Capítulo 13

# Música do capítulo: " Wallflower- Kimberly August"

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A luz que entrava pela janela ofuscou os meus olhos, o silêncio era confortável. Os lençóis macios e um perfume de amaciante, me envolvia. Me sentei na beira da cama, tentando me acostumar com a luz. O quarto é grande e está luxuosamente decorado em tons cinzas, preto e branco.

"Como cheguei até aqui?"

Barulho de água chamam a minha atenção. A porta do banheiro está entreaberta, caminho nas pontas dos pés para não fazer barulho. Olho por entre a fresta e vejo ele de costas, debaixo do chuveiro. Seus músculos são levemente bem desenhados, por sua pele há tatuagens, os seus movimentos ao lavar os cabelos não me permitem observar melhor. Seu traseiro é perfeitamente redondo e liso, seu corpo é completamente liso. Engulo saliva me afastando quando ele desliga o chuveiro, volto a me sentar na cama. Pouco a pouco, as imagens fragmentadas da noite começam a torturar-me. A bebedeira. Ah não, a bebedeira, a ligação. Não, não, a ligação, a maldita ligação errada. Idiota, você é uma tremenda vadia idiota.

Não recordo como cheguei aqui. Estou vestindo uma camiseta, sutiã e calcinha. Sem as meias finas e nem o vestido. Merda.Olho para a mesa de cabeceira , há uma taça de água esbranquiçada, talvez fosse água de côco ,e uma cartela de remédio, provavelmente um analgésico. Sua mania por controle está impregnado em cada detalhe deste quarto. Pego a água e tomo dois comprimidos, sim é água de côco. A verdade é que não me sinto tão mal como deveria, certamente estou muito melhor que na noite anterior. A porta do banheiro se abre, ele sai enrolado em uma toalha preta, secando os cabelos. Eu respiro profundamente e fecho os olhos, o cheiro de sabonete e loção de banho invadem minhas narinas. A está altura, já estou extasiada.

— Ela acordou. Como se sente? —Levanto o olhar para ele.

— Estranhamente bem. —Meu coração bate tão forte e minha voz quase não sai pela minha boca, mas mesmo assim, levo a mão ao rosto. A máscara! Ele sorri.

— Não se preocupe, ela continua aí. Não quis te deixar constrangida. — respiro aliviada.

— Você retira as minhas roupas, mas deixa a máscara? — Ele sorri jogando a toalha que secava os cabelos na poltrona lateral.

— Sim. — Ele me olha elevando uma sobrancelha.— O mistério também excita-me.

— É de costume seu, rastrear suas vítimas? — Ele se apoia na cama, ficando centímetros do meu rosto.

— Apenas as que realmente me interessam. Não é um método que uso com recorrência, mas você obrigou-me.

— Obriguei? — Engulo em seco com sua aproximação. — Não sou sua propriedade para que o faça.— Ele umedece os lábios.

— Faço quantas vezes for necessário. — Ele se aproxima um pouco mais.— Cuido do que é meu.

— Eu não sou sua, ninguém é de ninguém. — rebato.

— Você ainda não é. — Ele beija meus lábios com os olhos grudados nos meus. — Por enquanto. — Se afasta indo para o closet.

— Você e sua possessividade em ser controlador. — Ele ri.

— Não sou possessivo, apenas cuidadoso. — Seu rosto aparece entre a porta do quarto e closet. — Isso te incomoda tanto assim? — Respiro fundo.

— Bastante, não gosto de ser controlada, impedida de fazer o que quero. — Seu rosto desaparece, voltando para o closet.

 Um minuto se passa, o silêncio é interrompido por gavetas sendo feichadas. Olho pelo quarto procurando minhas roupas, mas a única coisa fora do lugar é a toalha na poltrona.

— Onde estão minhas roupas?

— Estão secando na lavadoura. Em breve as terá limpas. Enquanto isso, pode desfrutar da minha camisa.— Ele volta apenas de calça. Tento não olhar tanto tempo para seu peito, a qual está repleto de tatuagens.

— Preciso ir para casa. — Ele sorri segurando meu queixo.

— Hoje você é toda minha. — Rio de nervoso.

— Tenho milhares de afazeres.

— Primeiro, você tomará um bom banho, enquanto eu preparo nosso café da manhã. Depois veremos o seu próximo passo. — Respiro fundo, retirando sua mão do meu queixo.

— Aí está o controlador. — Ele sorri, mas desta vez, suas covinhas aparecem.

— Hoje te darei uma prova do que pode ter, sendo minha.

...💠...

Depois de um longo banho quente, ainda enrolada na toalha, me dirigi até o closet. Tudo estava no seu devido lugar. Blusas organizadas por cor e tamanho, as calças impecavelmente dobradas. Até mesmo os sapatos estavam separados por modelo e cores. Abri a primeira gaveta, as gravatas de tons escuros, cinza, prateada, chumbo, pretas. Até mesmo a gaveta de meias, estavam separadas por cor e tecido.

