Quando se preparava para sair dali, foi segura pelas mãos fortes e ela pode ver o azul profundo daqueles olhos.
– Onde estou ?
Foi o único som que saiu daquela boca, as mãos que apertavam o pulso de Isla, se afrouxaram e caíram ao longo do corpo. Ele ficou inconsciente novamente.
Isla que com um susto caiu assentada ao chão, ficou ali por um tempo, com o coração aos saltos. O som daquela voz fez o seu corpo estremecer, mas aqueles olhos... aqueles olhos reviraram a sua alma.
Saiu apressada dali e foi para junto do seu filho que já enchia o seu prato com aquele caldo de legumes que tanto odiava.
— Precisamos ter cuidado Aiden, não sabemos quem é esse homem. — falou entre uma colherada e outra.
— Lok.
— O quê?
— Eu ouvi ele é o velho Archie conversando. O nome dele é Lok. — falou o menino, com tranquilidade.
Isla olhou fixo para seu filho, não acreditando na confusão que ele os meteu.
— Não sei como iremos nos livrar desse problema. Por hora, vamos apenas dormir. Estou exausta.
Comeram em silêncio e logo em seguida foram para o pequeno quarto, onde dividiam a mesma cama. A cabana era simples, havia apenas dois quartos, um deles era pequeno, onde Isla dormia na infância, mas quando a mãe morreu e Aiden veio, ela ficou com o quarto maior para ela e o filho.
Havia uma pequena dispensa, onde o tal do Lok estava, um cômodo amplo onde tinha a mesa para as refeições e uma pequena lareira. Do lado de fora ficava o fogão onde ela cozinhava.Tudo ali era simples e precário.
Isla sempre morou com a mãe naquele local. O seu pai ela nunca conheceu e mesmo antes daquele dia trágico que mudou totalmente a sua vida, já vivia um pouco isolada do povo do Vilarejo. A sua mãe era muito severa e rígida.
Sempre teve a presença carinhosa de Davina e a presença protetora de Archie. Esse sempre a ajudava a se livrar de encrencas. As vezes ele usava da mentira e do engodo, mas sempre ajudava a "doce Isla", como ele gostava de chama-la.
A pouco mais de nove anos atrás, quando Isla tinha 18 anos, a sua mãe, que vendia o seu corpo na Taberna, chegou mais cedo naquela noite e não veio sozinha, veio com um homem robusto de cabelos de fogo e simplesmente a mandou para o quarto e aquele homem foi atrás dela.
Aquela era uma noite que Isla gostaria de esquecer. Ela gritou por sua mãe que não ajudou. O homem ergueu as suas saias e cortou as suas ceroulas com um punhal, se enfiando nela sem pedir licença. Ela não pode se defender, era franzina, ele forte e pesado. Prendeu os seus pulsos com uma das mãos para se livrar dos arranhões e, sem se importar com as lágrimas, ele entrou e saiu do seu corpo, como um animal.
Ela podia lembrar-se com exatidão do odor nojento e o cheiro de álcool que ele exalava. O jeito como sorria e praticamente babava enquanto olhava no seu rosto, assustava.
Ele urrava e quando o seu corpo estremeceu, sorriu e saiu de dentro dela, ficando em pé a sua frente com o seu membro flácido à mostra.
Encolheu-se de forma fetal, mas antes de fechar os olhos tentando entrar no quarto mãe barrando a passagem:
— Não se meta, sua velha! Isla não é mais criança, está na hora de dar-me lucro.
Isso doeu na garota, mas o pior estava por vir…
Aquele homem logo teve interesse novamente por ela e com o punhal, abriu o corpete do seu vestido.
– Pequenos, mas dá para usar. – falou, enquanto escorria um fio de saliva no canto de sua boca.
Ele jogou o seu corpo pesado sobre o dela novamente, dando-lhe a impressão de que o seu corpo se partiria ao meio. Ele colocou a sua boca nojenta em seus sei@s, mordeu, apertou, mas Isla não tinha mais lágrimas, nem forças para lutar. Apenas ficou ali, inerte esperando que tudo tivesse um fim.
Na única vez que olhou para a porta , pôde ver Davina com os olhos marejados, uma mão apertando a boca para conter o grito. Já sua mãe, essa sorria com deboche, observando toda a cena com um prazer perverso.
Não podia entender o porquê da sua mãe a odiar. Ali estava a prova de que esse ódio era maior do que a pequena Isa podia imaginar.
Quando Isla já não suportava mais aquelas mãos em seu corpo, ele puxou as pernas, abrindo-as com violência e puxando-a para a beirada da cama e ali, em pé, enfiou-se nela novamente com violência. Mas por sorte ou condenação, ele pouco ficou dentro dela. Colocando a mão no peito, desabou sobre o corpo frágil.
Isla demorou a perceber o que havia acontecido. O homem inerente sobre o seu corpo delicado e um lampejo de compreensão a fez perceber: O homem estava morto! Morreu sobre ela!
Começou a gritar enlouquecida, até que aquele peso saiu de cima do seu corpo. Tudo que ela viu era como se estivesse encoberto por uma névoa…
Pode ver Archie puxando aquele homem e jogando-o no chão, enquanto a sua mãe estava caída perto da porta, gritando que ele a havia agredido na sua própria casa.
Davina veio até ela com o rosto banhado em lágrimas e a enrolou numa manta.
— Morreu? O infeliz não pôde nem se divertir! — a sua mãe falou apenas isso e juntou as moedas do bolso do morto e saiu em direção ao Vilarejo.
Archie arrastou o homem para fora, sumiu com o corpo e os seus pertences. Davina levou o Isla para a casa dela e cuidou da menina, dando um banho e escovando os seus cabelos com carinho.
Naquela noite Davina não saiu de perto de Isla, para enxugar as suas lágrimas e acalenta-la quando necessário.
Archie bebeu uma caneca de vinho e trancou-se no quarto, deixando as duas sozinhas.
Isla não dormiu, tinha medo de fechar os seus olhos e todo aquele tormento começar novamente. Quando o sol brilhou lá fora, ela simplesmente voltou para casa e a encontrou vazia, sem a sua mãe, sem um sinal de que ela houvesse dormido ali.
Voltou para fora e sentou-se no banco que havia bem em baixo de uma árvore frondosa, enrolada na manta. Ficou ali, de olhos secos e olhar perdido, a esperar por sua mãe e das desculpas por tudo o que aconteceu.
Mas quem apareceu foi Davina, com uma caneca de chá e o seu abraço reconfortante.
— Beba querida. Isso irá aquecer-lhe e fará bem.
Com gestos automáticos, Isla bebeu tudo à espera...
Archie apareceu cabisbaixo e falou no ouvido da esposa. Mas não puderam esconder por muito tempo: a mãe de Isla estava morta! Morreu provavelmente quando tropeçou em algumas raízes expostas quando retornava do vilarejo, quebrou o pescoço.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Luisa Nascimento
O castigo anda a cavalo, e pegou essa infeliz que fez o mal para sua filha.💣💣
2024-12-19
2
Mari Silva
a mãe pagou o preço muito caro pelo mal que ela comentou com a filha /Awkward/
2024-11-05
0
Sandra Maria de Oliveira Costa
afff q tipo de mãe é essa vadia foi tarde bem feito
2024-08-07
6