cap_ 15

Ele é um homem bastante atraente, os seus olhos são penetrantes ao ponto de deixar qualquer mulher acanhada, corpo esbelto em músculos que combina perfeitamente com sua estrutura corporal, braços fortes e ombros largos, seu rosto fino com uma bela boca.

Está sempre usando terno, suas conversas curtas e direto. O tipo de pessoa que parece não correr sangue em suas veias.

Encarar seus olhos de perto é uma sensação estranha, pois ele consegue ser incrivelmente sedutor. Camila não conseguiu disfarçar o quanto mexeu com sua cabeça o olhar de Felipe. Ficando corada como todas as mulheres que se apaixonam por ele.

Vendo como ela tenta tocar seu corpo, me sinto ridiculamente estranha. Abrindo uma pontada de ciúmes com raiva, está mulher consegue ser insuportável em todas as línguas.

Felipe começou a rir da situação inesperada, olhou para meu marido e puxou o corpo de Camila pela cintura. Ela estava bem animada com a pegada, praticamente se jogando em cima dele.

Meu marido não falou nada, virando o rosto desconfortável. Ambos estamos desconfortáveis com essa situação, Felipe deslizando a mão em seu cabelo e quase lhe beijando.

Fechei os olhos para não ver essa imagem, doeria demais perder um amigo para essa mulher que me fez tanto mal.

— Não seja ridícula. — Falou no seu ouvido. — Nunca me envolveria com uma mulher como você.

Camila ficou ofendida querendo acertar um tapa em seu rosto, humilhada pela rejeição dele. Foi retirada do quarto pelos seguranças sobre vários xingamentos direcionados ao Felipe.

Ele caminhou até mim com um belo sorriso sarcástico, passando a mão na minha cabeça gentilmente.

— Não se preocupe, bobona. Jamais olharia para uma mulher como ela, nem sequer chega perto do meu tipo ideal.

Mordo os lábios tentando conter a irritação que sinto, o cheiro do perfume dela grudada no corpo revira meu estômago.

— Está com o cheiro dela. — Digo afastando sua mão irritada.

Felipe riu, pegando a máquina de cortar o cabelo.

— Terá de aguentar um pouco, temos que terminar de fazer o seu corte.

Encaro o seu rosto bastante, nervosa e ele fica rindo sem parar.

— Vá embora, Felipe! — Digo com raiva.

— Oh, está bem! Não se irrite.

— Estou falando sério! Vai!

Felipe ri tanto que começa a doer seu estômago, fico muito estressada e acerto um travesseiro no seu rosto.

Meu marido não gostou nada dessa intimidade na sua presença, contorcendo seu rosto em ódio. Ficou bem irritado ao ver Felipe beijando minha testa. Quase o agredindo, mas Felipe com o olhar de uma serpente solta seu mais letal veneno.

— Por que está nervoso? Não é o mesmo que faz com sua amiga?

Gabriel abaixou o punho totalmente em branco.

— É diferente. — Tenta justificar.

— No quê? Por que Elisa é obrigada a conviver com sua ex-namorada? Me diga onde está escrito que só você pode ter " amigas"?

— Fique longe de minha mulher! — Empurra ele.

Felipe encarou a mão que bateu no seu peito e levantou os olhos na direção de Gabriel.

— Está ficando muito atrevido, pintinho.

— Por favor, não briguem. — Peço apreensiva de Felipe acabar com Gabriel.

— Ah! É mesmo, você ainda gosta desse babaca, por hoje vou deixar passar como um presente para seu novo penteado. — Encara Gabriel. — Na próxima vez que me tocar, vou garantir que elas sejam separadas do corpo .

— Sabe quem eu sou? Acha que pode me ameaçar!?

— Pintinho, deve aprender com quem pode gritar e com quem deve manter a merda da boca fechada.

— Quem é você? Como conheceu Elisa? Elisa te contou o que se passa na nossa casa? São tão íntimos para falar da vida pessoal?

Felipe sorri em cheio de malícia no ar de prepotência.

— Está é a grande diferença entre mim e você. — Toca no seu ombro e fala algo baixo no ouvido.

Gabriel fica pálido como um difunto, ouvindo quieto como se fosse uma presa diante do seu caçador.

Pedi explicação, no entanto Felipe gentilmente me abraça dando petelecos na testa, mandando se preocupar com a recuperação. Os dois ficaram dando voltas, evitando responder às minhas questões.

O médico responsável pelo meu tratamento apareceu para levar para mais uma sessão de quimioterapia, escapando Felipe das perguntas. Ao mesmo tempo, teve a oportunidade de Gabriel me acompanhar.

Não senti confortável com ele por perto, foi visível no meu rosto. As outras pacientes que ajudaram nos meus piores momentos estavam felizes por estar com o crápula do meu marido.

Ele agiu como queria que tivesse sido no começo do tratamento, porém não sei como explicar a irritação que sinto.

Estou furiosa com seu carinho e gentileza, a forma que segura no meu cabelo enquanto estou vomitando, dando leves tapinhas na minha costa. Vindo lembranças dele com Camila sorrindo por todos os lados.

As pessoas elogiando a beleza dela, me tratando como se fosse sua amante e destruidora de lares. Lembrei das palavras dele, o tapa no rosto e a forma que olha carinhosamente para outra mulher.

Receber o mínimo de sua atenção parece tão falso, me deixando insana por diversas razões. Então acertei sua mão com força, gritando entre o vômito para se afastar.

— Deixe te ajudar. — Diz confuso recebendo meu olhar de ódio.

— Não preciso de ajuda. — Falei trincando os dentes com raiva.

— Elisa, pare de ser teimosa.

Olhei para os seguranças de Felipe e pedi para retirarem Gabriel.

— Por favor, não deixe se aproximar quando estiver em tratamento.

— Elisa! Sou seu marido, a única família que tem! Quer mesmo me afastar?

— Por que veio ao hospital? — Perguntei magoada.

Ele se calou e continuei falando.

— Foi por Camila.

— Este é o melhor hospital do país... — Abaixou a cabeça.

— Veio trazer ela para o tratamento de câncer. — Falei com o coração apertado.

— Elisa, quero ficar ao seu lado. Prometo que vou te ajudar da mesma maneira que farei por ela. Vocês duas são importantes para mim, por favor imploro que entenda.

— Você já assinou os papéis do divórcio?

— Nunca vou assinar! Farei tudo o que quiser menos lhe dar o divórcio, até aceito o seu amante...

Encaro seu rosto totalmente ferida, Gabriel se arrepende no mesmo instante, mas estou farta de todas as coisas que diz. Abaixo o olhar e os seguranças retiram sob seus protestos.

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