Tudo Tem Um Preço...

O quarto estava envolto em escuridão. Cortinas fechadas, ela só conseguia ver pedaços da luz da lua escapando pelas brechas. Um daqueles feixes fracos iluminava os cabelos cor de noz de Nikolai. Dava ao seu rosto uma borda afiada e fazia seus olhos cinzentos brilharem como prata predatória. Sua mandíbula estava cerrada, parecendo cortante o suficiente para atravessar a pele.

Devagar, ele levantou uma bebida escura até os lábios, seu pomo de adão se movendo ao dar um grande gole. Ainda assim, seus olhos não saíam do corpo dela.

“Tire a roupa” A ordem abalou o ar ao redor deles, falada em um tom tão baixo e rouco que ela sentiu seus ossos tremerem.

 A escuridão a proibia de ver muitos detalhes, mas ela conseguia claramente distinguir as silhuetas das altas estantes de livros, enquanto Nikolai estava sentado em uma poltrona à frente delas, com uísque girando no copo que segurava.

Finalmente, seus dedos trêmulos tiraram o vestido fino, que caiu com facilidade. As alças finas caíram de seus ombros esbeltos e logo o vestido estava aos seus pés. Angelina soltou uma respiração trêmula, antes de começar a desfazer o fecho do sutiã.

“Deixe-o.” Nikolai deu outro gole na bebida. Uma profunda satisfação tomou conta dele ao vê-la com a lingerie branca e angelical que ele tinha comprado para ela.

“Ajoelhe-se”, seus olhos a seguiram famintos quando ela se ajoelhou entre suas pernas.

Seus dedos trêmulos desceram o zíper da calça dele e desfizeram o cinto. Ele já estava excitado, o grosso membro pressionando o tecido de sua cueca.

“Já fez isso antes?” Sua mão grande acariciava a cabeça dela, os fios sedosos se enrolando em torno de seus dedos longos. O movimento era tão suave que poderia ser confundido com cuidado. Mas, ela sabia que não devia se enganar.  Ele era implacável e cruel. Um homem de controle absoluto e sede de poder. Alguém como ele não era capaz de gentileza ou amor verdadeiro.

“Não. Eu vendi minha virgindade para você.”

Angelina engoliu em seco, reprimindo todas as emoções que a inundaram em ondas.

“Você poderia ter feito isso sem perder sua virgindade”, ele disse. “Minha pequena e inocente Angel...” Sua voz parecia querer acrescentar algo mais a isso, mas nenhuma palavra seguiu. Em vez disso, ele apertou mais o agarre em seus cabelos, trazendo seus lábios mais perto de sua ereção. “Me morda e você se arrependerá.”

Se ela tivesse sido mais corajosa, talvez tivesse feito exatamente isso. Mas a ira de Nikolai não era algo com que ela estava disposta a desafiar depois do que ele havia feito com Amanda.

A ponta grossa e quente empurrou além de seus lábios, invadindo sua boca. Angelina deu um sobressalto com o rápido impulso dos quadris dele, sentindo sua mandíbula doer. O aperto em seus cabelos dourados apertou, guiando sua cabeça no movimento.

Um rosnado baixo ecoou da boca dele, sua cabeça inclinando-se para trás de prazer. Ela não tinha experiência com aquilo, e ainda assim ele parecia estar no paraíso.

Ele não lhe dava trégua, seu membro empurrando mais fundo em sua boca a cada movimento. Se fosse mais rápido, sua mandíbula poderia se deslocar. Nikolai era bruto, e quanto mais próximo do clímax ele chegava, mais ela sentia que não sobreviveria àquela experiência.

“Dentes”, ele a advertiu quando seus dentes roçaram contra seu membro.

Os lábios dela doíam e sua garganta ardia. Lágrimas começaram a encher seus olhos quando os quadris dele se moveram mais rápido, empurrando mais fundo em sua boca. As respirações ofegantes se transformaram em gemidos baixos e então ela sentiu ele se contrair dentro dela. Um líquido quente e pegajoso desceu por sua garganta sem o seu consentimento.

Quando ele tirou de sua boca, Angelina ofegou por ar. Ela se desmoronou a seus pés, respirando de forma instável e tossindo.

“Você foi bem.” Nikolai elogiou, todas as emoções selvagens que ele havia expressado há menos de um minuto, desaparecendo atrás de uma fachada fria.

Ele havia se descontrolado com uma paixão desesperada, só em encostar nela e, rapidamente, voltou a ser o líder cruel da máfia. Apenas sua respiração um pouco pesada sugeria que algo tinha acontecido.

“Você conquistou sua participação na competição de dança.” Ele disse simplesmente, fechando novamente sua calça e servindo-se de outro copo de uísque.

Só isso? Ele não vai fazer mais nada?

Confusão se instalou no rosto de Angelina. Uma parte dela ficou aliviada por ele não ter pedido mais nada, mas havia outro sentimento que ela não conseguia entender completamente. Ele a teve uma vez e agora não quer mais? Ele a descartaria quando se cansasse?

Sentindo seus olhos sobre ele, Nikolai olhou para baixo, para ela.

“Há algo mais que você queira, Angel?”

“Não.” A jovem desviou rapidamente o olhar.

“Você pode sair então.”

Ele estava a dispensando como um brinquedo usado. Angelina sentiu seu sangue ferver. Ele estava tratando-a como se ela nem estivesse mais ali. O mais sensato seria aproveitar a chance para sair, mas algo a fez hesitar.

“Posso fazer uma pergunta?”

Seus olhos frios voltaram a encará-la.

“Hm?”

“O que você disse antes... O que você quis dizer quando disse que eu não me lembro de você?”

Ele a encarou por um longo momento.

“Você terá que fazer muito mais do que um oral para merecer essa resposta.” Nikolai se levantou, deixando o copo meio cheio de lado.

“Quero que você descubra a resposta por si mesma, Angel.” Ele ficou imponente sobre ela, com uma expressão séria no rosto.

“Quando você fizer isso... eu vou te libertar.”

Os olhos dela se arregalaram com isso.

Ele vai me libertar?

Nikolai acariciou sua bochecha com a palma de trás da mão. Havia algo parecido com preocupação em seu olhar. Essa única emoção a fez tremer. Seus olhos cinzentos mostravam um olhar profundo, chamando sua alma e fazendo seu coração bater mais rápido no peito.

O momento durou apenas um instante rápido. Ele retirou a mão e o olhar frio voltou.

“Agora vá, antes que eu mude de ideia.”

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