Sandro, Fim das férias

Aproveitando o momento que as crianças estão na praia com Rafael e, os padrinhos estão arrumando uma maneira de descansar e curtirem suas esposas, eu e a minha amada, tiramos o dia para ficarmos do jeito que gostamos.

Fizemos uma bacia de pipoca, vestimos um pijama e assistimos filmes o dia inteiro. De vez em quando as cenas dos casais eram reprizadas na nossa cama onde fazíamos como os atores, treinamento de beijos técnicos e sexo explícito para maiores de vinte um anos. Minhas mãos explorando seu corpo e seu jeitinho gostoso de dizer que está amando ficar namorando o dia todo.

Salete é melhor que qualquer atriz e com certeza sabe muito bem interpretar todas as donzelas, é minha guerreira e amiga, e os melhores momentos das nossas vidas é quando estamos juntos.

Temos uma cumplicidade no olhar e no jeito de vermos as coisas, somos a meu ver, um casal perfeito e só sobrevivemos se estivermos juntos, como o peixe e a água.

As crianças chegam empolgadas e cheias de fome. Tábata e Renan preparam alguma coisa para elas comerem e as mandam tomarem banho antes do lanche, já está escurecendo e passaram o dia todo aproveitando as férias.

Sentamos todos na varanda e ficamos conversando, os outros casais chegam um a um e, pelas caras de satisfação passaram o dia todo se esfregando nos quartos e num verdadeiro momento de descanso.

Renan e Tábata fizeram turismo e deram umas desculpas bobas, como se não fossem casados.

Calebe e Laila também ficaram justificando o injustificável.

Alex e Marina estão com cara de quem tomou todas as garrafas de vinho e dormiram o dia inteiro.

Bruno e Giovana estão até amassados.

Júlio e Maria devem ter conseguido fabricar uma dúzia de guris, só nessa tarde. Ela está feliz e realizada, como uma esposa deve ficar sempre.

O importante é que são todos, casais apaixonados e cheios de energia.

Estamos conversando e bebendo um vinho, quando meu telefone toca vejo o número do vovô.

O meu coração dispara e peço licença para atender.

Vovó Cida já está com os seus oitenta, bordoada e vovô está com quase noventa. Quem olha para os dois, não acreditam serem tão idosos, mas sabemos que a idade uma hora pesa na balança da vida e o ciclo tem o seu término de alguma forma.

__ Oi! Aconteceu alguma coisa?

__ Oi meu filho! Não gostaria de atrapalhar as férias de vocês, mas a sua avó está no hospital e passará por uma cirurgia nesse momento.

O meu coração dispara, as minhas pernas tremem e não espero que termine de falar.

__ Eu estou indo, chego no máximo em duas horas.

Salete olha-me assustada e diz que não tenho condições de dirigir. Ela quer vir comigo, mas o vovô pediu para não falarmos nada com as crianças. Eu acabei não entendendo direito o que aconteceu, só sei que ela terá que fazer uma cirurgia de emergência.

Calebe se coloca a disposição para ir comigo até a capital, os demais irão no outro dia bem cedo.

Entro no meu quarto para arrumar as minhas coisas e Salete prepara algumas coisas para colocarmos no carro.

Sabrina chega com a sua carinha esperta e pergunta:

__ O senhor está indo embora?

__ Sim, eu tenho uma emergência no hospital e vocês, irão amanhã com a mamãe.

__ Eu quero ir com o senhor, estou com saudades da vovó. Espera um pouquinho que, vou arrumar as minhas coisas.

__ Não, Sabrina! O papai não pode te levar agora. Eu preciso que fique comigo e ajude-me a arrumar as coisas para deixarmos tudo limpinho antes de sairmos.

Salete dá uma desculpa e tenta convencer o meu grudinho de que eu preciso ir e ela precisa ficar.

Em pouco tempo chegamos ao hospital alemão e os meus pais estão me esperando. Kátia e Lola os fazem companhia, aguardando Kauã que está no bloco cirúrgico, cuidando da vovó.

O vovô está muito triste e abatido no canto do quarto, olhando pela janela, com olhar distante.

Eu aproximo-me e o abraço, curioso para saber o que aconteceu e sem jeito para perguntar.

__ O senhor está bem? O que aconteceu com a vovó?

__ Ela ficará bem, sua avó é muito forte.

Ele parece não querer falar e todos estão sem graça.

Quando vou perguntar o que está acontecendo, para a minha mãe, a porta se abre e Kauã chega empurrando a vovó numa cadeira de rodas e a sua perna engessada dependurada. A sua carinha esperta, parecendo a Sabrina quando faz muita arte, dá-me um alívio imenso.

__ O que aconteceu? Como foi que a senhora quebrou a perna numa fratura exposta?

__ O seu avô não lhe contou?

__ Não, ninguém me disse o que aconteceu.

Olho para os meus pais e os mesmos começam a rir, Kauã se aproxima de Kátia e dá-lhe um selinho e sorri para ela que também não sabe o que está acontecendo. Lola se aproxima da minha avó e com a ajuda da minha mãe a coloca na cama com a perna para cima.

Ela olha-me percebendo a minha curiosidade e diz:

__ Não se preocupe, meu neto, estou muito bem. Eu e o seu avô estávamos namorando e eu escorreguei do pole dance.

__ Como assim? A senhora não tem idade para essas coisas.

__ Você é muito inocente, meu filho. A sua avó mandou instalar uma barra de ferro no meio do quarto, disse precisar inovar no relacionamento com o seu avô, eu avisei que isso não seria uma boa ideia.

A minha mãe fala com naturalidade e todos estão segurando as risadas para não constranger mais o coitado do vovô que está morrendo de vergonha.

__ A sua avó, adora namorar, eu faço o impossível para satisfazê-la, mas ela gosta de inventar moda, já fez dança do ventre, ‘striptease’, massagem tântrica e agora pole dance. O que meus bisnetos irão pensar de nós dois?

Vovô fala com seriedade e estou incrédulo. Kauã olha para Kátia e diz:

__ Viu meu amor, ficaremos desse jeito daqui alguns anos.

Ela bate a mão no seu ombro e vermelha de vergonha responde:

__ Lhe lembrando que você é vinte dois anos mais novo que eu e será que dou conta?

Vovó observando a brincadeira dos dois ressalta:

__ Sorte a sua, minha filha! Você terá um homem viril por muito mais tempo...

Só nos restou rirmos da situação. Passei a noite no hospital com ela e logo cedo Salete chega do litoral e vem visitar a vovó que já está de alta.

Ela chega toda preocupada e eu conto-lhe o que aconteceu, é tão bizarro que não tive como contar-lhe por telefone.

Damos boas gargalhadas com a vovó que está impossível, o vovô quer que um buraco negro o engula, de tanta vergonha. Eu fico imaginando a cena da vovó no pole dance e o vovô todo excitado a vendo se esborrachar no chão.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***