Capítulo 17

...Luz Victoria Calina...

Acordei mais cedo do de costume para fazer tudo na fazenda antes das 7 horas da manhã.

Fiz o café da manhã e vejo o meu menino sentado no sofá pensativo.

— Bom dia — falei e ele correu até mim me pedindo colo.

— Mamãe — ele parecia assustado e não tendi.

— Oi meu amorzinho, está tudo bem?

— Eu tive um pesadelo, como a bruxa, ela ia me levar. — ele falou chorando.

Fiquei preocupada com o pesadelo do meu menino e o abracei com carinho, tentando acalma-lo.

— Não se preocupe, meu amor. Estou aqui com você e não deixarei que nada de ruim aconteça. E ela não está aqui no país ela tá muito longe, eu vou te deixar hoje com a Cida...

— Não mamãe eu não quero ir — ele falou chorando e já vi que seria complicado hoje.

— Meu amor, eu preciso ir trabalhar hoje — falei fazendo carinho na meu menino.

— Eu vou com você — ele falou com aquela carinha de choro e não podia dizer não mesmo sabendo que o Samuel não ia gostar nada disso.

— Está bem meu amorzinho um vou te levar — falei e me abraçou apertado.

Sinceramente não sei porque eles não deixam o meu menino comigo de vez.

Ele fungou e assentiu, ainda abraçado em mim. Fui até a cozinha e peguei um copo d'água para ele beber, buscando acalmar seus nervos enquanto preparava o café da manhã.

Enquanto comíamos, conversei com ele sobre o pesadelo e tentamos encontrar uma maneira de afastar esses medos. Expliquei que era normal ter pesadelos, mas que nós tínhamos o poder de enfrentar esse medo e transformá-lo em algo bom.

— Sabe, meu amor, todos nós temos medos e isso não é uma coisa ruim. Mas, o importante é não deixar que eles nos dominem. Podemos enfrentar nossos medos e superá-los. E se você chamar a mana sempre que tiver um pesadelo, eu estarei aqui para te proteger e te fazer sentir seguro.

Ele olhou para mim com seus olhinhos cheios de confiança e sorriu. 

Depois do café da manhã fomos tomar um banho e nos arrumar, ele não gostou muito por eu ter colocado uma calça azul marinho, com uma camisa branca e um blazer azul marinho.

Me arruma, com uma roupa bem parecida e isso fez ele rir, arrumei a mochila dele com o uniforme e uma outra bolsa com uns brinquedos.

Saímos de casa com ele mais calmo, e está já pensando como lidar com a grosseira do Samuel, afinal ele não vai gostar nada disso.

Finalmente chegou na empresa e o Luide segurou a minha mão com força.

Assim que entrei no edifício as moças da recepção já olharam para mim e logo em seguida para o meu menininho.

— Bom dia o Samuel...

— O senhor Colucci está em reunião, mas vou avisar que você está aqui, qual o seu nome?

— Luz, mas não precisa eu vou sumir espero ele com a Kelly. — falei me preparando para subir a escada.

Ele não podia ter uma sala no terreiro.

— Mamãe — o Luide falou e fui em direção da escada e vejo a Sharpei descendo.

— Senhora Colucci que bom que chegou estava perguntando por você - ela falou me abraçou.

— Eu não sabia que você vinha hoje Sharpei e nem falei meu nome aquele dia está nervosa, pode me chamar de Luz — falei e ela sorriu.

— Nós viemos ontem, mas avisaram que vocês não viriam, ainda bem que demos sorte hoje porque vamos volta para casa.

— Mas já? — perguntei e o Luide puxou minha roupa e me pediu colo.

Ele não gosta muito deste ambiente porque toda vez que era levado para o escritório era esquecido.

— Sim, temos muita coisa para fazer e quem é este menino lindo, que pergunta ele é a cara do Samuel — ela falou e não acho isso.

Mas como a minha teia de mentiras já está tão grande eu so concordo.

Eu sorri para Sharpei, embora por dentro me sentisse um pouco desconfortável com a mentira que estava sendo construída.

— Sim, ele é o Luide. Ele veio comigo hoje porque não queria ficar longe de mim.

Sharpei olhou para Luide com um olhar carinhoso e acenou para ele.

— Olá, Luide. Meu nome é Sharpei, sou uma amiga dos seus pais. Fico feliz em conhecê-lo. — ela falou com um sorriso, mas ele me abraçou com mais força. — Ele é tímido?

— O Luide?  Ele é um espoleta com certeza deve está doente — o Samuel falou me assustando e parando do meu lado. — O que foi campeão? — Ele perguntou e para a minha surpresa ele pediu para o Samuel pegar ele e o mesmo o pegou no colo.

