Sabrina Os Padrinhos 4 Uma Nova Geração.

Sandro, minhas primeiras palavras

Vivo a cada dia uma nova experiência e aprendizado com os meus filhos e com a vida que eu tenho. Sinto que estou a cada dia mais maduro e pronto para o próximo passo.

Mas digo diariamente para minha companheira, que ela foi e, é o melhor presente da minha vida.

Os nossos filhos são consequências dessa escolha e nada substituirá esse amor e esse sentimento que me arde no peito e me faz levantar da cama todos os dias com mais amor pela vida e por tudo que tenho e sou.

Sandro e Sandra são preciosos, espertos e inteligentes. Andam o tempo todo e sobem nas coisas, não param quietos um minuto. Já Sabrina é uma estrela, ali no seu mundo, com suas limitações e brilhante com o seu sorriso perfeito.

Quando acontece alguma coisa, que me abate ou entristece, basta olhar a sua carinha e a sua cabecinha tombando para o lado, procurando os meus olhos com a sua alegria inocente e desencadeia em mim uma força, uma garra, que não tem explicação. Ela é o meu martelo de Asgard e a minha criptonita. Eu não sei o que seria da minha vida sem o seu brilho. Ela tem o jeito da sua mãe e a simpatia da minha avó, as mulheres que me fazem ser um homem diferente dos outros, um completo apaixonado. São meu ponto de equilíbrio, que faz toda a diferença nos dias e noites.

Levamos as crianças para a escola, em seus primeiro dia de aula, as deixamos com o coração partido, mas as mesmas nem se importam com o nosso sofrimento.

Salete está chorando emocionada, eu fico pensando como ela mudou com a maternidade. Ela sempre foi durona, com o seu olhar altivo de uma leide. Hoje é uma mulher sensível e chorona, se preocupa mais com os filhos e com a família do que com ela própria. Eu a abraço e toco o seu rosto, Sabrina no seu colo passa a mãozinha no seu rosto e encosta a sua cabecinha na sua testa, com o seu jeito carinhoso de dizer num gesto de que tudo ficará bem. Salete não segura as lágrimas e abraça a pequena que sorri enxugando suas lágrimas. Sinto que, tudo que Salete gostaria de ouvir nesse momento era:

__ Não chore mamãe, eu ficarei bem!

Eu pego a pequena e a beijo no rosto e ela faz o mesmo no meu. O seu jeito carinhoso com o seu beijo babado, dificulta a separação. Olho para sua professora, que está de pé a minha frente esperando que eu a entregue por vontade própria, mas está difícil me desgrudar do meu bebê, que para mim é tão indefesa.

__ Bel. Cuide bem da nossa estrelinha, qualquer coisa você pode nos ligar.

__ Não se preocupem, ela ficará bem e já preparei algumas atividades que irá ajudá-la no seu desenvolvimento.

A professora vai explicando as atividades e Salete vai se acalmando e parando de chorar. Na verdade, quem está sofrendo é somente nós dois. A pequena já está louca para entrar e dá tchau como se quisesse nos ver pelas costas, ela joga beijinho e faz coração com a mãozinha gordinha.

Entramos no carro e olhamos um para o outro e começamos a rir do mico que estamos pagando na porta da escola, com todos os pais nos olhando e os nossos amigos na mesma situação.

__ Você percebeu que Sabrina é muito ingrata?

Falo para minha linda esposa que seca o rosto com um lenço.

__ Sim, ela trocou-me pela professora linda e cheirosa.

__ Você também percebeu o perfume? Acho que foi isso que enfeitiçou a nossa filha. Ela gosta de gente bonita, não é mesmo?

Rimos lembrando da sua carinha e das suas mãozinhas gordas dando tchau e jogando beijo.

Por ela não falar nem andar, pensamos que ela seria frágil e vulnerável, mas ela demonstra ser forte e determinada, é uma versão mirim da sua mãe. Às vezes bem mais esperta que os seus próprios irmãos.

O primeiro mês de aula passou batido, diariamente as cenas se repetiam, Sandro e Sandra chorando no carro na maior pirraça e na porta da escola descendo correndo loucos para irem brincar. Júnia, Antônio, Alice, Arthur, Sarah, Amélia e uma patota inteira os esperando para mais um dia na escola. Sabrina por sua vez, já cai de amores pela professora que a busca na portaria.

Hoje eu decidi buscar as crianças no final da aula, Salete está numa emergência. Pego o meu relógio de bolso e vejo que estou em cima da hora. Esse relógio anda comigo diariamente para eu sempre ter em mente que os meus filhos e a minha esposa tem prioridade no meu tempo e espaço.

Chego na escola e júnior vem correndo puxando Sandra, e a mesma puxando a sua mochila de rodinhas. Os, abraço com saudades e pergunto:

__ Onde está a irmã de vocês?

__ Está vindo com a tia.

Júnior fala com a sua voz de criança e eu coloco-os dentro da mine van.

Sabrina chega mostrando o seu rostinho pintado e fazendo gestinhos com as mãos.

Eu olho sério para ela que tomba a sua cabecinha com ar de mistério.

__ Quem é essa menina? Não está parecendo em nada com a minha estrelinha.

Ela, com sua esperteza, tomba a cabecinha para o outro lado e aponta o dedinho para a pintura no seu rosto. Eu pego-a e a rodopio no ar e ela abre o seu sorriso escancarado e a beijo, apertando o seu rosto. A cada dia está mais esperta e a convivência na escola está sendo ótima para o seu desenvolvimento.

As levo para casa que é no mesmo bairro e os entrego para as babás, que ficam agora com a responsabilidade dos banhos e lanchinho.

Volto para o hospital e trabalho até a noite, espero Salete atender mais uma paciente e vamos juntos para casa. A nossa alegria é completa quando chegamos em casa e a turminha está no total agito na sala de brinquedos. Vovó Cida está com elas e o vovô sentado ao chão, servindo de trampolim para os pequenos.

De madrugada uma certa mocinha faz manha para passar para a nossa cama, a mãe toda sensibilizada a pega e a coloca dormir entre nós. Já estou-me acostumando com esse capricho da dona estrela.

Acordo com um, tapa na cara e uma sensação de baba no meu rosto. Sabrina não se contenta em só bater no meu rosto, tem os beijos babados pela manhã.

__ Estou com saudades de quando a sua mãe me, acordava com outros tipos de carinho e beijos menores para dezoito anos.

Falo retirando a dona babada e mijona de cima de mim e a colocando sentada entre nós. Salete está acordando e abre um sorriso lindo de bom dia e, beija-me gostoso:

__ Eu escutei o que você falou!

Abro um sorriso para ela e a prendo nos meus braços quando escutamos uma palavra:

"__ VOVÓ!"

__ Como é, que é?

Eu pergunto, olhando para Salete e depois para a Sabrina que está sorrindo de canto a canto.

__ Fala de novo amor!

"__ Vovó!"

Ela responde e Salete enlouquece:

__ Não querida, a primeira palavra é mamãe.

"__ VOVÓ!"

__ Ela está de brincadeira!... Ela teria que falar mamãe, não seria?

Salete me questiona, mas a minha dúvida é a mesma: