Capítulo 13

— Vamos, Aneor — Mamãe disse assim que me avistou descendo as escadas. Papai provavelmente já estava no carro, impaciente e pronto para me olhar com aqueles malditos olhos julgadores.

— Sim, mãe...

Entramos no carro em silêncio, a única coisa que podia se ouvir era o rádio ligado em alguma FM religiosa. Encostei minha cabeça na janela e olhei para as coisas do lado de fora do carro em movimento.

Faz três dias desde que vi Astaroth me rodeando, a sensação é de vazio e tristeza, uma sensação que em tão pouco tempo já conseguiu tirar toda minha concentração em casa. É como se estivesse faltando uma parte de mim.

Estou odiando tudo isso.

— Mas que- — coloco as mãos em minha boca assim que aquela onda de prazer surge no meio de minhas pernas. Cruzo as pernas sentindo aquele calor tomar todo meu corpo enquanto a marca em minha orelha arde.

Me seguro na porta do carro desesperada e sinto meus olhos lacrimejando enquanto a sensação de intensifica. Meu peito acelera e fico ofegante.

— Filha? Está tudo bem?

— S-sim... — fechei os olhos com força tentando me acalmar.

A angústia e o desespero tomam conta de mim enquanto luto para controlar a onda avassaladora de prazer que me invade. As lembranças de Astaroth e nossos encontros proibidos se misturam à dor da marca em minha orelha, como se ele estivesse presente em meu corpo, mesmo estando longe.

Tento disfarçar minha aflição, mas sei que minha mãe percebe que algo está errado. Ela olha para mim preocupada, mas eu não consigo encontrar as palavras para explicar o que está acontecendo. Tudo é tão confuso e assustador.

Respiro fundo, tentando afastar as sensações avassaladoras que me dominam, mas elas persistem. O desejo e a culpa brigam dentro de mim, e sinto uma mistura de vergonha e raiva por não conseguir controlar meus próprios sentimentos.

O carro continua seu trajeto, e meu pai parece não notar minha agitação. Mas, por dentro, estou em uma batalha silenciosa, tentando resistir ao desejo que Astaroth desperta em mim e à influência de sua marca em minha orelha.

Encontro refúgio na janela, olhando para fora, esperando que a paisagem em movimento me distraia das turbulências internas. Preciso de um momento para mim, para pensar, para entender o que está acontecendo comigo.

Enquanto o carro avança, imagens dos momentos com Astaroth invadem minha mente, e eu me sinto ainda mais confusa. Por que ele tem esse poder sobre mim? Por que não consigo resistir a ele?

Lembro-me das palavras provocadoras que ele sussurrou em meu ouvido, do desejo ardente que ele despertou em meu corpo. E ao mesmo tempo, a culpa e a vergonha me assombram, lembrando-me de que ele é um demônio, e eu deveria estar me afastando dele, não me entregando.

Quando finalmente chegamos na igreja sequer sinto o movimento das minhas pernas, apesar de esfregar uma na outra tentando conter aquela vontade insana. Sinto que estou escorrendo, me sinto molhada e sensível.

Minhas pernas tremem, e mal consigo sentir o movimento delas enquanto ando. Cada passo parece um desafio, e o esforço para esconder minha aflição é quase insuportável.

Sinto o calor entre as minhas pernas, como se estivesse escorrendo, e meus instintos mais primitivos clamam por alívio. É uma luta interna constante entre o desejo avassalador e a moral que me foi ensinada.

Meus olhos buscam desesperadamente uma distração, qualquer coisa para desviar minha atenção da tortura que é sentir meu corpo tão sensível e molhado. Respiro fundo, tentando me concentrar nas vozes ao meu redor e no ambiente da igreja, mas tudo parece desfocado.

A sensação de vergonha e culpa só aumenta, pois sei que estou em um lugar sagrado, onde o pecado não deve ter lugar. E, no entanto, meu corpo parece estar em rebelião contra meu próprio ser.

Meus pais se sentaram nas cadeiras da frente, só havia dois assentos alí, e um ultimo na última fileira.

Pelo menos estarei longe deles por um momento.

O pastor começa e todos o acompanha em um coro, e quando eu tento sinto que meu coração está sendo esfaqueado. A marca não me permite participar da oração.

— Precisa de ajuda? — Astaroth para ao meu lado.

— Céus, vá embora! — sussurrei baixo e ele se aproximou — Eles vão ver você...

— Só você tem esse direito.

Parou em minha frente, se abaixou e subiu o vestido por minhas coxas.

— Astaroth... — virei o rosto quando sua mão alcançou minha calcinha e desceu por minhas coxas — O que você está fazendo...?

— Você não pode mais se preencher com o seu Deus, então vou preencher você comigo.

— A-ah! — um gemido alto escapou, enquanto sua cabeça se enterrava no meio de minhas pernas. Sua mão foi para minha cintura e ele me puxou mais para frente, fazendo-o ter um acesso melhor para onde ele desejava.

— Eu deixei você por três dias e está um caos de tesão, amor. Olhe para todas essas pessoas, elas vieram até aqui buscando salvação, mas você não precisa disso pois eu sou suficiente para te tirar desse maldito buraco que seus pais te enfiaram.

Agarrei seus chifres negros e ele pareceu gostar. Ele mostrou seus dentes bonitos e as presas saliente enquanto continuava movimentando sua língua em meu interior.

— quero gozar... P-por favor...

Me arrependerei como todas as outras vezes, mas Astaroth faz eu me sentir gostosa, desejada e saciada. Durante esses três dias minha vida ficou ainda mais problemática, a marca que ele deixou em mim não me permitiu ficar sã uma vez sequer. Era como se eu fosse uma bola prestes a explodir, a questão é que isso não aconteceu até agora. Vivi três dias de tortura, desejando Astaroth e agora eu o tenho.

— Se quer gozar implore.

— Por favor... — Ele apertou minhas coxas.

— Por favor, Astaroth...

Ele movimentou os dedos mais rápido e eu me senti nas nuvens novamente. O peito acelerando, o corpo tremendo e o corpo se sentindo leve. Astaroth não deixou nem um pingo ser desperdiçado.

Quando achei que havia terminado ele me mordeu, deixou a marca perfeita de todos seus dentes no interior da minha coxa.

Uma queimação incomum apareceu, me senti letárgica e ele me segurou pelo queixo e beijou minha boca.

— Boa garota, Aneor...

— Como...v-vou para casa assim? — ainda tentando respirar corretamente perguntei.

— Não se preocupe com mais nada, eu vou cuidar de você.

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