MATEUS...
Estou na minha sala analisando uns contratos, quando a gerente da loja, Joana, bate na minha porta.
— Pode entrar, Jô.
— Com licença, senhor Matheus — faço sinal para que ela entre — o senhor tem visita... — levanto uma sobrancelha.
— Quem é?
— A senhorita Rafaela.
Quando ela diz isso, sinto o meu peito disparar, e antes que eu pense em qualquer outra coisa, mando que a Jô traga ela até a minha sala. O Natan me falou sobre os resultados do teste que ela fez, e pra ser sincero... Eu estava orando a Deus para ela aparecer na minha porta a qualquer minuto.
Me arrumo todo na minha cadeira e organizo alguns papéis na mesa, pois estava um pouco bagunçada, e sei como a Rafa gosta de organização, olho o meu cabelo e ajeito uns fios que tinha saído do lugar, me endireito na cadeira e assim que ela bate na porta, eu mando que entre.
Ela está ainda mais linda do que me lembro... Os seus cabelos estão ainda mais definidos, o seu rosto... Continua sendo a mesma obra de arte que eu passava horas e horas observando, porém, agora há algumas olheiras. O seu corpo que antes parecia de menina... Ganhou muito mais curvas...
Ah, Rafa... Você está de parar o trânsito... Saio dos meus pensamentos apaixonados com o olhar triste dela, sobre mim.
— Bom dia, Rafaela...
— Olá, Matheus... — faço sinal para ela sentar e só quando ela se acomoda a minha frente é que fala — sei que a última pessoa no mundo, que você gostaria de falar a essa hora da manhã, sou eu... E ainda me lembro de todas as palavras que você me disse seis anos atrás, que não queria saber dos meus filhos... Mas...
Ela vacila um pouco e vejo que está chorando, não consigo ver ela chorar dessa forma, me levanto de onde estou e pego um lenço que sempre guardo no meu paletó, me ajoelho diante dela e levanto o seu rosto, seco cada lágrima, enquanto ela ainda permanece de olhos fechados.
Senti uma corrente de eletricidade passar por todo o meu corpo quando toquei no seu queixo, fazendo todos os sentimentos de anos atrás, voltarem para o meu peito, disparando os meus batimentos cardíacos.
— O que aconteceu com eles, minha pequena? — os seus olhos me encaram, cheios de lágrimas, mas vejo também surpresa neles ao me ouvir chamá-la pelo mesmo apelido que eu sempre falava quando estávamos juntos.
— O Pedro... Ele... Ele precisa de um transplante de medula. Não tenho a compatibilidade suficiente para realizar a cirurgia. Queria te pedir para fazer o teste... Só isso que eu te peço... O médico dele disse que provavelmente você seja o único da família que tenha a compatibilidade necessária por ser o... Pai...
Antes que eu fale que faço qualquer coisa para salvar o nosso filho, ela volta a falar.
— Não estou pedindo para você fazer parte da vida deles dois. Só quero que... Se ainda houver algum sentimento bom dentro desse seu coração... Por favor... Me ajude a salvar a vida do meu menino...
Ela estava destruída, meu Deus... Eu fiz isso com ela... Se eu não tivesse duvidado dela quando me falou que estava grávida... Eu me odeio desde esse dia.
Faço carinho no seu rosto e volto a secar as suas lágrimas. Mas sinto que ela precisa muito mais do que eu seque as suas lágrimas então me levanto e puxo ela para os meus braços. Sentir o seu corpo outra vez colado ao meu... Meu Deus...
Ela não recusa o meu abraço, pelo contrário, se encolhe ainda mais, chorando bastante, sinto as suas lágrimas molhar a minha camisa, mas estou pouco ligando para o fato de que a mulher que amo, está molhando a minha camisa com lágrimas.
Ficamos abraçados até ela parar de chorar, fico fazendo carinho nas suas costas até ela se acalmar completamente, quando ela já está calma, eu levanto o rosto dela e olho diretamente nos seus olhos castanhos, acaricio a sua bochecha e ela fecha os olhos com o meu toque.
— Pode contar comigo para o que precisar com os nossos filhos, minha pequena... Se precisar da minha medula para salvar ele, pode pegar toda, se quiser. Se precisar que eu seja presente na vida deles para dividir o fardo para você, então estarei aqui também. Fui um tolo em não acreditar em você naquela época, mas não tem um só dia que eu não me arrependa.
Ela baixa o olhar e solta uma risada sarcástica.
— Não vim até aqui em busca do seu arrependimento, Matheus, pelo contrário, vim apenas pedir para você salvar o meu filho.
Ela sai dos meus braços como se só agora se desse conta do que fez, e eu me sinto... Vazio sem ter ela nos meus braços. Arranho a garganta e vou até a minha mesa, me sento novamente na minha cadeira, e tento voltar do transe que eu estava.
— Eu... Hm... Quando precisa que eu vá até o hospital fazer o teste?
— O mais rápido possível... Cada segundo que se passa é um grão de areia que cai da ampulheta.
— Podemos ir agora se você quiser — ela olha pra mim e olha para a minha mesa — sou o chefe, posso fazer o trabalho depois.
— Ah, claro... Vamos então.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 69
Comments
Leda
Como ele se arrependeu, se tem relacionamento há 6 anos com a siliconada?
Explica isso autora.
2023-10-25
147
Branca Santos
Começando a ler em:11/03/25, só espero autora que depois da humilhação que ele fez ela passar ela não volte como um cachorrinho logo pros braços tem que sofrer bastante pra aprender e não usar a doença do filho como desculpa.Minha opinião
2025-03-13
1
Daisy Conceicao
como ele ama ela se depois que a usou não quis saber dela e muito menos quando ela disse que estava grávida, daí do nada ele já a ama? e o incrível é a família torcendo por eles depois de ver o que ela passou sozinha
2025-03-04
1