— Eu achei que vocês tinham só uma menina — o senhor Maicon falou abraçando a esposa.

— Temos um de cada — o Samuel falou. — Foi um tiro certeiro.

Eu não estava entendendo, mas entrei na onda com ele, e vi o meu menino deitando a cabeça no ombro do Samuel, e fechar os olhos.

— Estava dizendo a Luz que achei ele a sua cara Samuel, e a menina?

— Está na escola, mas vocês conseguiram resolver tudo?

— Sim resolvemos o seu marido até nós convidou para um almoço, a senhora irá com as crianças? — ele perguntou com um sorriso.

— Acho melhor não, me perdoem, mas o Luide não está muito bem e a Ana passou mal ontem acho melhor ficar com as crianças.

— Nós entendemos, não se preocupe — ele falou e comprimento os dois.

— Eu vou te esperar na sala da Kelly, vem Luide. — mas ele nem se mexeu.

— Acho que ele dormiu — o Samuel falou.

— Fica tranquilo Samuel eu posso ir sozinho. — a Sharpei falou e comecei a sumir a escada e mal cheguei na sala da Kelly o Samuel já estava lá com o Luide e sua expressão já tinha mudado.

A sua cara estava seria demais e praticamente fervendo de raiva.

— A nossa situação só piora — ele falou e cruzei os braços.

— Está falando isso porque eu trouxe o Luide? — perguntei ficando perto dele.

— Sim, se não tinha com quem deixar era só me avisar...

— Eu não tinha como te avisar, e outra abaixar o tom, você não vai falar comigo assim e me dê o meu menino, eu vim trabalhar como tinha que fazer...

— Mas se ele tá doente o trabalho pode esperar, eu não ia ficar chateado por você está cuidando no Luide.

— Samuel, eu entendo que você esteja chateado, mas eu não tive como prever que o Luide iria querer vir comigo hoje. Ele teve um pesadelo e estava com medo de ficar longe de mim. Eu tentei explicar que ele estaria seguro com a Cida, mas ele insistiu em vir. Eu não podia deixá-lo sozinho e não tinha como te avisar com antecedência.

— Temos que ajustar muitos pontos, mas acho melhor você não trabalhar hoje, e você deveria repensar em mudar ele para estudar de manhã, assim vai facilitar...

— Como vai facilitar se você não quer que ele conheça a Aninha, eles podem não estudar na mesma escola, mas eu não posso larga ele também, então vamos tentar resolver assim até eu poder trabalhar de casa.

Ele respirou fundo.

— Tudo bem, você está certa.

Após essa conversa, o clima entre mim e Samuel ainda estava um pouco tenso, mas pelo menos ele havia entendido a situação com o Luide.

— Já que você já está aqui, acho melhor apresentar você a sua equipe se você acha que consegue trabalhar de casa tudo bem, mas eu prefiro você aqui por ser mais seguro e confiável.

— Realmente está cada vez mais nítido que você não confia em mim — falei e ele me olhou sério.

— Porque eu confiaria em você Luz, você confia em mim? — fiquei calada olhando para ele porque tem algo no olhar dele que me passa uma certa confiança e ao mesmo tempo eu vejo uma dor muito grande.

— Eu não sei quem foi que te machucou tá legal, mas eu não sou está pessoa, e você não deveria descontar em mim as suas angústias, eu não tenho culpa das suas inseguranças, eu não sou a Kassandra — falei e ele olhou para mim assustado como se tivesse tocado na ferida.

— Posso deixar o Luide no meu escritório com a Kelly? — ele perguntou mudando de assunto.

— Tudo bem — falei e fui junto com ele e arrumamos o Luide no sofá.

E saímos do escritório.

— Hoje eu preciso resolver uns problemas muito sérios, não posso de forma alguma ficar te apresentando o pessoal...

— O que aconteceu? — perguntei e ele continuou andando. — Me desculpa, esqueci que eu não sou confiável. — falei sem paciência.

— Você não vai entender, está fora da sua alçada, então só se preocupe com o seu trabalho e ser mãe, o resto eu dou conta sozinho não preciso da sua ajuda.

— Sim, claro, mas quem conseguiu o terreno com a Sharpei fui eu, então ser grosso e tentar me diminuir não funciona comigo já sou vacinada contra idiota feito você Samuel.

— Eu conheço mulheres feito você, se faz de companhia de amiga, e depois me apunhala pelas costas...

— Quando você consegue ver que eu não sou a Kassandra você me procura — falei dando do lado dele e indo e voltando para a sala dele.

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Continua...

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