YARA NARRANDO
A Thais se recolheu, ela estava precisando ficar um pouco só e se reconectar consigo mesma, ela não aceitou muito bem a passagem do Cadu, ele era mal e teve a passagem que mereceu.
O pajé sentou do meu lado no sofá e começou beijar o meu pescoço, falando que ama o meu cheiro e só ele pode sentir assim.
— Pajé, você não pode falar dessa forma com a Thais, ela está sofrendo, Cadu era uma pessoa do mal, mas ela não sabia.
— Desculpa Gatinha, não vou falar mais nada, tá bom?
— Vai ficar mudo?
Ele me olhou e começou a rir, falando que sou uma figura, não entendi bem, às vezes eles usam expressões que não consigo compreender apenas quando bem explicado, figura, sacou, Mané, Otarïo, e o maiôs feio de todos que o pajé e o Lobão falam é cüzão.
— Não vou ficar mudo, eu quis dizer apenas que não vou mais tocar no assunto, para não magoar ainda mais a Thais e você não dar bronca em mim.
— Compreendi, mas o que é dar bronca?
— As vezes esqueço que seu vocabulário é diferente do meu, dar bronca é Chamar atenção, isso que você acabou de fazer.
Expliquei a ele que a nossa emoção não pode ser maior que a nossa razão, as vezes pelo calor da emoção nós deixamos levar e falamos coisas desagradáveis, que mágoa o próximo e mágoa o nosso espírito, um espírito magoado nós leva a uma vida amargurada e triste.
— Você fala bonito, é uma índia linda e sabia.
— Falo como meu pai me ensinou.
Ele acariciou meu rosto e beijou meus lábios de forma doce, conversamos um pouco mais e fui preparar uma sopa para Thais, ela precisa renovar suas energias.
Escolhi os melhores legumes e verduras, cozinhei cantando, Fabiana a Moça que trabalha na casa, ela sempre diz que sou um anjo na vida do Pajé e da Thais.
Sei que não sou um Anjo, mas tento ser um ser de luz, quero trazer minha cultura para minha Nova tribo.
Na tribo eu cozinhava muita sopa, existem para várias ocasiões, agora estou cozinhando a sopa da Alegria, cantei para o deus do Amor trazer Alegria através dessa sopa para a vida da Thais.
A Sopa já estava pronta, a refeição da noite também, fui chamar o Pajé que estava reclamando sozinho, ele sempre está irritado com algo ou com alguém.
Fomos fazer a refeição da noite, a Thais preferiu ficar no seu quarto, pedi a Fabiana que separasse uma porção de sopa e um pão sem fermento para Thais,.
Pajé gosta de conversar durante a refeição, ele me faz sorrir até nesses momentos, terminamos nossa Refeição e fomos levar a da Thais.
Coloquei em uma Cuia de louça, arrumei o pão e também coloquei um copo de suco e fiz um preparado para ela descansar, bem.
— Trouxe para você.
— Obgda, Yara, mas eu não quero comer.
— Vai comer sim, Saco vazio não para de pé, amanhã você vai ajudar os enfermos, como vai ter força para cuidar de alguém se não está cuidando de si própria.
Ela me olhou com os olhinhos lacrimejados e começou a chorar falando que não era tão forte assim como eu.
— Claro que você é forte, você é uma mulher, uma guerreira, nós somos fortes, a mãe natureza nos fez assim, você só precisa se conectar consigo mesma e descobrir a força que tem dentro de você.
— Me ajuda a ser igual a você Yara.
— Você não será igual a mim, você terá a sua própria dependência, sua própria força, mas eu vou te ajudar a se conectar e você vai ser uma das maiores guerreiras.
Fiquei aí do seu lado enquanto ela tomava sopa meio que forçada, não posso me descuidar dos cuidados com o pajé e com a Thais se deixar eles não comem direito, uma boa alimentação ajuda a fortalecer o corpo e também a mente, a nossa mente é a nossa maior aliada, assim como pode ser o nosso pior inimigo.
Depois que ela tomou toda a sopa, pedi que ela tomasse um banho e fosse descansar, amanhã é um novo dia, vou me acordar cedo e vamos meditar para nos conectarmos a mãe natureza, tenho certeza que a Thais será uma mulher independente e saberá quando as pessoas do mal se aproximarem dela.
O pajé em um momento falou nada, apenas ficou me observando, só saímos do quarto quando a Thais já estava acomodada em sua cama.
O pajé já me puxou para o quarto dele, ligou a TV deitou e ficamos abraçados, ele faz uns carinhos bem gostosos na minha cabeça.
Levantei um pouco o rosto e selei os nossos lábios, O Pajé se virou um pouco mais e ficamos frente um para o outro, a língua dele estava passeando sobre a minha causando arrepios e sensações gostosas no meu corpo.
— Preciso tomar banho.
Falei já me levantando da cama, as mais velhas falavam sempre que não podemos ceder as investidas do Homens, precisamos usar nossas artimanhas e fazê-los ficar loucos por nós.
O Pajé ficou me olhando com uma cara divertida, ele também estava Gostando, mas preciso me reconectar comigo, sei que ele é meu companheiro, mas ainda não estamos na lua do Amor.
A Lua está Minguante, nosso amor pode minguar e isso nos faria sofrer e ser infeliz.
Fui para o meu quarto, tomei banho e assim que saí da casa de Banho o Pajé estava sentado na minha cama.
— Porque você fugiu?
— Já repeti várias vezes, mataräm minha família.
— O quê?
Ele começou a sorrir, esperei ele terminar de sorrir, acalmar a respiração e me falar o porquê de tanta risada.
— O que foi de tão engraçado.
— Eu perguntei porque você fugiu de mim, fugiu do quarto.
— Há, não fugi, vim tomar banho.
Conversamos um pouco e eu expliquei a ele que não pode me tocar intimamente ainda.
— Porque se você é minha companheira?
Fiquei muito feliz ouvindo ele falar que sou sua companheira, é isso que quero ser para Sempre, companheira do pajé.
***** AUTORA ****
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Anonymous
Autora, não é por nada, mas, a foto do Lobão não tem atrativo nenhum, achei na imaginação um. Cara lindo.
2025-03-15
0
Dilma Bandeira de Jesus
oh meu Deus que sábias palavras autora
2025-03-15
0
Karol Oliveer
Essa Índia é ilaria kkkkkk
2024-11-13
3