CAPÍTULO DESESSEIS

PAJÉ NARRANDO

 Assim que cheguei em casa perguntei a Neide pela Yara que me falou que ainda estava no quarto, e a Fabiana estava esperando por ela para almoçar.

Toquei no trinco, a porta não estava trancada com a chave igual de manhã.

Assim que entrei no quarto a Yara estava deitada no chão, parecia estar sem forças, corri peguei ela no colo, ela me falou que estava fraca.

Quando estávamos almoçando, o Radinho anunciou a invasão, os tira, soltei o prato e corri.

Passei o Rádio para o Lobão que estava no QG. Ele vai ficar responsável pela torre, aqui não tem moleza pra cana não, da torre conseguimos ver sem ser visto e isso nos dá uma grande vantagem.

Não tivemos tempo de bolar nenhum plano, mas vida de Bandidø é assim mesmo, tem que ser sagaz no improviso.

— FABI, LEVA A YARA PARA O COFRE, CUIDA DELA.

 Saí voado para o Barraco, assim que cheguei lá a Paloma estava chorando, o Pr está pensando que vai salvar mamãe e filhinho assim tão fácil está enganado.

— Fala aí vadïa, foi tu não foi?

— Eu não fiz nada.

— Escuta bem, a tua vida está na mão do teu Macho.

 Mandei desamarrar ela e saí puxando pelo Braço, meus Vapor servindo de escudo, a Paloma não parava de chorar, não tenho um pingo de dó.

 Se queria o meu mal, quero o dela em dobro, falei no radinho espalhando para geral que estou descendo com a Paloma bora ver quem é mais esperto agora.

— Pajé, por favor me solta, vai acabar morrendo nós dois no meio desse tiroteio.

 Nós estávamos descendo no meio das balas, não estou nem aí, se eu tivesse medo de morrer não estaria nessa vida.

— Você ajudou a armar todo esse circo, Então tem que participar do espetáculo.

Descemos até uma certa parte sempre estou trocando tiros, os moleque que estavam comigo não descuidou um segundo, Todos sabem que sou o estilo de chefe que ajudo, levanto e fortaleço, mas se vir de trairagem eu arranco a cabeça em praça pública, por isso todos são leais a mim, assim também como sou leal a eles, pelos meus vapor sou capaz de dar minha vida.

 Todos esses anos, tomando conta do Morro do Rodo, só tivemos dois casos de vapor x9 e os dois tiveram o mesmo fim, a cabeça arrancada em Praça pública, na entrada do Morro, para servir de exemplo.

 Não vou catar ninguém na porta de casa para servir ao comando, mas se vim me procurar estendo a mão e exijo lealdade e respeito.

 Assim que cheguei em uma casa desocupada que tem na rua 5, entramos com a Paloma, deixei um vapor de olho nela e caí no meio do fogo cruzado.

Já fazia um bom tempo que estávamos trocando tiros, eles estavam avançando ao invés de recuar.

Até que ouvimos no megafone alguém mandando eu me entregar só pode ser piada uma coisa dessas, no meio de uma chuva de bala senti um mata-leão.

— Onde está a Paloma, seu bandidø de merd@?

— Na casa da püta que te pariu

Ele apertou ainda mais, mesmo eu tentando me livrar não estava conseguindo pela posição.

Quando ouvi um, toc, ele me soltou rapidamente, virei e era Yara com porrete na mão aí foi a vez que eu peguei o PR. Usando mesmo golpe só que não fui piedoso apaguei ele.

— Você o matou?

— Não, Meu amor, só botei pra dormir.

 Pedi que os meninos fizessem a escolta dela, levando de volta para casa, agora não estou com tempo para brigar com a Yara, só sendo muito doida sair no meio desse tiroteio.

 Avisei pelo meu radinho que tinha pegado o Pr foi quando seus homens começaram a recuar.

 Tenho que agradecer a Yara ela salvou a minha vida devo mais uma a minha gatinha, mas antes de agradecer vou dar uma bronca nela, essa selva de pedra não é igual a que ela está acostumada, os animais aqui são mais ferozes e gostam de sangue muito mais que os animais que ela está acostumada.

 Sai arrastando o Pr desacordado até a casa onde a Paloma estava, amarramos ele, joguei um um pouco de água gelada em seu rosto rapidinho ele acordou.

 O tiroteio durou mais alguns minutos, o silêncio reinou no morro, pouco depois ouvimos os fogos é sinal que vencemos a batalha, mas vivemos sempre em guerra.

— Acabou, vencemos mais essa, acho que o plano do casal em me derrubar não deu certo.

— Eu não tinha plano nenhum, já te falei mil vezes, por favor me solta, pensa no meu filho, se eu perder essa criança Vai ser culpa sua

— Me responde porque eu tenho que pensar no seu filho, se você mesma não pensou?

Ela não falou nada, ficou calada o PR estava bufando olhando para ela, parece que teremos uma Dr.

— Se vocês quiserem ter a última briga aqui nesse plano, fiquem à vontade, porque daqui vocês vão direto para o segundo andar.

O Pr me olhou perguntando que segundo andar é esse, olhando para o teto, mas é muito burro, peguei minha pistola que estava em cima da mesa encostei na cabeça da Paloma

— Tá vendo essa pistola aqui? eu destravo, puxo o gatilho que vai servir de elevador para ela chegar no segundo andar.

 E lá vai a Paloma começar a chorar de novo, dessa vez ela começou a gritar culpando o Pr por estar nessa situação, que não ficou calado para levar a culpa sozinho.

 Deixei o casal discutir um pouquinho, sabemos que essas brigas apimenta a relação, quando vi que não iam chegar a lugar nenhum, interrompi, e agora eles vão me dizer qual era o plano além de me matär.

— Chega vocês dois, eu vou fazer umas perguntas se não me responder de forma correta vai tomar um tiro, vai ser muito divertido fazer os dois de peneira.

Falei e encostei a arma na barriga dela, eles têm que entender que não estou para brincadeira e erraram quando decidiram cruzar o meu caminho.

 Quando se entra no Rodo só tem duas Opções ou é aliado o é Inimigo.

Aquele que escolhe ser meu inimigo tem que ser ágil e esperto que eu.

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