Salete e as amigas, praia

Saímos cedo da capital e após horas de viagem em comboio, conseguimos chegar ao litoral.

Tábata e a família ficará conosco, Maria e Júlio ficarão na casa de Bruno e Giovana, Calebe e Laila ficarão na casa de Alex e Marina, que trouxeram Sarah e Rafael para passarem as férias com eles.

São seis carros lotados de adolescentes e pais a beira de um ataque de nervos.

As crianças partiram em direção a praia antes mesmo de comerem alguma coisa. Estão eufóricos e loucos para caírem na água.

As mulheres ficam em casa para cuidarem da organização, pois as refeições serão juntas na enorme cozinha que Sandro mandou construir na propriedade. Onde uma piscina foi construída para as crianças aproveitarem ao máximo o litoral e seu sol escaldante.

Os rapazes foram cuidar das crianças na praia e Sandro está de olho nas filhas que estão ficando mocinhas, agora fica fácil cuidar, elas não dão trabalho e se divertem em grupo, mas os padrinhos estão tomando conta para não termos surpresas.

Estamos terminando o almoço e vejo Rafael sentado no deque, ele lê um livro enquanto toma sol. Olho para Marina e pergunto:

__ Ele não foi para a praia com os outros? Algum problema?

__ Ele é assim mesmo, fica sempre na dele e conversa pouco. Ele combina muito com Túlio, mas agora que o amigo ficou noivo, ele não tem com quem conversar.

A minha mãe pediu para convidarmos ele, para ver se distrair um pouco e sai de dentro de casa. Já está com dezoito anos e a vida dele é estudar e trabalhar na cafeteria.

__ Ele é um bom rapaz, precisa de uma namorada.

Falo colocando os pratos a mesa e Marina responde com a travessa de salada nas mãos:

__ Ele não quer compromisso agora, quer fazer medicina e está estudando vinte quatro horas por dia e nas horas vagas ajuda na cafeteria.

Ouço uma falazada no portão e um bando de adolescentes famintos entram pelo jardim fazendo algazarra.

Escuto um barulho na piscina e olho em direção da mesma e no mesmo pique que vieram da praia a maioria caiu na piscina. Sandro abraça-me por trás e beijando o meu pescoço diz que está com fome e que as crianças comeram tudo que foi besteira que passou por eles.

Rafael está incomodado com a bagunça, levantando-se rapidamente para não molhar o livro, sai sem perceber e esbarra na Sabrina que cai sem jeito na piscina.

Ela afunda duas vezes e ele percebe o que está acontecendo e pula com roupa e tudo a tirando rapidamente.

Sandro corre para ajudá-lo num ato desesperado, Rafael está com ela nos braços toda mole e sem cor, o meu coração acelera e não tenho forças nas pernas para sair do lugar. Giovana e Laila me amparam para eu não cair.

Entramos em desespero e todos ficam a olha-lo a colocando no piso ao lado da piscina. Sandro no desespero o tira de perto e faz os primeiros socorros. Marina fica ao lado de Rafael que está assustado e segura no seu braço lhe dando apoio, pois foi um acidente que pode custar a vida da minha filha.

Giovana ajuda-me e a viramos de lado para ela colocar para fora a pouca água que engoliu.

Sabrina nada muito bem, faz natação desde os três anos é devido ao susto que perdeu o controle na água e bebeu um pouco, causando o afogamento.

Em pouco tempo ela recupera os sentidos e o pai a abraça em desespero.

Rafael sai da casa e nem almoça, ele já é todo traumatizado e uma coisa dessas acontece justamente com ele.

Ficamos preocupados com ele e não sabemos onde procurá-lo. Marina foi para sua casa com Alex e as crianças, com a esperança dele aparecer a qualquer momento.

Eu fiquei com Sabrina o resto da tarde, ela comeu normalmente e dormiu um bom sono.

Desço para o deque e fico com Tábata conversando até que vejo Rafael chegando com umas flores e uma caixa de bombom.

__ Desculpa dona Salete, mas eu não tive a intenção de fazer mal a Sabrina.

__ Não foi culpa sua, querido. Foi um acidente.

__ E como ela está?

__ Está dormindo, mas não se preocupe, já voltou a ser a Sabrina de antes.

Ele dá um sorriso lindo e percebo que é um excelente rapaz.

__ Eu trouxe-lhe, a senhora pode entregá-la?

Ele fala mostrando o presente e me entregando.

__ Com certeza!

Pego das suas mãos e o mesmo se despede e sai.

Vou até o quarto onde Sabrina está dormindo e coloco as flores no vaso e coloco os bombons na mesinha. Ela acorda um pouco preguiçosa e pergunta:

__ Quem mandou essas flores?

__ São do Rafael, um pedido de desculpas.

__ Nossa! Que lindas.

__ São mesmo e tem uns chocolates, você quer?

Pergunto e ela rapidamente senta-se na cama e está de prontidão para comê-los.

__ Ele já foi embora?

__ Sim, ele foi para casa da sua madrinha Marina.

Ela comeu todos em segundos, fechava até os olhos saboreando cada um dos bombons sortidos da linda caixa de chocolates caros e escolhidos com carinho.

Pela manhã ela acordou animada e pediu para ir à praia com os amigos. Sandro não queria deixar, mas eu falei que podia. Ela sai cantando e dançando, nem parece que nos deu aquele susto.

Ela está de férias e ficaremos apenas uma semana, ela já perdeu a tarde ontem e não vejo problemas nela sair com os amigos.

Sandro olha-me com malícia e me puxando para seu corpo diz:

__ Ela pode ir, mas você só irá comigo, espero que tenha trago a burca.

Olho para ele séria e abro o meu roupão lhe mostrando o meu biquíni. Ele fecha a cara e diz:

__ Nem por cima do meu cadáver a senhora usará esse tampão. Não mesmo!

Ele joga-me em cima da cama, onde destrói o meu biquíni em segundos e possui-me de todas as formas possíveis.

Os dias passaram tranquilos até que voltamos para a capital e a realidade bateu a nossa porta de uma forma muito difícil...

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