CAPÍTULO 19...

AVISO...

Pessoal, quero começar o capítulo deixando um pequeno desabafo... E posteriormente, um pedido também.

Quando eu iniciei esse livro, ou melhor, sempre que inicio um livro eu sempre tenho a consciência de que vou receber todo tipo de crítica, sejam elas positivas ou negativas, afinal, um escritor assume riscos e responsabilidades ao decidir escrever uma história, e entre esses dois citados, os riscos se tornam maiores, pois há sempre uma grande parcela de crítica maldosa em relação ao que expomos.

Outra coisa que levei muito em consideração antes de soltar o livro foi a forma como eu retrataria o Matheus, protagonista masculino, pois na maioria dos meus livros os homens são príncipes encantados, mas quando falei com o meu grupo de amigos e eu expus para eles a minha ideia de homem "ruim" eles me fizeram ver que eu estaria mostrando não só uma história como as outras, mas mostrando a realidade de muitas pessoas.

O título do livro foi criado a partir dessa imagem do Matheus, um homem que errou muito, mas que se martirizou por anos, se achando indigno de qualquer esperança de perdão, mas que quando recebe a oportunidade de tentar diminuir uma parte da "burrada" do erro, ele agarrou com unhas e dentes, lutando dia após dia para merecer esse perdão.

Hoje, 18 capítulos depois da estreia do livro, eu vi e me senti mal em ver que parte dos leitores não entenderam o real sentido da história. Esse livro não foi criado para mostrar apenas a parte bonita de um relacionamento, mas as lutas, os obstáculos que ambas as partes enfrentaram para serem merecedores do amor.

Não espero que todos entendam, e respeitem a minha palavra e o meu desabafo, mas peço que apenas tentem olhar para a história e enxergar não o erro do protagonista, mas entender o título e dar valor aos esforços dele para conseguir o que tanto almeja.

^^^^^^Att: Bia Morais. ^^^^^^

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MATHEUS...

Ontem quando saí da casa da Rafa fui direto até o hospital buscar o meu carro, quando cheguei em casa já estava um pouco tarde, pois da casa dela até a minha são mais de 40 minutos.

Hoje assim que acordei não fui para a academia como o costume, fui para o meu escritório e comecei pesquisar sobre todos os médicos possíveis para tirar o meu filho daquela UTI. Fiquei sentado no escritório pesquisando durante boas horas.

Consegui o número de cinco, dois deles são dos Estados Unidos, os outros três são, um da Argentina, um da Itália e o outro é nacional, esse foi o primeiro para quem liguei. A secretária do médico atendeu no segundo toque.

— Alô? Clínica Novaes, o que deseja?

— Preciso falar com o doutor Evandro Nascimento...

A ligação para esse tal doutor Evandro não me serviu de muita coisa, pois o médico está com a agenda lotada por pelo menos 90 dias, é mais tempo que o Natan nos deu. O próximo para quem liguei foi o da Argentina, e como o anterior, a agenda estava cheia, pois atendia em vários hospitais.

— Que droga! — dou um murro na mesa, ao finalizar a ligação com o quarto médico, esse é dos Estados Unidos, a Greta aparece na porta do escritório nesse instante.

— O que aconteceu, menino? — ela pergunta ao ver a minha expressão fechada.

— Estou me sentindo um inútil, Greta... — ela se aproxima e faz carinho em mim — o meu filho está na UTI, Greta... Por isso cheguei tão tarde em casa ontem... A cirurgia dele só vai poder ser feita daqui dois meses, estou desde às 6 da manhã procurando por um médico que possa fazer o meu filho se curar, mas para todos os que ligo... Mais perco as esperanças.

— Ai meu filho...

— Só resta um médico... Não sei o que vou fazer se esse estiver com a agenda lotada também...

— Tente. A esperança é a única que morre, não é? — seguro a mão dela e assinto triste — o almoço está pronto, melhor comer alguma coisa.

Ela sai do meu escritório e eu baixo a cabeça entre as mãos, pego o telefone pela quinta vez, só me resta esse número, que Deus ajude.

— Leesville Central Hospital, how can I help?

— Gostaria de uma hora com o doutor Kilian Mitchell, por favor.

— Qual a sua emergência, senhor?

— O meu filho de cinco anos está precisando de um transplante de medula óssea, infelizmente ontem ele teve uma recaída grave e precisou ser levado para a UTI, já temos um doador, mas o médico responsável por fazer a cirurgia ele só tem como fazer daqui a dois meses...

— Entendo, senhor.

— Eu gostaria de falar com o doutor Mitchell, ouvi dizer que ele é um dos melhores cirurgiões da América.

— Ele é sim. Vou encaminhar a sua ligação para a sala dele.

Concordo e espero ela transferir a ligação, quando um homem de voz forte responde do outro lado, eu me endireito na cadeira e respiro fundo.

— Kilian Mitchell, falando. Quem deseja?

— Matheus Jones.

— Em que posso ajudar, senhor Jones?

Explico tudo a ele e quando ele demora a me responder, eu entendo como mais uma ligação sem sucesso.

— Senhor Jones, eu vou precisar ver com a minha secretária, o dia exato que vou tirar férias. Pois estou finalizando a minha agenda desse mês.

— Eu vou entender se não puder... — respiro fundo outra vez.

— O senhor é brasileiro, certo? — respondo com um "uhum" — ótimo, eu já estava com planos de viajar para aí nas minhas férias, me diga só qual a cidade que você fica.

— Eu moro no Rio de Janeiro.

— Ótimo. Entrarei em contato com o senhor assim que conseguir a data das minhas férias e a data da viagem.

Agora estou com um sorriso esperançoso no rosto, agradeço ao doutor Mitchell e desligo a ligação. Saio do escritório correndo e vou direto até a cozinha, quando chego lá, encontro a Greta mexendo uma panela — teimosa — abraço ela e a levanto do chão.

— Obrigado, Greta. Obrigado.

— Eu não fiz nada, menino.

— Fez sim, Greta. Agora preciso ir, preciso falar com a Rafa e ver o meu filho.

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