YARA NARRANDO
Quando chegamos na porta do quartinho que tem dentro do quarto do pajé, não aguentei ficar parada ali sem ajudar em nada.
Antes que a Fabi trancasse a porta, saí correndo, mesmo ela me chamando eu não voltei, não posso perder minha família novamente.
Desci a escada correndo, no escritório do Pajé tem uma madeira, excelente para se defender, aqui não temos arcos e flechas, lembrei da visão que tive, a pescoçuda estava amarrada chorando, preciso encontrar o pajé.
Saí da casa, o barulho das armas de fogo era muito alto, ensurdecedor o medo veio até mim, mas não me deixei abalar, não vou fugir dessa luta, vou defender o meu novo lar.
Um homem dos que trabalham para o pajé tentou me impedir, mas mostrei para ele que sou guerreira e bati na cabeça dele com o pedaço de madeira, fez toc, funciona bem.
— Tá doida Índia?
— Meu nome não é índia Meu nome é Yara e se você tentar me segurar novamente eu vou bater de novo.
Ele não Falou nada e nem tentou me impedir, sai correndo sem saber nem para onde estava indo, vi muitos homens correndo com as suas armas nas mãos, pareciam verdadeiros guerreiros pronto para defender o seu povo, eu também vou defender minha tribo junto com os guerreiros.
Fui me esquivando, segurando aquele pedaço de Madeira, quando senti algo me chamando simplesmente me deixei seguir pelo meu instinto, quando vi um homem tentando matär o pajé.
Não sei explicar, mas me senti forte e corajosa como uma leoa, não vou deixar que façam mal a ele, todos do Morro São meu povo, mas o pajé, a Thais e o Lobão são a minha família.
Fui devagar pelo cantinho igual uma onça quando vai acuar sua presa, fui me aproximando e bati com a madeira na cabeça do homem, que no mesmo momento soltou Pajé, foi quando ele prendeu o homem pelo pescoço.
Nessa hora Ninão se aproximou de nós gritando, o pajé mandou que ele me levasse para casa, eu não queria voltar para casa queria ficar e lutar com eles.
— Eu não quero ir embora, eu quero lutar e ajudar o Morro.
— O pajé mandou te levar Mina, não embaça.
— Eu não vou, eu vou ficar, vou lutar com você.
— Comigo não, o pajé além de ser seu namorado é meu chefe, mandou te levar, sacou?
— Não Sacou.
Ele tirou o seu cocar que aqui no morro tem outro nome, coçou a cabeça, e ficou apontando para frente.
— Vamos Yara.
Me recusei a andar, o ninão pegou no meu braço eu não gostei dessa atitude dele e com a outra mão bati com um pedaço de madeira em sua cabeça.
— Porr@, tá doida Caralhø.
Logo Ele olhou para mim e percebeu que estava falando palavras feias comigo.
Logo ele se desculpou e quando menos esperei ele tomou o pedaço de madeira da minha mão, mas logo teve que me devolver pois os inimigos estavam chegando.
— Se acontecer alguma coisa com você o pajé vai me matär, se eu morrer a culpa vai ser sua.
Não falei nada, pensei que ele tem razão, ele começou a cuspir fogo com a sua arma, sempre me protegendo.
Teve um momento que a arma parou, o ninão começou a gritar algo, ele dizia repetidamente.
— Füdeu, Füdeu foi tudo
Eu não entendi o que ele queria dizer com aquilo, um homem se aproximou de nós, o ninão me empurrou para trás e começou uma luta.
Me aproximei e bati com o pedaço de madeira na cabeça do homem que ficou tonto, bati mais outra vez, foi quando o ninão puxou o braço dele e tomou a arma, o ninão ia matar ele mas pedi que ele não fizesse isso.
— Você vai matär ele?
— Claro.
— Não tira a vida dele, coloca ele para dormir.
— Eu não posso deixar ele viver, ele pode matär o pajé.
Virei de costas e tapei os ouvidos, a arma cuspiu fogo mas eu não tive coragem de olhar para trás, logo Ninão colocou as mãos na minhas costas me empurrando para frente, tivemos que parar algumas vezes para que Ele pudesse cuspir fogo com a arma que ele tomou do outro homem.
Usei o pedaço de madeira mais algumas vezes, assim que entrei dentro da casa do Pajé a Fabiana estava por trás da escada, ela correu, me abraçou e saiu me puxando para o lugar onde estava.
— Você é louca Yara sair no meio desse tiroteio, se tivesse acontecido alguma coisa com você o Pajé iria me matär
Não entendo porque a Fabiana assim como o Ninão acha que o pajé iria matär eles.
Assim que parou aquele barulho de tiro, Soou o barulho estrondoso no céu a Fabiana me abraçou falando que tinha acabado e que o pajé venceu essa batalha.
Comecei a dançar agradecendo ao deus da força, sei que ele nos ajudou e guiou o pajé e seus guerreiros nessa luta.
O Ninão entrou na casa e me viu dançando, ficou falando que sou muito doida, perguntei pelo Pajé e o Lobão e ele me falou que eles estão bem, pulei de alegria, Thais está cuidando dos enfermos, nessa batalha não perdi minha família.
Subi para o quarto, fui tomar banho, hoje vou fazer a refeição, preparar um peixe assado, peixe, além de ser nobre ele nada para frente, assim como os peixes devemos apenas ir para frente.
Eu estava na cozinha, preparando os temperos, quando senti o cheiro do pajé, Neide a mulher que também trabalha na casa perguntou porque eu estava sorrindo.
— Porque está sorrindo?
— O pajé Chegou.
Ela ficou me olhando sem entender, logo a Fabiana chegou na cozinha falando que o pajé chegou e subiu.
Quando coloquei o peixe no forno do fogão, o pajé foi até a cozinha gritando a Fabi, perguntando por mim.
— Estou aqui.
Ele me olhou da cabeça aos pés e sorriu.
— Solta isso aí e vamos ter uma conversa mocinha.
Lavei bem as mãos e fomos conversar, no escritório, mas antes de chegarmos o pajé e eu nos beijamos, um beijo de amor.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Dilma Bandeira de Jesus
vixe Maria Yara vc com esse porrete de madeira na mão é mesmo um perigo
2025-03-17
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Mclaudia Oliveira
o pobi do Ninão😂🤣😂🤣
2024-12-03
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Celia Chagas
Ela está me lembrando da Débora com sua pá kkkkk 😁😁
2024-11-24
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