Capítulo 17

Descodificar a mensagem de Hans nunca foi difícil, não depois dele e eu criarmos um sistema nosso. Nestes anos juntos, Hans tem me ensinado muito, não apenas na questão de espionagem, mas em defesa pessoal. Contudo, com alguns problemas em relação à inteligência russa, temos nos visto cada vez menos. Imprimi as informações e guardei no cofre. Nem me importei em lê-las. Tiraria o resto do dia para sair com Rowan. Me arrumei e desci.

 Rowan já estava me aguentando no carro, ele amava aquele carro, e sempre que podia, deixava ele dirigir. Hoje seria um destes dias. A felicidade nos olhos Jasper de Rowan era muito gratificante. Claro que não deixava ele passar de 120 km por hora, mais ainda assim, ele adorava a sensação de estar no controle daquela máquina.

Rowan estacionou em frente ao parque de diversões. Havia um bom tempo que não vínhamos em um deste, acredito que uns quatro anos. Rowan jogou a chave para mim, guardei na bolsa e entramos.

 Ainda não estava tão cheio, então aproveitamos o máximo possível dos brinquedos que Rowan mais gostava, roda-gigante, montanha-russa, trem fantasma e carrinho bate-bate. Deveríamos ter ido cinco vezes em cada um deles. Rowan era só risos, decidimos comer algo, sentamos em um dos trailers dentro do parque, pedimos cachorro quente e enquanto esperava meu celular tocou, recusei por duas vezes, até Rowan tomar de minha mão.

— Deixa de ser idiota, devolve-me. — Rapidamente ele atendeu.

— Sim... É sim, é o irmão dela… Claro, ela está no banheiro. — Franzi o nariz. — Estamos no parque... Isso.

— Não, você não tem o direito Rowan. — O repreendi avançado, mas ele correu e se desviou.

— OK! Vamos te esperar. — Desligou com um sorriso malicioso nos lábios.

— Pirralho, me dá isso. — Tomo de suas mãos, ele da de ombros.

— Então você tem alguém, interessante. — Reviro os olhos.

— Não... Quem era?

— Um homem, com a voz muito sensual. Hunnn... tá namorando.

— Eu não tenho ninguém, é só um colega. — ele fita os olhos rindo. — Não seja imbecil igual ao Garratt— Bagunço seus cabelos, o que Rowan odeia quando faço — , vamos, o nosso lanche deve estar pronto.

Após lancharmos, fomos na barraca de tiro ao alvo, ensinei Rowan como segurar e mirar com a espingarda, ele acertou seis de dez.

 Na minha vez, não gastei nem cinco segundos para atirar as nove munições, mas na décima, fui atingida por uma mão me fazendo cócegas na cintura, o que tirou a minha atenção.

— Angeline! — Coloquei a espingarda na bancada expirado.

— Stepan... — Forcei um sorriso.

— E aí cara? Sou Rowan, o irmão. — Stepan sorriu erguendo as sobrancelhas.

— O irmão, legal. Diz aí, tá afim de uma desputa de força no martelo? — Rowan solta um muxoxo.

— Prepare-se para perder feio, cara.

— Ótimo, mais uma criança para eu poder vigiar.

Rowan foi na frente, deixando Stepan e eu para trás. Ele parecia empolgado com o desafio de Stepan.

— Como você está? — Pregunta Stepan para puxar conversa.

— Com a cabeça cheia, mas bem. — Cruzo os braços. — O que você veio fazer aqui? Não deveria estar cuidando da sua danceteria? — Ele coloca as mão nos bolsos da jaqueta.

— É meio chato afirmar isso, mas você é a única amiga que fiz depois de voltar para Moscou. — Estalo a língua.

— Conta outra. — Ergo as sobrancelhas. — Fala logo, o que quer? — Ele ri.

— A questão da amizade é real, mas também queria ver você, saber como estava.

— Vou ser bem sincera com você Stepan. Eu não gosto de socializar, não sou fã de fazer amizades, sem falar que não quero um cara no meu pé. Minha vida já é bem complicada. — Ele ergue as mãos.

— Calma, garota selvagem. — Faço cara de deboche. — Não vou negar que estou bem interessado e envolvido. Mas não vou forçar a barra. — Respiro fundo.

— Espero que tenha entendido. — Ele assente. — Ótimo, que bom que tivemos essa conversa.

— Eu vou detonar você...

Rowan entrega o martelo Stepan, enquanto os dois se divertem no brinquedo, fico observando. Stepan tem um traseiro bem sexy, quando retirou a jaqueta, seus bíceps ficaram aparentes, ele deve malhar constantemente. E Rowan... Rowan parece ter gostado de Stepan, ele também não era de muitos amigos. E confesso que Stepan tem um jeito com adolescentes, o desgraçado até deixou Rowan ganhá-lo no brinquedo.

— É você mereceu, foi justo o resultado. Merece um prêmio, escolhe o próximo brinquedo.

— A casa assombrada, acho aquele lugar maneiro. — Stepan aperta seu ombro.

— Para a casa assombrada, então.

Mas uma vez, Rowan vai na frente, nos deixando para trás. Mordo os lábios o vendo tão contente, não via ele assim há muito tempo.

— Ele é um garoto de ouro. — Afirma Stepan. Assinto.

— Ele é, se eu pudesse, faria todos os dias dele assim. — sorrio — Olha o quanto ele está feliz.

— Você o ama muito, não é? — suspiro. Nem adiantaria mentir a está altura. Odeio que os outros descubram a minha fraqueza.

