PAJÉ NARRANDO
SETE DIAS DEPOIS
A Yara é uma garota incrível, prometi a mim mesmo que eu vou cuidar e proteger ela, o seu sorriso largo, os olhinhos brilhantes, um cabelão preto liso, tudo isso é um conjunto de coisas maravilhosas que ela tem, que realça mais ainda a sua beleza interior.
Ela está cuidando de mim com toda dedicação, até sopa ela fez, ela está cuidando do curativo, sempre falando da sua cultura do seu povo enriquecendo a minha vida com seus conhecimentos .
O único problema está sendo a Paloma, essa mulher já está me irritando assim que a Yara me der alta vou colocar ela e seu devido lugar.
Paloma é uma professora que dá aula aqui na comunidade, temos um rolo a mais de um ano mas nunca passou de uma tränsa e cada um para o seu lado, nunca cobrei nada dela e também não deixo que cobre nada de mim.
Na verdade eu estou encantado pela Yara, o único problema é que ela é muito nova, um ano mais nova do que a minha filha, também tem a questão da Yara ser pura de coração e pelo que entendi ela também é pura de corpo nunca foi tocada.
— Pajé? Está acordado?
Parece que o meu pensamento chama ela, é só eu pensar nela que a mesma bate na porta.
— Pode entrar Gatinha.
A primeira vez que chamei ela de gatinha ela ficou mais ou menos uns cinco minutos rindo sem parar, falou que gatos são animais irracional e ela é racional por isso não pode ser chamada de gata.
Expliquei para ela que na zona urbana, Gatinha quer dizer linda, e o sorriso dela ficou ainda mais perfeito de um jeito envergonhado.
— Bom dia, como está se sentindo hoje?
— Estou bem Gatinha, já posso sair.
— Não pode, o Sr. ainda não tirou os pontos.
Yara é bem despachada, todos os dias de manhã quando entra no meu quarto, pergunta como estou, já vem olhar os pontos e fala que estou indo bem, e diz para continuar assim.
Ela não me deixa fazer nada, passo o dia todo Deitado, sentado, andando no corredor com ela no meu calcanhar, ela no meu calcanhar é a melhor parte, a gente conversa bastante, ela é muito inteligente e divertida.
Para Matar o tempo, assisto TV e mexo no celular, o Lobão que está tomando conta do QG. nos falamos por mensagem ou no rádio, também todos os dias ele vem me ver mas não estou gostando da amizade dele com a Yara.
Eu tinha outra visão sobre os índios, mas Yara me falou que a diferença é a forma como cada Cacique ensina o seu povo.
A tribo dos Boras, é a tribo que ela faz parte ou fazia, eles investem na educação e cuidam das mulheres e crianças.
— O que você acha de tomar sol no Jardim, enquanto cuido das roseiras.
— Posso sair do cativeiro, doutora?
— Não está no cativeiro, tomar sol no Jardim Claro que pode, vai fazer bem, já faz sete dias, então pode.
Tomei banho, Yara aplicou o remédio e saiu do quarto, Ela sempre me vê de calção, até porque sempre gostei de ficar sem camisa, e é impressionante, ela não me olha com maldade e sim com carinho.
Quando terminei de vestir minha roupa, passei um perfume e quero ficar cheirosão, assim que cheguei na escada, ouvir a voz da Yara.
— Me solte.
De onde eu estava ainda não dava para ver a parte da sala de onde vinha a voz dela, acelerei os passos, senti uma fisgada no ferimento mas eu não parei, continuei andando rápido, quando cheguei na metade da escada consegui ver a Paloma segurando o braço da Yara.
Yara falou de uma forma diferente, ela parece muito bem saber se defender mas não vai precisar, a casa é minha ela é minha protegida e já está na hora de me livrar da Paloma.
— Solte o braço dela agora antes que eu arranque o seu.
Ela soltou o braço da Yara, Paloma me conhece muito bem, não gosto de bater em mulher, Mas se for para defender quem eu gosto, desço a mão seja lá em quem for.
— Você, seria capaz de me machucar por causa de uma pessoa que você mal conhece?
— Acho Melhor você sair da minha casa e não voltar mais, se quiser continuar dando aula, fique à vontade, as crianças do Morro precisam, mas aqui na minha casa você não é mais bem-vinda.
Ela me olhou com o anjo nos olhos e falou que ia pedir a transferência para dar aula em outro lugar desde ombros para mim tanto faz como tanto fez de uma coisa é certa as crianças não ficarão sem estudar.
Assim que ela saiu já passei o rádio para geral avisando que ela está proibida de entrar na minha casa e circular sozinha pelo morro, é da barreira para escola e da escola para barreira.
Quando eu falo barreira Yara balança a cabeça que não, diz ela que não tem barreira nenhuma, me divirto demais com essa garota.
Tomamos café da manhã e ela foi para o Jardim cuidar das roseiras nem quando eu tinha jardineiro, aqui era tão bem cuidado assim.
Yara cuida do jardim, cantando, fiquei sentado admirando ela cantar, conversar com as roseiras, vi ela pedindo permissão a uma planta para cortar um galhinho, doida de pedra.
— Porque tá falando com plantas, maluca?
— Não sou maluca, as plantas têm vida, sabia? Assim como nós, tem uma metáfora que fala que as plantas são como o amor entre os humanos, tem que ser regada, podada, nada pode ser demasiado, nem muito pouco, tudo tem que ser na medida certa, então conversar com a planta podar, regar, adubar vai fazer dela uma planta vistosa, bonita, viva Assim como as pessoas que são amadas.
Me perdi no raciocínio na metade da fala dela, ela é muito linda, fui tirado dos meus pensamentos com ela perguntando se eu entendi.
— Entendeu?
Balancei a cabeça que sim, claro, com toda certeza, mas na verdade eu não entendi porr@ nenhuma.
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Atualizado até capítulo 80
Comments
Dilma Bandeira de Jesus
😅😅😅
2025-03-15
0
Marta Hedwig Schley
tô gostando
2024-12-31
1
Denise Sousa
/Angry//Angry/
2024-12-06
0