...Luz Victoria ...
Eu morro de medo de altura, o que a minha avó diz não entender porque antes do acidente já tinha superado, mas hoje em dia ele voltou ainda pior.
A porta do elevador se abriu, e eu me vi em um espaço todo envidraçado, onde dava para ver tudo lá embaixo. Fiquei completamente paralisada, aquele pânico subindo dentro de mim.
E para piorar, tinha esse cara que estava sendo super rude. Ele simplesmente me algemou a alguém, como se isso fosse resolver alguma coisa. A situação toda ficou ainda mais estressante por causa disso.
— Qual é o plano? — ele indagou, sua voz carregada de expectativa.
— Calma, deixe-me pensar...— Respondi, buscando desesperadamente uma saída.
— Como assim, você não tem um plano? Você pediu para eu acreditar em você.— Sua frustração era palpável.
— Por favor, acalme-se. Estou tentando respirar — murmurei com dificuldade, minhas mãos trêmulas.
A verdade é que não tinha ideia do que estava fazendo e sinceramente não conseguia entender por que havia me algemado.
— Melhor irmos embora — ele sugeriu, e olhei para ele com seriedade.
— Você me fez subir aqui — afirmei, e ele pareceu surpreso, olhando na mesma direção que ele. Um homem nos acenou.
— Não dá mais para voltar. O que vamos fazer? — ele perguntou, e peguei a mão que estava algemada e a coloquei na minha cintura.
— Segure a minha cintura e siga em frente, mas não fique perto das janelas — instruí, e ele assentiu com a cabeça.
— Senhor Colucci, pensei que não viria.
— Tive um enorme imprevisto, mas que bom que o senhor pode esperar. Esta é... — ele hesitou, olhando para mim, e eu me senti nervosa sobre como ele me apresentaria.
— Esta é a sua esposa? — o homem loiro de cerca de quarenta anos perguntou, e olhei para ele surpresa.
— Sim, esta é minha esposa. Desculpe por tê-la trazido, mas não pude deixá-la sozinha em casa.
Ainda estava perplexa com o fato de ele ter me apresentado como sua esposa. Não compreendia qual era a dele, mas fingi aceitar aquela situação constrangedora.
— Prazer em conhecê-lo— respondi, estendendo a mão para cumprimentar o homem.
Ele apertou minha mão e sorriu de maneira cordial.
— Prazer em conhecê-la. Me chamo Maicon. Que bom finalmente conhecer a esposa do Colucci. Já faz uns cinco ou seis anos desde que nos vimos.
O homem loiro, chamado Maicon, era um dos antigos sócios do meu suposto marido, Colucci.
Enquanto conversávamos, olhei ao redor e percebi que o salão em que estávamos era enorme. As mesas não estavam muito cheias, já que era cedo para o jantar e tarde para o almoço. O lugar era incrível. O senhor Maicon tentou nos guiar para fora, onde havia uma vista espetacular da cidade. A altura me deixava ainda mais nervosa, mas me concentrei em manter o controle.
— Podemos ficar por aqui? Ela tem um medo terrível de altura, e você não faz ideia de como foi difícil convencê-la a subir. — Samuel nos guiou até uma mesa no canto, afastada das áreas abertas.
— Claro, sem problemas. Minha esposa já está subindo, precisava fazer algo no quarto — Colucci respondeu de forma amigável.
Olhei para Samuel com uma expressão confusa, e ele piscou discretamente para mim, indicando que era melhor não questionar.
Quando finalmente nos sentamos à mesa, não conseguia parar de pensar em como aquela situação era estranha. Eu não era realmente a esposa de Colucci, apenas estava me passando por ela. Mas por que ele havia me envolvido nessa história dessa forma? E por que eu tinha aceitado? E se ele acha que eu sou a esposa dele, com certeza ele é casado. Que situação eu fui me meter.
Enquanto tentava disfarçar meu desconforto, o Senhor Maicon começou a puxar assunto sobre como ele e Colucci costumavam ser muito próximos no passado. Eu fingia interesse, mas minha mente estava longe, e minha barriga estava roncando.
De repente, o Senhor Maicon levantou-se e pediu licença por um momento. Eu aproveitei a oportunidade para questionar Samuel sobre o plano.
— Por que me apresentou como sua esposa? — perguntei a ele.
— Eu não tinha muita escolha. O que eu poderia dizer? 'Olha, esta é uma estranha que nos algemou juntos pelo pulso'?
