Capítulo 11

— Certo, terminamos por aqui, espero não ter que voltar aqui por um bom tempo, Ace.

— Eu vou ter uma parada cardíaca sem o senhor por perto.

— Tenho certeza que estará bem mais preocupado em se deitar com os meus irmãos enquanto não estou aqui.

— Talvez eles estejam trabalhando até lá.

— Eles são perseguidores demais para desistir de você assim. Ninguém mandou nascer como se tivesse consumido o fruto proíbido desde o ventre da sua mãe. Você é uma coisinha tentadora demais até mesmo para mim... — Ace estremece — Tenho respeito e muita consideração por você. É meu conselheiro e fiel amigo.

— É uma honra ser conselheiro do caçula da família.

— Lembra de quando subi no poder? Esse céu pareceu vermelho como sangue, caia uma forte chuva e todos me olhavam com admiração. O caçula mais forte do que seus próprios irmãos subiu ao trono. Uma raridade em milhões de anos desde o meu pai.

— Eles certamente não se arrependem nem um segundo de escolher você como soberano.

— Se soubessem que desejo montar uma humana...

— Tenho certeza que irão compreender também — ele ria enquanto falava.

Me despedi de Ace, agradecendo-lhe por toda a dedicação e lealdade que sempre demonstrou. Sabia que podia confiar plenamente em meu assistente para cuidar dos assuntos do Reino Inferior enquanto eu estava ausente. Com a mente repleta de pensamentos sobre o que havia acontecido naquela noite e a respeito da conversa com Aneor, dirigi-me de volta à minha morada na Terra.

Ao entrar no quarto, deparei-me com Aneor dormindo serenamente em sua cama. A luz suave da lua que adentrava pela janela destacava suas curvas delicadas e sua beleza encantadora. Uma sensação de proteção e carinho tomou conta de mim ao vê-la ali, vulnerável e serena. Tenho vontade de toma-la.

Com passos leves, aproximei-me da cama para não perturbá-la. Observei-a por um momento, fascinado pela sua presença e pela inexplicável conexão que sentia com ela. Aneor havia chegado em minha vida como um furacão, despertando desejos e sentimentos desconhecidos, desafiando minha própria natureza sombria.

Com todo o cuidado, estendi a mão para acariciar suavemente seus cabelos. Ela se mexeu ligeiramente, mas continuou a dormir profundamente. Senti o calor de sua pele e o perfume sutil que emanava dela. Uma mistura de emoções invadiu meu coração, desde o desejo ardente até a preocupação e o medo de machucá-la com minha natureza sombria.

Eu sabia que deveria manter distância, protegê-la das sombras que me cercavam. Entretanto, a atração entre nós era tão forte que resistir parecia uma batalha perdida.

Com um suspiro, afastei-me da cama e caminhei até a janela, contemplando o céu estrelado. A noite estava silenciosa e tranquila, mas dentro de mim, uma tempestade emocional rugia.

"O que faço com tudo isso?" pensei em silêncio.

A verdade era que eu não sabia. Aneor representava um desafio que nunca havia enfrentado, uma chama que ameaçava consumir minhas defesas sombrias. Sentia uma mistura de desejo e culpa, ciente de que a presença dela me afetava de maneiras inexplicáveis.

Decidi que precisava de tempo para refletir, para compreender melhor meus próprios sentimentos e as consequências de me envolver emocionalmente com Aneor. Sabia que, como rei do Reino Inferior, minhas decisões poderiam afetar não apenas a mim mesmo, mas também todos ao meu redor.

Com determinação, retornei à cama de Aneor e me sentei em uma poltrona próxima. Decidi ficar ao seu lado e protegê-la durante a noite. Não importava o que o futuro reservasse, faria o possível para mantê-la a salvo das sombras que me cercavam.

A protegeria enquanto cavalga em cima de mim, descobrindo que não Importa o que faça há uma marca em sua alma que a faz totalmente minha, por bem ou por mal.

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