CAPÍTULO 5...

RAFAELA...

Fui fraca e me permiti sentir novamente os toques do Matheus em mim, mas o que posso fazer se a carne é fraca e ele é um maldito de um gos.toso? Bom, segurar a minha peri.quita, eu acho, até por quê... Os meus filhos tem que vir em primeiro lugar, sempre.

Fui no meu carro e o Matheus me seguindo com o dele. Quando chegamos no hospital, estacionados juntos, antes de entrar, fico esperando ele.

— Matheus... Antes de qualquer coisa, eu preciso te dizer que não quero que você conheça os meus filhos ainda... — ele franze a testa — o Pedro e a Aninha se apegam fácil as pessoas... E já estão sofrendo o suficiente nesse momento... Se... Se você for compatível e com fé em Deus, a cirurgia for um sucesso... Então eu permito que você comece a se aproximar deles. Mas até lá... Por favor...

— Tudo bem... — ele respira fundo — aceito os seus termos.

— E eu também não quero que a sua noiva saiba deles.

Vou andando na frente e ele me segue, seguimos até a sala do Natan, assim que bato na porta e entro o Natan nos olha com uma cara estranha, certeza que não esperava nos ver juntos.

— Bom dia, doutor.

— Bom dia, Rafaela. Bom dia... Matheus... — olho com ua sobrancelha arqueada para o Natan, ele dá de ombros — o que desejam?

— Vim fazer o teste de compatibilidade para a cirurgia do João Pedro — o Natan me olha e eu assinto discretamente — muito bem... Por aqui então.

Eles dois saem da sala e vão para o consultório onde será tirado a amostra para os testes, eu sigo até o quarto do Pedro. Entro e ele estava no momento interativo, com uma professora enfermeira, dou bom dia a mulher e vou até ele, deixo um beijo nos seus cabelos e vejo o que a moça está ensinando, era uma parte do que ele está aprendendo na escola.

— Como está se sentindo hoje, meu pequeno?

— Com sono... Mas a tia Raquel não me deixou dormir... Já chegou com atividade de matemática...

— É assim mesmo, meu amor kkkk não pode abandonar a escola só porque tá dodói.

— Mas eu não queria estudar matemática.

— Eu sei... — faço carinho nos cabelos dele outra vez e deixo um beijo na sua testa antes de sair do quarto, quando saio, o Matheus estava parado do lado de fora — já tirou a amostra?

— Já... O doutor Natan disse que sai o resultado pela tarde...

— Eu sei. Obrigado por tentar ajudar o Pedro... Espero que dê certo.

— Como ele está? O Pedro... Quero dizer.

— Ele está... Bem. Agora ele está tendo a aula dele. O Natan me avisa quando sair o resultado... Obrigado mais uma vez.

Tento sair para evitar estender a conversa, mas ele segura no meu braço me fazendo olhar para ele, os seus olhos azuis, intensos como as águas do oceano, estão vidrados olhando para o meu rosto, analisando cada milímetro da minha face.

— E... Você, Rafa? Como você está?

A sua voz baixa e sedutora me fez arrepiar. Estou há tanto tempo sem nenhum contato íntimo com um homem, que nem sequer me lembro como é sentir prazer. Não é que eu tenha deixado de me dar o devido valor, só não consegui confiar mais em outro homem para tocar no meu corpo.

O seu corpo começou se aproximar mais de mim, quanto mais eu demorava para formular uma única palavra, mais o espaço entre nós dois, diminuía. A minha respiração estava presa, as minhas pernas... Em estado líquido. Cada célula do meu ser ainda reconhecia os toques desse brutamontes sem sentimentos.

Com muito... Muito esforço, levantei o olhar e encontrando as suas duas íris azuis, respondi, meio trêmula, escondendo o quão mexida ele ainda me deixa.

— O que está fazendo, Matheus... — os seus lábios, a poucos centímetros dos meus, abriu pouquíssimo antes de me responder, com a voz parecendo veludo.

— Eu não sei, Rafa... Mas está sendo impossível me manter longe de você...

Pisquei os olhos lentamente, me dando conta de em quais braços eu me encontrava. Me afastei lentamente, o corpo ainda anestesiado de ter estado tão próxima outra vez, do Matheus. Duas vezes no mesmo dia. Pela segunda vez na mesma manhã me deixei levar pelos seus encantos.

Ele suspira alto, arruma o paletó e arranha a garganta.

— Não faça isso de novo, Matheus. Combinamos que você iria apenas ajudar o Pedro a ser curado. E não que seríamos amigos — ele baixa um pouco a cabeça e assente calmamente.

— Tudo bem. Me avisa quando os resultados saírem — ele me estende um cartão — tchau, Rafa — ele deixa um beijo na minha têmpora e vai embora.

E agora essa, meu Deus... Depois que o Matheus saiu eu ainda fiquei alguns minutos parada no meio do corredor do hospital, tentando entender o que aconteceu nos últimos minutos. Mas a única conclusão a qual cheguei foi: Matheus Jones ainda me causa borboletas no estômago, assim como ainda faz o meu peito acelerar e as minhas pernas virarem gelatina.

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