Não senti dor, mas os toques do demônio em minha pele provocaram uma fervura dentro de mim, e eu suspirava a cada carícia, ansiando por mais. Sua intenção de acabar com minha vida parecia real, mas havia algo irresistível em sua presença.
— Você gostaria de conhecer o meu mundo? — ele perguntou, com um sorriso malicioso dançando em seus lábios.
— Seu mundo? Você está se referindo ao inferno? — respondi, minha voz carregada de nervosismo.
Ele riu suavemente, o som sedutor ecoando em meus ouvidos. — O inferno é apenas um dos muitos lugares, querida. O que eu desejo mostrar a você é onde todos vão para se libertar da tristeza. Um lugar onde podem fazer o que quiserem, sem julgamentos. Afinal, todos que vão lá compartilham do mesmo motivo.
Curiosa e um tanto inquieta, perguntei: — A que lugar você está se referindo?
— Uma boate, é claro — respondeu ele com confiança. — Você nunca esteve em uma, mas tenho certeza de que vai amar estar lá esta noite.
Senti uma mistura de empolgação e apreensão. — Mas eu não posso sair de casa... — falei hesitante.
Ele ergueu meu queixo, prendendo meus olhos aos seus, enquanto seus olhos brilhavam com um brilho sinistro. — Querida, você invocou um demônio — sussurrou ele, sua voz enevoada de tentação. — Escapar um pouco de suas obrigações e regras não vai piorar sua situação nem mesmo em um por cento. Deixe-me mostrar meu mundo. — Ele estendeu a mão para mim.
Olhando em seus olhos ardentes, tomei uma decisão impulsiva. — Desde que esse lugar não seja uma caverna de chamas infernais, eu aceito. — Peguei sua mão, permitindo que ele me guiasse.
Ele me presenteou com uma roupa que era completamente diferente de qualquer coisa que já tinha visto em meu guarda-roupa. Era curta, preta, decotada e brilhante, com pequenos diamantes cintilando ao longo do tecido.
— Incrível! De onde você tirou isso...? — perguntei, perplexa.
Ele sorriu com malícia, deixando um ar de mistério no ar. — Eu tenho meus truques — respondeu enigmaticamente. — Vista-se e pule pela janela.
Uma pontada de medo me atingiu. — Você está tentando me matar ou algo assim?
Ele riu suavemente, aproximando-se de mim. — Eu te seguro, não precisa se preocupar com mais nada além de se divertir — sussurrou em meu ouvido, enviando arrepios por todo o meu corpo.
Aquelas palavras encorajadoras foram suficientes para que eu desistisse de qualquer dúvida. Eu me vesti com a roupa sedutora que ele me deu e, sem hesitação, pulei pela janela, seguindo-o para o desconhecido.
Não precisei dar um passo sequer. Assim que pisquei, já estávamos em frente a uma boate. O som era ensurdecedor, a ponto de minha cabeça começar a doer, mas mesmo assim entrei.
— Experimente um pouco — ele me ofereceu quando passamos pelo bar, pegando um copo para mim.
— Não sou fã de álcool — respondi hesitante.
— Vamos lá, é só um gole. Apenas experimente — insistiu.
— Tudo bem... — Peguei o copo e virei de uma vez. Era doce demais, enjoativo até.
— Eca — murmurei, fazendo uma careta, enquanto ele ria.
— Você se acostuma — disse ele, divertido.
Logo à frente, a pista de dança estava lotada. Homens e mulheres dançavam em perfeita sincronia com a música, um ritmo frenético que os envolvia, levando-os a se mover colados e de maneira provocante, como se estivessem hipnotizando seus parceiros de dança. Olhei para o demônio enquanto meus pés me levavam automaticamente em direção à pista.
Ele cruzou os braços e me encarou com curiosidade. Meu coração acelerava, ameaçando parar a qualquer momento. Meus quadris começaram a se mexer por conta própria, seguindo o ritmo da música. Olhei novamente para ele e seus olhos vermelhos pareciam ainda mais sedutores enquanto me observavam.
Depois de dançar muito, pular, rebolar e fazer tudo o que me libertou das sensações sufocantes de casa, parei, ofegante e envergonhada, voltando na direção em que o demônio me encarava como se fosse me devorar.
— O que está olhando? — perguntei, alisando meu braço, sentindo a timidez me envolver.
— Você... — ele se aproximou, segurando minha cintura e sussurrando em meu ouvido com uma voz que fazia todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.
— O que você vê em mim que é tão interessante? — perguntei, ansiosa por sua resposta.
— Se eu contar, não conseguirei me controlar, e tenha certeza, Aneor, se eu o fizer o que desejo, você desmaiará — ele respondeu, sua voz carregada de um desejo incontrolável.
Meu corpo parecia rendido aos seus encantos, e o calor aumentou quando ele segurou minha cintura e seus lábios roçaram minha orelha. A cena toda desapareceu quando ele finalmente falou:
— Chega de festa por hoje. Vamos embora.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
K. Demes
acho que a menina ta em coma e ta sonhando
2024-03-02
0
vilma assis
🤣🤣🤣🤣eu acho que ela está sonhando 🤣🤣🤣
2023-11-11
4