RAFAELA...
O resultado do exame deu positivo, e nunca me senti tão feliz. Depois que saímos da sala do Natan, eu fui ficar um pouco com as crianças, o Pedro estava com uma carinha emburrada, e sei que foi por conta do Matheus, pois o meu filho é um pouco ciumento.
— Não gostei daquele cara, mãe — ele fala de repente, enquanto ajudo eles a jantar.
— Porque você não gostou do tio Teteu, Pedro?
— Porquê não.
— Filho, não fala assim, ele é uma pessoa legal... — tento lembrar só das partes boas que ele me permitiu ver... O seu interior — ele faz joias, igual a mamãe, sabiam?
— Sério, mãe? — a Ana pergunta com os olhos já brilhando.
— Sim, é verdade. Mas que tal falarmos de outro assunto que não envolva o Matheus, hum?
— Agradeço... — o Pedro fala com a cara ainda mais emburrada.
Termino de dar o jantar deles e a enfermeira vem dar os remédios da noite, ao Pedro, eu e a Ana ficamos só até ele dormir, o que não levou nem meia hora. Voltamos para casa e logo a Ana já estava dormindo.
Me deito na minha cama e fico lembrando da forma como o Matheus ficou ao ver as crianças. Ainda me lembro de todas as palavras que ele me disse antes de eu ir embora daquela casa, do seu olhar de desprezo dirigido a mim... Mas eu também me lembro do lampejo de arrependimento que vi no seu olhar quando olhei para ele uma última vez antes de sair e não voltar mais lá.
Lembro de ter visto ele se mexer para dar um passo na minha direção e eu... Com o coração estilhaçado, apenas saí correndo. Temendo que ele fizesse algo contra os meus bebês.
Eu sei que já deveria ter esquecido ele, deveria ter tentado seguir a minha vida como uma mulher normal, tentado um outro relacionamento, mas... Como? Se conheço o Matheus tão bem a ponto de saber que ele só está noivo daquela mulher por se sentir culpado...
Culpado por me abandonar no momento que mais precisava dele, e ao mesmo tempo... Se sentir indigno do meu perdão. Ah, se ele soubesse... Se ele soubesse que há muito tempo já o perdoei. O perdoei, não por ter partido o meu coração, mas por ter me permitido a dádiva de ser mãe. Se eu não tivesse dormido com ele...
Hoje eu não teria os meus filhos, e essa... Esse é o único motivo que ainda me faz olhar para o passado e mesmo querendo muito, não sentir raiva dele, não a ponto de querer ele longe de mim, só por isso escondi os meus sentimentos a sete chaves, e só agora permiti saírem.
— Porque não te esqueci enquanto ainda era tempo, Matheus... Porque deixei que você continuasse vivo na minha mente?
Passo um bom tempo acordada, apenas revirando na minha cama, reclamando com a minha própria mente por a tal altura da vida, ainda perder o sono pensando no maldito Matheus Jones.
Depois de muito tempo acordada, acabo dormindo, acordo pela manhã, às 5, e vou fazer o café para mim e para a Ana. Assim que chego na cozinha, recebo uma mensagem, olho e o número não está salvo.
Bom dia! É o Matheus aqui... Vou começar fazer os exames hoje, quer me acompanhar?
Levanto uma sobrancelha ao ver a mensagem, como assim ele quer que eu acompanhe ele nos exames? Respondo com "Bom dia, agradeço o convite, mas prefiro saber só os resultados, não sou a sua babá, seja independente, Matheus"
Até parece que vou cair nessa assim facinho. Fomos criados juntos, Matheus. Deveria melhorar um pouco esse seu pedido para que eu passe os dias com você. Termino o café e como sempre, deixo a Ana na aula e vou para o hospital ver como o meu príncipe está.
— Bom dia, meu amor — falo dando um beijo na sua testa.
— Bom dia, mãe. A Ana já está na aula?
— Está sim, meu pequeno. Falei com a mãe da Flavinha hoje cedo — ele abre um sorriso, mesmo tendo acabado de acordar — ela topou deixar ela vir te visitar quando sair da aula. A Flavinha e o Igor.
— Ebaaa.
— Tenho uma surpresa para você — ele se anima um pouco, pois vi que ele hoje está um pouco desanimado — consegui falar com o doutor Natan para você passar o fim de semana em casa... Amanhã pela manhã eu venho te buscar e na segunda cedinho tenho que te trazer.
— Sério? Vou poder ser uma criança normal esse fim de semana? — ele fala com os olhinhos cheios de lágrimas e isso parte o meu coração.
— Sim, meu amor... — abraço ele com força.
Me dói tanto ver o meu filho nessa cama de hospital e não poder nem sequer dormir aqui com ele... É torturante. Foi uma grande luta conseguir convencer o Natan a deixar o Pedro passar o fim de semana em casa. Mas como o quadro dele está... Estável... Ele permitiu.
— A mamãe vai dar um jeito de te tirar daqui, filho. Eu prometo.
— Mãe...
— Oi filho.
— Eu tenho pai?
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Atualizado até capítulo 69
Comments
iranete teofilo
Tomara que ela agora pare de dizer para as crianças que ele é um amigo, e conte a verdade, que ele é o pai deles, e vamos vê como as crianças vão reagir ao saber que eles tem um pai. Será que vão gostar?
2025-03-24
1
Maria Da Guia
agora é hora de você falar a verdade tá rafa, o pai dos seus filhos já se arrependeu todos seres humanos merece uma segunda chance
2025-03-16
2
Andréa Debossan
tadinho ele quer saber se tem pai, claro que tem tds temos e acho que ela deveria falar a vdd eles tem o direito de saber, e ele disse que se arrependeu tá na hora de contar
2025-03-29
1