— Mas quando ele ver a sua verdadeira esposa, isso não vai dar errado.
— Eu não sou mais casado há quatro anos. Ele se lembra disso porque mandei o convite do meu casamento. Mas vamos nos concentrar, preciso fechar um acordo. Estou tentando comprar estas terras há oito anos, e agora, dois anos após a morte do sogro dele, estou tentando convencê-lo.
— Mas você não deveria negociar com a esposa dele. — Sinceramente, ele estava sendo muito antiquado.
— Eles são sócios, é melhor falar com ele...
— Não venha com essa de que as mulheres não sabem negociar.
— Não coloque palavras na minha boca. É melhor falar com ele porque ele não tem apego emocional à terra. Mas eu não esperava que ela estaria junto.
— Você não vai desistir, não é? — perguntei nos dois conversamos sem muito contato visual e disfarçando.
— Não posso. Preciso deste lugar para o meu novo projeto.
Paramos de falar quando Maicon voltou com sua esposa, uma mulher muito bonita que ostentava uma barriga de grávida e um sorriso amigável.
— Samuel, que bom vê-lo depois de tanto tempo — ela disse com um sotaque carregado.
— Nossa, Sharpei, eu não sabia que você estava grávida, e nossa, você está enorme — Samuel comentou, e olhei para ele sem acreditar no que acabara de dizer.
— Por favor, ignore-o. Ele precisa de um pouco mais de tato — falei, tentando suavizar a situação. — E você está linda.
— Tudo bem, e desculpe pela demora. Não sei se foi a viagem, mas estou muito inchada.
— Deve ter sido por causa do voo. Beba bastante água e faça massagens, isso ajuda — falei, e ela sorriu amigavelmente.
— Eu sei que o tempo é precioso, então gostaria de ir direto ao ponto. Esta é a nossa proposta — Samuel entregou uma pasta que Maicon nem sequer abriu de imediato.
— Vocês querem alguma coisa para comer? — Maicon perguntou.
— Não — Samuel respondeu.
— Sim, claro que sim, estou morrendo de fome — intervim, olhando para Samuel. Sharpei riu.
— Eu também estou. Minha primeira gravidez foi mais tranquila, mas desta vez estou sempre desconfortável.
— Quantos anos tem o seu filho mais velho? — perguntei, sorrindo para ela, já que adoro crianças.
— Tenho um menino de cinco anos. Agora, será uma menininha. Vocês têm uma menina, não é? — ela perguntou enquanto pedíamos o cardápio.
Eu não sabia o que responder, já que não tinha ideia se Samuel tinha filhos. Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele sorriu.
— Sim, uma menina linda. Ela fez cinco anos hoje — ele falou orgulhoso, mostrando uma foto no celular que eu não conseguia ver.
Mas sinceramente, eu tinha pena daquela criança com um pai tão ausente. Samuel parecia viver apenas para o trabalho.
— Ela é muito fofa, uma mistura dos dois, mas os olhos são iguais aos da mãe — Sharpei comentou enquanto olhava a foto. Sorri sem jeito, sem saber como responder.
Durante o jantar, a conversa fluiu de forma amigável. O Senhor Maicon compartilhou histórias do passado, enquanto sua esposa, Sharpei, falou sobre a gravidez e suas expectativas como mãe. Samuel parecia à vontade, rindo e interagindo com eles. Eu, por outro lado, estava apenas tentando me passar por uma esposa tranquila, evitando fazer muitas perguntas.
— Maicon, podemos falar de negócios agora?
— Se quiser me acompanhar até a sacada e deixar nossos maridos falarem sobre essas coisas chatas, você poderia me dar algumas dicas sobre como cuidar da pele? — Sharpei sugeriu, olhando para mim. Eu sabia que não podia sair enquanto ainda estávamos algemados.
— Na verdade, eu gostaria de participar da reunião. Também estou à frente do projeto" — menti, reforçando a farsa.
Sharpei parecia surpresa com minha resposta, mas logo concordou.
— Claro, vocês formam uma ótima equipe. É sempre bom ter o apoio do parceiro nos negócios, você também é uma empreendedora.
— Não, na verdade, trabalho com aromas. Sou engenheira química, mas acredito que essas terras sejam importantes para você. Acho que é importante que eu participe da reunião também — continuei, evitando olhar para Samuel.
— Maicon, por favor, veja minha proposta — Samuel finalmente falou, e Maicon abriu a pasta.
