A noite se passou e o dia chegou. Eram 11:34 pm, quando eu andava por entre as árvores com uma aflição me consumindo até a garganta. Astaroth me acompanhava, eu sei que sim, apesar de não ouvir seus passos em meio às folhas secas que caiam das árvores enormes.
Apenas os meus podiam se ouvir no meio de tantos barulhos noturnos, inclusive o som de jovens que adoravam uma boa música em frente a uma fogueira.
A noite extremamente fria me obrigava a usar um moletom maior que meu corpo para me proteger do frio, se eu tivesse sorte não ficaria doente amanhã graças a frieza. Costumo ser bem frágil em tempos úmidos, fico doente rápido demais e não me curo tão rápido como eu gostaria.
Eu já podia ver a fogueira de onde eu estava, e claro, também podia ver claramente um casal se pegando contra uma árvore. Ela se pendurava nele, com as coxas em volta de sua cintura e suas bocas unidas pra tentar abafar os seus gemidos. Ele movia seu quadril contra o dela rápido, o barulho do choque entre seus corpos parecia ecoar por todo lugar, e a vermelhidão de presenciar aquela cena pela primeira vez não podia ser escondida. Eu estava quase correndo!
Apressei os meus passos, passando por eles como um raio até que finalmente me sentisse aquecida pelo fogo da fogueira.
— Olha só quem apareceu! — Eloise disse, levantando-se do tronco que servia de banco e me oferecendo uma bebida.
— Oi... Eloise — falei timidamente.
— Gente, a Aneor veio dessa vez! — ela anunciou para os outros ao meu redor.
— Já estava na hora! — o cara com o violão comentou enquanto me encarava — Como consegue suportar aquela gente da igreja o tempo todo?
— Ah... Eles são legais... — respondi de forma hesitante.
— Fala sério, Eloise! — uma garota com cabelos trançados falou, me analisando dos pés à cabeça — Por que convidou essa... — ela se segurou antes de falar — garota para a nossa festa? Ela vai nos olhar com nojo o tempo todo, afinal, vem daquela igrejinha de velhos.
— Que nada! A Aneor não é assim, não é mesmo? — Eloise me abraçou de lado com um sorriso.
— Não vou julgar ninguém... — falei, e eles me olharam de forma estranha.
— Vou pegar mais cerveja. Por que não senta ao lado de Jake e bate um papo?
— Não vai ser um problema conversar com uma mulher tão bonita como ela — o cara com o violão disse de forma sedutora, e eu ri meio tímida enquanto caminhava para me sentar ao seu lado.
— Olá, Jake... — coloquei o cabelo atrás da orelha, sentindo meu coração acelerar.
— Olá, Aneor. A noite está tão linda quanto você — ele respondeu, e uma parte de mim achou isso meio brega.
— Brega pra caramba! — a garota das tranças lançou uma pequena pedra em sua direção, mas ele desviou facilmente.
— Obrigada pelo elogio... — falei baixinho e evitei olhar diretamente em seus olhos verdes.
Eu estava nervosa e não sabia muito bem como agir. Tudo o que conseguia fazer era olhar para o fogo e evitar o olhar sedutor de Jake.
Por mim o assunto já estava encerrado, mas Jake ria levemente enquanto negava com a cabeça.
— Você é péssima nisso — me encarou gentilmente — Nunca fez amizade na sua vida?
— Sim, sempre fui bastante solitária... — respondi com sinceridade, sentindo-me um pouco desconfortável por compartilhar meus sentimentos com alguém que mal conhecia. — Nunca me encaixei muito bem com as pessoas da minha idade. Sempre preferi a companhia dos livros e da minha própria imaginação.
Jake olhou para mim com um olhar compreensivo. Ele parecia genuinamente interessado em me conhecer melhor, o que era um contraste marcante em relação às outras pessoas que conhecera até aquele momento.
— Às vezes, é difícil encontrar pessoas que realmente nos entendam e com quem nos sintamos à vontade, não é? — ele disse, e sua voz carregava um tom de empatia.
Assenti, sentindo-me grata por ele não me julgar ou fazer piadas sobre minha personalidade introvertida.
— Às vezes, a solidão pode ser um refúgio, mas também pode ser angustiante, especialmente quando estamos cercados de pessoas que não nos compreendem de verdade — continuei, permitindo-me ser mais aberta sobre meus sentimentos do que costumava ser.
Jake parecia interessado em ouvir, e um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
— Acredite, Aneor, você não está sozinha nisso. Muitas pessoas também se sentem assim, mesmo que não demonstrem. A vida é complexa, e todos nós temos nossas inseguranças e desafios para enfrentar.
Fiquei surpresa com a maneira como Jake parecia compreender tão bem os sentimentos que eu guardava tão profundamente dentro de mim. Era como se ele pudesse enxergar através das minhas defesas e realmente me enxergar como eu era.
— Obrigada, Jake... É bom poder conversar com alguém que me entende, mesmo que seja apenas um pouco — admiti com sinceridade.
