tristeza — As pessoas do Vilarejo a temem, e o que se tem medo, as pessoas agridem.– Archie fez uma pausa e continuou– ela tentou ganhar algumas moedas, mas não consegue. Quando descobrem a sua história, todos fogem como o diabo foge da Cruz. Eu a ajudo como posso, mas já estou velho.
— Ela deve ser muito feia, ter alguns dentes faltando, mas não me importo e certamente não irei morrer em cima dela. Será mais fácil ela morrer ao ver o que tenho para ela.
Lok gargalhou, achando graça da forma que Archie defendia a bruxa. No estado em que se encontrava, ela podia ser até careca que ele não perceberia. Apenas gostaria de voltar para casa satisfeito na tarde seguinte. Estava a muitos dias sem o consolo de uma mulher e ele precisava se satisfazer.
Andaram alguns metros por uma trilha e logo que fizemos uma curva, Lok podia ver uma fraca luz vinda de uma pequena cabana. Três cães enormes apareceram, mas ao verem Achie, abanaram os rabos e ficaram apenas sentados observando Lok de longe.
– Bons cachorros. – Falou o ancião acariciando a cabeça dos três. –Esse grandalhão é amigo, certo? – falou, como se os animais pudessem entender.
Ao chegarem perto da cabana, ele virou-se para Lok e explicou:
— Não andará mais que alguns passos e verá uma luz, vinda de uma pequena cabana com flores na entrada, é lá. — abaixou a cabeça envergonhado. — diga que foi Archie que lhe enviou. Não irei até lá, se a minha Davina souber que tenho algo a ver com isso, ela vai matar-me.
O velho ergueu o olhar para observar o rosto de Lok, varrendo-lhe a alma.
— Senhor Lok, eu acredito que seja um bom homem. Não a trate mal, ela já sofreu muito nessa vida. Seja paciente e carinhoso, ela não tem muita experiência.
Lok pode observar o brilho de uma lágrima nos olhos do homem. Pensou em desistir, mas a sua curiosidade era grande. Essa bruxa parecia ter o coração do velho. Seguiu a assobiar e puxando pelas rédeas o seu cavalo, que era um belo animal de guerra, o seu orgulho.
Não se importava se fosse velha, se não era usada , então estava limpa, e era isso que importava.
De repente, sentiu um baque no seu ombro, parou e olhou ao seu redor, mais outro nas suas costas. Passos rápidos sobre as folhas secas, por entre os arbustos e mais ataques. Levou a sua mão até as costas, segurando o cabo da sua espada e puxou-a, pronto para se defender dos inimigos covardes que agiam nas sombras.
Podia perceber ser ao menos três agressores. Estava com a mente meio entorpecida, mas não era problema para ele, afinal ele era um guerreiro, treinou muitos homens.
Foi quando sentiu na sua nuca uma pancada mais forte, teve a sensação de que as suas pernas não o sustentariam. A última coisa que pode ter consciência, foi que os seus joelhos dobraram e ele cravou a sua espada no chão, tentando manter a dignidade, mas foi em vão.
Antes de tocar cabeça no chão, pode ver um ser pequeno de cabelos de fogo se aproximando lentamente…
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Luisa Nascimento
Foi ficar de porre. lascou-se!😀😁
2024-12-19
0
Mari Silva
meu Deus ela uma bruxa/Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2024-11-05
0
Regiane Pimenta
hahahaha se fudeu convencido se achando o bonzao o garanhao
2024-07-24
5