— Se alguém se quer pensar em se meter com Rowan, vai se ver comigo primeiro. — Ele para na carrocinha de algodão doce.

— Três por favor.

Ao pagar me entrega um. Não sou fã de doces, mas hoje pode ser uma exceção, agradeço. Após chegarmos, ele entrega o de Rowan e entramos. O sol já se punha quando entramosna casa assombrada.

— Fica mais perto, Rowan. — Alerto, mas Rowan parece nem dar ouvidos.

— Qual é Angel, são todos atores, não vou sair correndo.

— Estes ambientes são meio assustadores, você não acha? — Olho de soslaio para Stepan e rio.

— Pessoas mascaradas lhe assustam? — Balanço a cabeça negativamente.

Um palhaço com o sorriso macabro com sangue no rosto entra em minha frente rindo. O olho de sobrancelha erguida, nos encaramos, sorrio,mas o sorriso dele se desfaz e ele sai.

Francamente, este tipo de fantasia chega até me excitar, não me assusta nem um pouco.

  Em cada virada de corredor há um "monstro" diferente, alguns correm atrás de algumas garotas, o que me faz rir. Entramos em um tipo de masmorra, há correntes de todos os tipos e uma mulher presa pelo pescoço e pelos braços pendurados. Me imagino daquela forma no "quarto de sexo". Chego até sentir as mãos dele me tocando, quando sou pressionada contra a grade.

— Você tem se mostrado uma mulher muito difícil de assustar, mocinha.

— O que pensa que está fazendo Stepan? — Seus lábios se esticam em um sorriso malicioso e tomam meu lábios subtenente.

Seu beijo chega a ser forte, sua língua procura a minha desesperadamente, enquanto uma de suas mãos acharia meu seio. Um grito me faz afasta-lo. Rowan grita meu nome, grita por ajuda.

 Corro pela casa procurando Rowan, mas a pouca luz, se torna uma missão um pouco complicada. Me lembro das mensagens e me desespero.

— ROWAN .... ONDE VOCÊ ESTÁ? — Grito desesperadamente.

— ME SOLTA ... ANGELINE. — Merda , posso ouvi-lo, mas em meio a tantas pessoas dentro da casa, é desesperador a busca.

— ROWAN...

 Entro na cozinha, há um cara mascarado, com uma serra elétrica funcionando, se aproximando de Rowan, que tampa o rosto enquanto outro cara de preto o segura.

Puxo o com a serra, socando seu rosto e estômago, ele cai no chão com a serra próximo ao rosto, ainda funcionando. O segundo ergue as mãos, mas ainda assim, soco seu rosto duas vezes, ele cai de joelhos.

— Você está bem? — Rowan assente assustado.— Certo, acho melhor irmos para casa.

— Era só uma brincadeira, sua louca. — Chuto a cara do rapaz, ele desmaia.

Stepan chega na cozinha e olha a cena confuso.

— Obrigada pela companhia Stepan, mas estamos indo embora.

Saímos da casa, Rowan está trêmulo, coloco meus braços envoltos nele. Stepan corre até nós.

— Espero que possamos nos ver novamente. — Respiro fundo.

— Talvez, quem sabe eu liga. Mas agora preciso ir.

— Ele está bem? — Coloco Rowan no carro fechando a porta.

— Não, mas vai ficar. Olha Stepan, minha vida é bem agitada, não sei quando estarei disponível novamente, mas, te ligo quando tiver um tempinho. — Beijo seu rosto.

— Então, até breve. — Forço um sorriso entrando no carro.

No caminho até em casa, Rowan me olhava de soslaio por vezes enquanto abraçava as pernas. Ele parecia melhor, suas mãos não estavam mais trêmulas.

— Está se sentindo melhor? — Sondei quando paramos em um sinal fechado. Rowan desceu as penas e soltou o ar dos pulmões.

— Estou... Mas ... Onde aprendeu a socar daquela forma? — Rio.

— Se te contar, vou ter que matar você. — Ele arregala os olhos. — O quê? Agora está comendo de mim? Só estou brincando,Rowan.

— Ah! ... — Respondeu suspirando. — Então me conta, foi Garrett? — Rio de escárnio.

— Garrett? Não. — Rowan encolhe os ombros. — Promete que isso vai ficar entre nós? — Ele assente. — Certo... Eu faço defesa pessoal.

— Nossa! Papai deveria saber.

— O quê? Não!... Promete que não vai contar, Rowan .

— Não vou, só que, sei lá. Ele te trata como uma boneca, como se não soubesse nem comer sem supervisão.— Estaciono o carro em frente a mansão.

— Você não pode se quer comentar com Garratt sobre isso. Estou confiando em você. — Ele assente.

— Você me ensina? Se me ensinar prometo que ficará em nós. — Respiro fundo.

— Ok! Posso arrumar um jeito de te ensinar. — Ele sorri empolgado. — Mas tem que jurar de mindinho que nunca vai falar para ninguém. — Estico o dedo, Rowan laça seu dedo no meu.

— Prometo de mindinho. — Sorrio bagunçado seus cabelos.

— Agora vamos entrar. Tenho trabalho ainda.

Não sei se me expor na frente de Rowan foi uma boa ideia. Eu não consegui pensar direito quando o vi assustado com aqueles babacas. Por fim, agora preciso contar com a palavra dele, que não irá dizer nada, nem para Garratt, muito menos para William. Mas sei que Rowan irá guardar nosso segredo. Não será tão mal ensinar alguns golpes para ele se defender. Só espero estar fazendo a coisa certa.

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