— O prazer é todo meu, Aneor. Estou aqui para ouvir e para ser seu amigo, se você quiser, é claro — ele disse com gentileza, e suas palavras me confortaram de uma forma que eu não esperava.
— Quer experimentar uma cerveja? — Jake perguntou, oferecendo uma garrafa para mim.
Olhei para a bebida em suas mãos e senti uma pequena hesitação. Nunca tinha bebido cerveja antes, e estava um pouco na dúvida se gostaria do sabor ou se acabaria me arrependendo.
— Bem, acho que posso experimentar... — respondi, aceitando a garrafa com um sorriso tímido. — Mas confesso que estou um pouco receosa, nunca bebi cerveja antes.
Os outros ao nosso redor pareceram surpresos com a minha confissão.
— Sério? Nunca? — Eloise perguntou, parecendo intrigada.
— Nunca mesmo... — confirmei, dando de ombros.
— Então hoje é o seu dia de experimentar novas coisas! — disse o rapaz do violão, animado. — Vai adorar, tenho certeza.
Com um pouco de nervosismo, levei a garrafa à boca e tomei um pequeno gole. O sabor amargo da cerveja me surpreendeu um pouco, mas também senti uma sensação de refrescância e satisfação. Era uma experiência diferente, mas não tão ruim como eu imaginava.
— É... interessante. — comentei, tentando disfarçar minha inexperiência.
Jake riu suavemente, percebendo minha tentativa de parecer mais experiente do que realmente era.
— Leva um tempo para se acostumar ao sabor. É normal sentir um pouco de estranheza no começo. Mas com o tempo, pode ser que você acabe apreciando.
Enquanto eu me divertia com meus novos amigos ao redor da fogueira, Astaroth não deixava de fazer suas presenças em minha mente. Sua voz sussurrava palavras tentadoras e provocadoras, tentando me atrair de volta para seus encantos obscuros.
" Você vê, minha doce Aneor, mesmo quando você tenta escapar de mim, eu estou sempre aqui, presente em sua mente, pronto para despertar seus desejos mais profundos."
Engoli em seco, tentando ignorar suas palavras sedutoras. Eu não queria ceder à sua influência novamente, não queria me tornar prisioneira de suas tentações.
" Você pode tentar resistir o quanto quiser, mas eu sei o que você realmente quer. Você sente a atração, a conexão entre nós, é inevitável. Não há como negar a chama que queima em seu interior"
Respirei fundo, tentando encontrar forças para enfrentar aquele demônio dentro de mim.
"Saia da minha cabeça! Eu não pertenço a você, e nunca pertencerei!"
Minhas palavras soaram com mais determinação do que eu esperava. Eu estava decidida a não deixar que Astaroth me controlasse, a não permitir que ele dominasse meus pensamentos e emoções.
" Ah, minha querida, você pode lutar o quanto quiser, mas no fundo, você sabe que eu estou certo. Você sentirá minha presença sempre que seus desejos mais secretos se manifestarem."
Eu cerrei os punhos, sentindo a raiva se misturar com a determinação. Não importava o quão tentador ele pudesse ser, eu não permitiria que Astaroth tomasse o controle da minha vida.
" Chega! Eu não quero mais ouvir suas" palavras! Saia da minha mente!
A voz de Astaroth enfraqueceu e, finalmente, ele pareceu se afastar. Por um momento, senti um alívio, mas também sabia que ele não desistiria facilmente. Ele continuaria a me provocar e tentar me seduzir, mas eu estava determinada a resistir.
Jake colocou o braço ao redor dos meus ombros, trazendo-me de volta ao momento presente.
— Você está bem? — ele perguntou, preocupado.
Assenti com um sorriso.
— Sim, estou bem. Apenas alguns pensamentos confusos, mas estou lidando com eles.
Ele sorriu de volta, acolhendo-me com sua presença gentil.
— Não pense muito, sempre acaba piorando as coisas.
— Vou tentar não pensar já que diz — ri.
— Poderia me dar seu número?
— Claro. Eu não sou de ficar muito no telefone, mas tudo bem — peguei o celular do meu bolso e lhe mostrei meu número para que colocasse no seu.
— Te mando mensagem depois.
— Tá bom.
As horas se passaram e eu precisava ir, são três horas da manhã e eu estava cansada e tinha medo de meus pais perceberem que não estou em meu quarto. Me despedi de todos e fiz o mesmo caminho por onde eu vim.
" Gostou de hoje?"
Ignorei sua pergunta e segui o caminho até que escutei gritos, o que me assustou de primeira, mas segui achando de primeira que encontraria um crime acontecendo.
Mas o que eu vi fez meus olhos ficarem arregalados.
— O-oh meu Deus...! — um gemido e o som de tapas altos ecoado por entre as árvores — Tá doendo! A-ah! Não para! Ai...aí...a-ah — e um choro se iniciou.
Ele agarrou no cabelo dela e puxou com tanta força que possivelmente perdeu alguns fios, mas ela não parava de gemer, não parava de rebolar no pau dele. O vento trazia aquele cheiro forte de sexo e minha boceta começava a dar sinais de que desejava sentir aquilo também.
