16° Dia

Eu acordo e olho no relógio 12hs.

"Ah que merda, perdi a hora, eu penso"

Peço alguma coisa para comer.

E decido ir falar com Vince. Não tivemos a aula, vou ter que ficar mais 5 dias para finalizar esse contrato.

Se eu explicar talvez ele me entenda.E resolva me dar a aula a tarde.

Corro até a livraria e Vince estava no balcão atendendo uma idosa.

- Vince, desculpe eu dormi e perdi a hora.

A idosa fica me olhando e me medindo. Vince nem olha para mim.

Margarete estava no estoque.

- Margarete?

Grita Vince

- Margarete?

Ela vem correndo.

- Oi Sr.?

Diz ela.

Ela me vê ali parada.

- Oi Srta. Keroline.

- Oi.

Eu respondo

- Fique aqui, vou precisar dar uma saída.

Ele pega a carteira e a chave do carro e passa por mim sem nem olhar. Como se eu não estive ali.

-.Vince?

- Vince o que deu em você?

Eu o sigo, ele abre a porta do carro, mas ao ouvir a minha pergunta ele bate a porta, se vira e vem rápido na minha direção com o olhar de fúria.

- O que você quer Srta. Keroline?

- Vim falar o que aconteceu e saber se pode me dar aula a tarde. Para eu não ficar mais 5 dias de punição.

- Não!

Diz ele de forma ríspida e grosseira.

- Vince eu perdi a hora. Eu só posso entrar na casa até as 21hs. E já havia passado. Eu saí do clube a 1hs. Então fiquei no hotel e dormi mais do que previa.

- Olha eu sabia que você era difícil. Mas não sabia que era mentirosa. Porque não fala que passou a noite com Pierre ou Robert. Ou com os dois, vai saber né.

Quando ele termina de falar eu lhe dou um tapa no rosto.

- Não sou vagabunda Vincent Delyon. E não vou permitir que me ofenda.

Pego a nota do hotel e jogo nele.

E saiu andando e dizendo:

- Está aí a nota do hotel. Eu estava sozinha.

E você Vincent Delyon vai para o inferno.

Eu entro no meu carro e vou embora.

Na nota estava escrito:

• Suíte 14 (1 pessoa) $80

• Café da manhã individual $40

Entrada às 1h / Saída às 12h30

Total $120

Eu estava irritada demais para discutir ou explicar qualquer coisa. Só queria chegar logo em casa.

Mas parecia que não era meu dia de sorte.

No caminho de volta sinto o carro balançar.

Paro no acostamento e desço para olhar e meu pneu havia furado.

"Ah! O que mais pode acontecer hoje, eu penso"

A estrada que ligava a autopista à Mansão era pouco movimentada devido às plantações de eucalipto. Havia poucas residências na área.

As casas eram bem distantes uma da outra.

Eu pego o estepe e retiro o pneu furado.

Coloco o estepe no lugar e guardo o pneu furado.

Retorno para a cidade e vou até a borracharia da cidade para remendar o pneu e fazer a troca.

A borracharia ficava bem no centro da cidade.

Entro com o carro e fico sentada no banco de madeira que ficava do lado de fora na porta.

"Drum, Drum, Drum"

Vejo que o meu celular está vibrando. Pego para olhar e vejo que era o advogado Dr. Gregory.

- Boa tarde! Dr. Gregory.

- Tudo bem com o Sr.?

- Boa tarde! Srta.!

- Estou ligando para avisar que as suas aulas de francês foram suspensas.

- Como assim?

- E o Vincent Delyon?

- Ele reincidiu o contrato, alegou que a Srta. não tem interesse em fazer as aulas.

- Isso é mentira Dr.!

- Ele me disse que a Srta. não apareceu hoje?

Ah Srta. foi?

- Bom, hoje não. Eu tive um...

Ele me interrompeu.

- Então ele não mentiu e pode reincidir mesmo que com um único dia. Enquanto eu não localizar outro professor na altura do Sr. Delyon o tempo do contrato será congelado. Quando recomeçar as aulas, a contagem regressiva continua.

Por hora ainda tem 350 dias a cumprir.

- Boa tarde! Srta.

E desliga a ligação.

Estou furiosa e irritada.

O borracheiro termina o serviço eu faço o pagamento.

"Isso não vai ficar assim, eu penso"

Dirijo mais rápido que consigo até a livraria. Desço do carro, entro na loja com raiva.

Margarete estava no balcão atendendo.

Eu entro direto sem falar com ela.

