RAFAELA...
Depois que consegui me recuperar totalmente da presença do Matheus, fui até a sala do Natan, ele estava meio ocupado, então preferi ir trabalhar, ele me avisaria quando os resultados saíssem, e eu não podia ficar o tempo todo com o Pedro.
Trabalhei pela manhã, normalmente, no horário de almoço saí para comer no restaurante de sempre, a minha amiga Brenda veio me fazer companhia, conversamos um pouco e ela acabou me falando que o ex dela, um cara tóxico, voltou a mandar mensagens para ela.
— Eu estou por um fio, de processar ele... Eu já falei diversas vezes que não quero mais ele me incomodando... Mas ele não entende — ela fala um pouco cansada.
— Eu já teria feito.
— Duvido muito. Você ainda é caidinha pelo Matheus, não é à toa que está até agora com essa cara de boba — fecho a cara — nem adianta fazer essa cara. Eu sei que você ainda gosta dele, Rafa, por mais que ele tenha sido um idiota. E não duvido nada de você ter ficado toda acesa com ele te abraçando.
— Não é pra tanto... — tento me defender.
— Eu me lembro bem de como você me contava o quanto ele mexia com você — reviro os olhos.
— Eu era nova, Brenda. E ainda era vir.gem, qualquer contato masculino me fazia ferver. Eram os malditos hormônios... — ela solta uma risadinha.
— E agora? São os "malditos hormônios" também? Por quê... A não ser que você tenha ficado com algum homem, sem me contar... Tem exatamente seis anos que você não tem nada com um homem.
— Você é chata, as vezes, sabia? — ela volta a rir — anda, preciso voltar para a loja. Hoje vai ser entregue as joias da última coleção feita por mim, quero dar uma olhadinha antes delas serem expostas. E também... Estou ansiosa para saber os resultados do teste.
— Vai dar tudo certo, amiga. Tenho fé que sim.
Sorrimos uma para a outra, e pedimos a conta, seguimos cada uma para o próprio destino, apesar de trabalharmos com apenas alguns metros de distância, pois a loja onde trabalho, fica em frente ao prédio que ela trabalha.
Chego na loja e sigo direto para a área de criação, como sou a responsável por boa parte dos desenhos, tenho passe livre em praticamente todos os setores. Entro na sala onde estão finalizando a última peça e me encanto.
Está exatamente como desenhei. Essa última peça foi um pedido de uma das nossas clientes mais antigas, ela todas as vezes que vem na loja pedir uma peça exclusiva, só aceita ser atendida por mim. Nesse pedido dela, ela me pediu para criar apenas com o que eu já conhecia dela.
Como já a conheço há anos, fiz o esboço em dois dias. A peça consiste num colar curto, ele é todo de ouro, ela havia me dito que eu poderia usar três tipos de pedras, caso combinasse com a minha ideia principal, então usei pérolas, esmeraldas e quartzo.
O designer dela é composto por três flores frontais, onde há uma maior no centro e duas menores nas extremidades. As flores são fixas, mas a corrente complementa a peça com o fecho contendo uma espécie de extensão, finalizando com uma pérola desenhada na ponta.
As flores pequenas tem apenas 1CM de tamanho, a maior tem 1,7CM. A peça se tornou delicada, elegante e com uma identidade única, que transmite completamente, o que a minha cliente tem.
— Ficou perfeita, meninos — olho o restante da coleção e também estava exatamente como desenhei — estão todas perfeitamente prontas.
— Já podemos mandar para a loja? — Marcos, o supervisor, pergunta.
— Pode sim, só não, essa. Esta aqui é uma encomenda minha, enviem para a minha sala. Parabéns meninos. Mais um trabalho perfeito.
Eles assentem com sorrisos nos rostos. Eu saio da área de criação e vou para a minha sala, não levei a peça da senhora Lafaiete, pois primeiro tem que o nosso superior avaliar todas e confirmar o preço que eu sugeri.
O restante da minha tarde foi apenas conferindo todos os trabalhos, a notificação sobre o resultado do teste chegou por volta 16 da tarde, justo no horário em que a Ana sai da aula. Então fui primeiro buscar ela. Assim que ela entrou no carro, liguei para o Matheus.
— Alô?
— Sou eu, Rafaela.
— Oi Rafa, aconteceu alguma coisa?
— Os resultados saíram. Estou indo para o hospital. Te espero lá — ouço um barulho de porta abrindo e fechando.
— Em alguns minutos estarei lá — ele desligou antes que eu falasse qualquer coisa.
Dirijo até o hospital, e hoje levei a Ana, eu poderia passar em casa e deixar ela, mas vou deixar ela brincando com o Pedro enquanto converso com o Natan. Quando chego no hospital, o Matheus já estava esperando, é nesse momento que eu me lembro... Ele vai ver a Ana...
— Filha.
— Oi mamãe.
— Olha... A mamãe vai entrar com um... Amigo agora, está bem?
— Tá bom, mamãe.
— Vou te deixar no quarto com o Pedro e a mamãe vai lá falar com o doutor Nat, e o amigo, tá bem?
Ela balança a cabeça sorrindo e eu desço do carro, o Matheus vem na minha direção quando vê que eu já saí, mas faz uma cara estranha quando eu abro a porta de trás, para a Ana. Os olhos dele dilatam a pupila olhando para nós duas.
— Olá, amigo da minha mamãe. Eu me chamo Ana Laura — ele me olha um pouco estranho.
— Oi, Ana... Eu sou o Matheus. Você é linda.
— Obrigada — ela abre um sorriso enorme no rosto, enquanto eu estou segurando as minhas lágrimas.
— Vamos... O Natan já está nos esperando.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Maria Aparecida Santos
é demore assim elas sofrem cuida dos filhos depois vem o cara e se arrepende. /Frown//Frown/
2025-03-16
3
Ana Lúcia De Oliveira
Todos temos o direito de ser perdoados, o que não pode acontecer é repetir o erro
2025-03-18
1
Vó Ném
Para ele ver como é difícil não co viver com os filhos , mas culpa é todinha dele !!
2025-03-17
1