— Eu sei que você tem insistido nisso por anos com meu pai — Sharpei comentou, e Maicon começou a ler.
Ela então pediu para ler a proposta, e Samuel assumiu uma postura mais séria.
— Olha, Samuel, sua proposta é incrível, mas essas terras têm um valor sentimental. Não quero vê-las transformadas em uma fábrica — Sharpei explicou.
— Entendo seu ponto de vista, mas acredito que este projeto seja bom para a região. Além de gerar empregos e desenvolvimento, também melhorará a qualidade de vida da comunidade — Maicon tentou convencer Sharpei de que nosso projeto era benéfico. — Estamos trabalhando para tornar isso realidade da melhor maneira possível.
— Sim, vejo isso — ela disse lentamente, olhando para Samuel. Ela sorriu para ele, e eu senti que havia algo mais por trás dessa conversa.
— Então, o que acha, Maicon? — Samuel perguntou.
— Achei que a proposta é interessante, mas vamos pensar mais e conversamos em breve — Maicon respondeu.
— Olha, infelizmente, não podemos esperar mais. Entendo o valor sentimental da terra, e não querer que ela se torne uma fábrica. Eu simplesmente não faria isso com minhas terras. No entanto, o que podemos fazer é analisar o que é importante para vocês e modificar o projeto para preservar essas partes — eu sugeri, olhando para Sharpei.
— Você concorda com ela? — Sharpei perguntou, olhando para Samuel.
— Claro que sim, não é, querida? — falei, embora Samuel estivesse olhando para mim com raiva.
— Então, vamos assinar. Confio em você, senhora Colucci — Sharpei disse, sorrindo e pegando uma caneta.
Depois de assinarem, nos despedimos, e eles saíram sem nos dar a chance de agradecer.
No entanto, assim que estavam fora de vista, Samuel se transformou. Ele estava vermelho de raiva.
— Não entendo por que está com raiva. Conseguimos o terreno — falei, sorrindo.
Estava realmente contente por termos fechado o negócio. Nunca imaginei que me envolveria em algo assim.
— Mas agora teremos que mudar todo o projeto para atender às exigências deles. E se essas exigências não permitirem acessibilidade e a plantação das flores...
— Você só precisa analisar o que é importante e ver se é viável para o projeto. Não prometemos fazer tudo, apenas tentaremos se for viável. Essas terras têm um valor sentimental para eles, e se puderem mantê-las, o que há de tão ruim nisso para você? — falei, tentando acalmá-lo.
— Você deveria ter ficado calada. Eu pedi para você ficar quieta.
— Acho que você se confundiu de pessoa. Ninguém me dá ordens, muito menos você — respondi, olhando séria para ele.
Ele parecia prestes a argumentar, mas então pegou um pedaço do meu bolo, provavelmente apenas para evitar dizer algo impulsivo.
Mas quando olhei novamente, ele estava com a boca vermelha e inchada.
— Esse bolo é de quê? — ele perguntou, com falta de ar, e me aproximei dele, desabotoando sua camisa e soltando a gravata.
— Chocolate belga e castanha do Pará — respondi, abanando-o.
— Eu sou alérgico — ele disse com dificuldade. — Me ajude a respirar!
Chamei ajuda imediatamente, e logo os paramédicos chegaram. Deram-lhe uma injeção para aliviar a alergia e um inalador para melhorar sua respiração. Em poucos minutos, ele estava melhor.
— Você está bem? — perguntei quando vi que ele estava respirando mais normalmente.
— Está vendo, só depois que você entrou na minha vida quase morri — ele falou, ainda com dificuldade.
E começou a respirar com dificuldade.
— Está vendo, só depois que você entrou na minha vida — ele repetiu, com um sorriso irônico.
— Se você não tivesse roubado um pedaço do meu bolo, nada disso teria acontecido. Foi por sua intromissão que tudo isso aconteceu. Você é insuportável — falei com raiva, como ele podia ser tão irritante.
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^^^Continua....^^^
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Atualizado até capítulo 107
Comments
Edla Amorim
esse livro e a mesma coisa da série será isso amor só muda algumas coisa mais acho que a autora pegou umas parte do dessa série que por sinal e maravilhosa
2023-12-08
14
Nedelei Pagel
estou adorando essa história kkkk
2023-12-08
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Rosemeire Ramos
na série turca será isso amor
2023-12-04
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