Capítulo 12

Acordei me sentindo mais leve que nunca. Era como se finalmente tivesse dormido bem, sem pesadelos e sem insônia. Apenas a sensação de leveza e tranquilidade.

Rapidamente aquela sensação foi substituído por um mais forte, sentia-me envergonhada e brava comigo mesma por ter me deixado levar pelo desejo e permitido que o demônio me tocasse e me proporcionasse prazer. Mesmo com Astaroth não estando fisicamente ao meu lado, era como se ele estivesse mais próximo de mim do que nunca depois dele me fazer gozar.

As memórias da noite anterior inundaram minha mente, o calor do toque dele ainda presente em minha pele. Eu me sentia dividida entre o desejo avassalador que o demônio despertava em mim e a consciência de que essa atração era perigosa e proibida.

"Como pude me deixar levar por ele assim? Eu sei que é errado, mas é como se ele tivesse um poder sobre mim que eu não consigo resistir", pensei com angústia.

As palavras provocadoras de Astaroth ecoavam em minha mente, reacendendo o fogo do desejo que eu tentava desesperadamente apagar. Sentia-me presa em um jogo perigoso, entre o que sabia ser correto e o que meu corpo e alma ansiavam intensamente.

Com raiva de mim mesma, levantei-me da cama e fui para o banheiro, precisando de um momento para me recompor. A água fria do chuveiro era uma bênção, mas não conseguia apagar a intensidade dos sentimentos que me dominavam.

"Eu não posso me permitir ser consumida por ele. Tenho que resistir a essa atração, mesmo que seja difícil", pensei, determinada.

Após o banho, vesti-me e saí do quarto, buscando ar fresco e clareza para minhas emoções tumultuadas. Precisava de um momento de distância, de espaço para entender meus próprios desejos e limites.

Enquanto caminhava pelos corredores, a imagem de Astaroth ainda rondava minha mente, como uma sombra tentadora. Sentia-me perdida, sem saber como lidar com a intensidade da conexão que havia se formado entre nós.

"Eu não posso ceder a ele novamente. Tenho que me proteger e proteger meu coração", sussurrei para mim mesma, como uma promessa.

— Sinto que agora conheço cada parte do seu corpo — e ele estava de volta, me enlaçando em seus braços fortes — Ainda sinto a sensação de passar minhas mãos por suas marcas em sua pele, ainda sinto o seu cheiro de flores tão convidativo, ainda sinto seu sabor na minha língua. Tão molhada e quente. Tão gostosa e minha.

— Não sou... — perdi o raciocínio quando sua boca alcançou meu pescoço, suas presas parecem maiores e arranham minha pele dolorosamente, deixando um queimor na região e uma sensação molhada em minha intimidade.

— O que dizia antes? — provocou.

— Sua... Eu não sou...

— Então o que é isso... — sua mão desce por minha barriga até alcançar o lugar que desejava.

— Não! — gritei, pressionando as pernas uma na outra com força, sentindo meu interior queimar desejoso pelo seu toque. Ele respeitou, se afastando de mim.

— Não vou tocar você se assim desejar, mas vai ter um momento em que só vou satisfazer essa boceta dos infernos quando você vier rastejando até mim. Espero que aprenda isso pois não sou um homem paciente.

— Você não é humano, você é um demônio...

— Sim. O pior deles, Querida. O pior.

As palavras de Astaroth cortaram como uma lâmina afiada, deixando-me arrepiada e perturbada. Seu tom autoritário e suas ameaças me assustaram, mas também mexeram com uma parte de mim que não queria admitir. A atração proibida que sentia por ele continuava a me puxar, apesar de todos os avisos racionais em contrário.

— Você quer apostar quanto tempo vai durar? — estendeu a mão com um sorriso malicioso em seus lábios.

Meu coração acelerou de medo. No fundo eu sentia que não duraria muito, com certeza não duraria.

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