— Vou foder seu cuzinho agora, fique quieta... — ele disse pra ela enquanto se afastava um pouco.
— Amor... — disse manhosa — Aí não...
— Cala boca, sua puta! — bateu nela e eu cobri minha boca, assustada.
— Ele vai forçar ela... — sussurrei e foi então que senti um corpo pressionar ao meu com força enquanto meus peitos iam de encontro ao tronco da árvore.
— Ele não vai fazer isso com ela... — Astaroth sussurrou em meu ouvido, mordendo meu lóbulo e beijando meu pescoço.
— Mas ela disse não pra ele...
— Olhe com atenção, Aneor. Olhe para ela, ela se inclinou mais e inclusive está abrindo sua própria bunda para recebê-lo, ela não está expressando nada como ódio, nojo, tristeza, não está tentando escapar dele.
~ Coloque devagar, amor. Fode sua putinha do jeitinho que só você sabe fazer...
— Ela realmente quer... Mas por que está gostando de ser maltratada, ele bateu ela e está falando coisas tão feias sobre si...
— Isso é o sexo de verdade, Aneor. É o momento em que você pode libertar aquela parte suja que existe dentro de cada um de nós. Ela gosta de ser xingada e fodida do jeito que está sendo, se não gostasse tudo que ela precisaria fazer era se separar dele ou falar que aquilo machuca, que aquilo incomoda e que ela não quer mais.
~ Eu te amo tanto... ~
Ela vira o pescoço em sua direção, buscando seus lábios, e ele a beija com fervor.
~ Eu também amo você, Meu girassol.~
~ amo tanto...
~ Tanto...
E ela repete aquilo diversas e diversas vezes, em um sexo mais lento e menos agressivo que antes, onde eles falam sem medo que se amam.
Distraída com tantas perguntas, sem que eu perceba Astaroth acaricia meu ventre, e um arrepio toma todo meu corpo assim que seus dedos gelados alcançam minha pele.
— Você está molhada, está quente, está excitada por ver um casal se amar. Me deixe aliviar você, Aneor. Prometo que se sentirá a pessoa mais gostosa no mundo, se sentirá adorada como uma deusa. Eu imploro... — Sua pélvis roça em minha bunda e a sensação de ser a causa do volume em sua calça piora todo aquele tesão em meu corpo.
— Você implora..? — falei me sentindo ofegante.
— De joelhos e com a língua enterrada na sua boceta se assim desejar...
— Tudo bem, mas tenha cuidado...
Eu provavelmente vou me arrepender por isso depois, mas simplesmente não consigo controlar aquela sensação, aquele desejo.
Meus olhos não desviam nem um segundo do casal. Minha calça desliza por minhas coxas junto da calcinha, o frio bate com força, me arrepiando ainda mais e me trazendo o desejo de colocar aquela calça de volta o mais rápido possível.
E piora quando cada lado da minha bunda é arreganhada pra si enquanto meu quadril empina em sua direção. Minha boceta melada se aperta de frio assim que fica exposta, e se eu achava aquela sensação eletrizante, eu fui perceber a verdade quando a língua do demônio me tomou em sua boca.
Minhas costas arquearam e um gemido mudo escapou de minha garganta. Que sensação dos infernos!
Cada parte do meu corpo parece reagir com os movimentos que ele faz lá embaixo, tão quente e gostoso.
— Meu Deus! — botei minha mão pra trás por instinto, o que me fez envolver minha mão em seu cabelo e puxar com força enquanto minha boceta pinga de tesão e saliva, sendo invadida pelo músculo sem pena. A sensação aumenta quando os dedos longos e grossos dele acaricia meu clitóris com força e sem dó. Meu grito ecoa e sinto que algo está prestes a vazar da minha boceta enquanto um calor desconhecido se espalha, começo a suar bem mais que antes, nem mesmo o frio consegue me atingir. Meus peitos estão sensíveis e duros por sua causa.
Meu corpo tensiona a cada toque e espasma sempre que os movimentos acontecem em meu interior.
— Pare... — pedi em meio a um choro repentino — Quero fazer xixi...
Mas ele continua, e então a onda chega. Os meus olhos viram, um gemido falhado escapa de minha boca e de minha intimidade sai um líquido tão quente como fogo, Astaroth permanece embaixo de mim, com a cara enfiada em minha boceta, bebendo tudo sem parar pra respirar, sem parar pra nada. E quando finalmente ele para e o silêncio permanece eu caio de joelhos no chão enquanto as lágrimas continuam.
Estou envergonhada.
O demônio me vira para ele preocupado.
— O que aconteceu?
— Fiz xixi... — e ele cai na risada.
— Não, você não fez.
— Mentiroso... — e o choro piora.
— Você gozou, querida. Você gozou pela primeira vez, e isso é normal, um pouco raro, mas normal.
— É estranho...
— Sim, é — sorriu.
— Estou cansada, não tenho forças pra levantar.
— A partir de agora deixe que eu resolva todo o resto. Apenas durma por agora.
E de repente tudo escurece.
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Atualizado até capítulo 45
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