— Quanta organização.

Voltei até às blusas sociais, pegando umas azul-marinho, vesti abotoando apenas até os meus seios. A blusa era grande em mim, mas não o suficiente para chegar ao meio das minhas coxas. Olhei no espelho com um sorriso perverso nos lábios. Fiz um coque mesmo com os cabelos molhados, deixando alguns fios soltos.

 Calcei o seu calçado, mas meus pés ficaram pequenos demais dentro deles, então desisti, ficando descalço. Com a máscara em mãos, me peguei pensando se realmente deveria colocá-la. Talvez... Ele estava sendo... Não, definitivamente, ela teria que ficar no meu rosto. Após colocá-la, saí do quarto, no corredor havia vários quadros, pequenos, médios e grandes. Pinturas abstratas, uma mais intensa que a outra, mas a que estava no centro de todas, a maior delas foi a que mais chamou a minha atenção. O cheiro da tinta ainda estava presente, parecia ter sido pintada a poucos dias. Eu diria ser a aurora boreal, pintada. Em tons de verde, azuis e com um toque muito pequeno de dourado. Devo ter ficado um longo tempo admirando aquele quadro. Desci as escadas arredondada, as enormes janelas do teto ao chão, traziam luz natural para a enorme sala de estar, que era decorada por móveis de última linha e requinte. O espaço era todo aberto, integrando os ambientes. Ele estava na ilha, parecia estar fazendo panquecas, vestindo um avental. Não consegui segurar o riso ao vê-lo tentar lançar a panqueca para vira-la na frigideira, mas o desgraçado fez com perfeição.

 — Sente-se. — ordena, assinalando para a banqueta. — Já estou terminando.

Cruzo a sala e me sento na frente dele, como me indicou. A bancada está

recheada de comida, ovos mexidos e bacon, panquecas e até mesmo alguns folheados, suco de laranja, chá e café.

— Não sabia do que você gosta, assim fiz um pouco de tudo.— um meio sorriso em pedido de desculpas.

— Não precisava se preocupar tanto. Geralmente só tomo café preto pela manhã. — Ele despeja a panqueca no prato desligando o fogo, apoia as mãos na bancada me encarando.

— Precisa de energia, então, suponho que se alimente bem. — Rio

— Sim, senhor! — Ele contém um sorriso, limpando os dentes com a língua.

— Vejo que se aventurou em meu closet. — Dou de ombros me servindo uma xícara de café.

— Acho que fica bem melhor em mim. — Ele retira o avental enquanto se senta ao meu lado.

— Sem soma de dúvidas. A propósito, esta cor te cai muito bem. — Ele serve duas panquecas em um prato, colocando mel sobre elas.

— Tudo fica perfeito em mim, meu bem. — Seus olhos brilham divertidos, ele coloca o prato em minha frente.

— Coma. — Ordena pegando outro prato, arqueio uma sobrancelha rindo.— O que parece tão engraçado? — pergunta-me.

— Você. — Respondo pegando o talher.

— Está rindo de mim, senhorita? — O tom de sua voz é suave e parece estar se divertindo. — Eu gostaria de morder essa boquinha linda. — sussurra perturbadoramente. Não estou consciente de que estou mordendo meu lábio inferior.

— Coma. — Ordeno em tom suave, enquanto coloco um pedaço da panqueca na boca. Ele ergue uma sobrancelha. — Precisa de energia, então coma. — ele sorri voltando sua atenção a seu prato. — Está rindo de mim, senhor?

— Exatamente. — Sussurra e move a cabeça divertido.

— O que são aqueles quadros no corredor? — Seu sorriso some com a pergunta.

— Minha forma de expressão. — Fico surpresa com a resposta.

— Foi você quem as pintou? — Ele assente tomando um gole do chá.— São lindos.

— Não mais que a obra-prima à minha frente. — bato o meu ombro no dele.

— Menos Don Juan.

— Deveria aprender a receber galanteios — ele me diz em tom Instigante.

— Recebo e sei que são verdadeiros. Mas não parece que seja um romântico incorrigível.— Ele olha-me como se estivesse ofendendo-o. Sigo falando. — Caras como você, são mais brutos.

— Homens como eu?— Deixa os talheres e me olha fixamente, com uma insondável emoção ardendo em seus olhos. Maldito seja... Ele me seca a boca, mal consigo respirar direito.— Diga-me, como são os homens como eu, senhorita?

— Bem — Olhamos fixamente. Nenhum dos dois toca na comida.— , geralmente são mais diretos e menos galanteadores. E a propósito, obrigada pelo buquê de rosas.

 — É um prazer. Raposinha! —Seus olhos despedem um sorriso malicioso.

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Comments

Isadora Fernandes

Isadora Fernandes

já quero mais capítulos

2023-08-23

1

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