- Srta.

- Srta.

- Por favor ele vai brigar comigo de novo.

Eu ignoro e corro até o porão abro a porta. E dessa vez encontro Vincent realmente no ato com a mesma mulher.

Eles se assustam.

- Keroline o que faz aqui.

Ele tenta se vestir, eu estou furiosa, vou em sua direção com raiva.

A mulher entra na minha frente.

- Moça eu só estou fazendo meu trabalho ele me contra...

Antes que ela termine eu a puxo pelo cabelo, ela segura sua roupa. Eu arrasto ela para fora do porão. Pego o dinheiro que havia na minha carteira e jogo nela.

- Desculpe! Mas seu programa acabou. E não precisa voltar nunca mais. Até porque talvez ele nem sobreviva.

Eu digo e fecho a porta na sua cara.

Vincent estava terminando de se vestir. Estava de calça ainda aberta, dava para ver a cueca e tentando vestir a camiseta.

Eu me aproximo e começo a dar tapas no seu peito.

- Seu desgraçado! Por que fez isso comigo!

- Por que quer destruir a minha vida!

Eu digo chorando. Estava com raiva e amargurada.

Com apenas uma mão ele segura os meus dois pulsos, levantando os meus braços. Com a outra mão ele segura a minha cintura.

- Por isso!

Ele diz e me beija com desejo.

Eu retribuo o seu beijo, mas depois viro o rosto.

- Eu estou apaixonado por você Keroline.

- E não sei como lidar com isso. Nunca me senti assim com ninguém.

- Ontem quando te vi com Pierre e Vincent eu tive muito ciúmes. Queria ir lá e te puxar e encher de beijo. Eu fui embora e ainda estava lá, rindo e conversando.

- Quando não apareceu na aula pensei que estivesse a dormir. Subi até o seu quarto para lhe acordar e você nem havia voltado.

- Eu senti muito ciúmes, quando você entrou eu senti ainda mais raiva. Quando me deu aquele tapa e me jogou a nota. Eu percebi que tinha sido injusto. E que não ia consegui lidar com os meus sentimentos tendo você por perto.

Então reincidi o contrato!

- Ah! Sim bem mais comodo para você.

- Você está ai dizendo que gosta de mim. Mas na primeira oportunidade tenta me ferrar.

- Você sabe quando vou conseguir terminar aquele contrato do mal...NUNCA!

Ele abaixa a cabeça.

- Sabe porquê? Há uma maldita cláusula que se você reincidir o tempo e paralisado até encontrar um novo professor a sua altura. Ou seja, NUNCA Vince.

- Não existe outro de você!

Eu digo chorando.

Ele me abraça.

- Eu odeio morar lá Vince. É triste e solitário. Mas enquanto o contrato não acabar, não posso nem morar em outra casa.

- Tenho que viver lá. Sofrendo e relembrando essa maldita história.

- Acha que é fácil viver em um lugar estranho sabendo que você foi abandonada.

- Kero eu não pensei em tudo isso. Me perdoe!

- Keroline eu preciso saber, você sente alguma coisa por mim?

Ele pergunta com uma voz de angustia.

- Sim Vince. Claro que sinto. Eu fiquei morrendo de ciúmes aquele dia que te vi com essa loira e hoje de novo.

Eu digo revirando o olho.

Ele passa a mão na barba.

E me abraça, me beijando.

- Eu sei que não é a melhor opção. Mas não queria brincar com o coração de ninguém. Ela é só sexo e pronto.

- Aff! Vince.

- Bom depois de hoje ela não volta nunca mais. Ele diz sorrindo.

- Por falar nisso você me deve $800. Foi o que eu paguei para sua amiga. Joguei tudo que tinha na carteira.

- Como? Kero eu já havia pago sabia!

Diz ele me olhando sério.

- A moça merece. Eu quase arranco o aplique de cabelo dela. Digo a sorrir.

- Sua chata. Ele me puxa e me beija. Eu retribuo seu beijo.

- Vou ligar para o Dr. Gregory e dizer que vou te dar uma nova chance.

Ele diz piscando.

- É bom mesmo! Digo lhe dando um beijo.

Eu preciso voltar para casa já vai escurecer.

- Ta bom. Até amanhã.

Vince me acompanha até a porta.

- Ah Vince amanhã vou te mostrar uma página de um livro. Vou precisar que me ajude a encontrar.

- Combinado!

Eu entro no carro, passo o cinto e ele me beija pela janela do carro e eu volto para a Mansão.

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