7° Dia

Querido diário,

- Srta!

- Srta!

Ouço uma voz bem distante.

Eu abro os olhos e Augusto está com o seu rosto próximo ao meu.

- Aaaaaahhh. Qual é o seu problema Augusto.

- Desculpe Srta. não queria assusta - la.

- Sabia que você pode bater na porta?

- Eu bati Srta. Mas a Srta. não ouviu. Dorme como pedra.

- O Sr. Delyon lhe aguarda na Biblioteca.

Ele diz e sai andando.

- Calma ai Augusto. Quem me aguarda?

- O Sr. Delyon.

- E quem é esse?

- O seu professor de francês.

Eu reviro os olhos.

- Não se atrase por favor.

A bruxa tinha que inventar essa palhaçada. E o pior é que não posso desistir das aulas.

Bem...eu não posso. Mas nada diz que ELE não possa. Quem sabe eu não consigo fazer ele desistir de me ensinar.

Eu me levanto, escovo os dentes.

E resolvo descer de pijamas mesmo.

Vou até a biblioteca. Ao entrar vejo um homem de costas olhando os titulos.

- Bom dia! Delyon.

- Sr. Delyon!

- Se sente por favor.

Diz ele ainda de costas.

Ele pega um livro e se vira.

Não acredito no que eu vejo.

O rapaz da cafeteria.

Fico de boca aberta.

Ele sorri, com um sorriso malicioso que me faz arrepiar.

Me olha de cima a baixo.

Já que eu não havia me sentado.

- Srta. Keroline. Na próxima aula por gentileza venha vestida de maneira adequada.

Diz ele

- Ha, Ha, Ha!

- Agora vai cuidar da minha roupa.

- Querido professor de Francês.

- Professor de Francês, Cultura, História Francesa e Etiqueta.

- Sua roupa está inadequada.

Ele conclui com um olhar de reprovação.

Eu fico olhando para ele, sem demonstrar qualquer sentimento.

Ele passa a mão pela barba, como se tentasse recuperar o foco.

- Se sente por favor.

Eu me sento.

- Meu nome é Vicent Delyon. E como dito anteriormente serei seu professor. Sou PHD em Francês, Cultura, História e Etiqueta.

A Sra. Bloide me contratou para ensina - la a se portar de acordo com o que se é esperado. De alguém de sua classe social.

- Ah sim! Riquinha esnobe.

Ele faz uma cara de bravo.

- Srta. Keroline acredito que ainda não tenha entendido quem a Srta. é agora. A Srta. não é riquinha (diz ele mudando a voz como se me imitasse), é bilionária. Se considerar todos os bens, como imóveis, carros, jóias e obras de arte

A Srta. é mais que TRILHONÁRIA.

Eu o olho, de boca aberta. Realmente eu ainda não tinha essa noção.

Agora até faz sentido aprender tudo isso.

- Querido professor.

Digo em tom de ironia.

- Qual sua idade?

- Para quê você quer saber?

- Curiosidade Sr. PHD.

Falo sorrindo.

- 35 anos. A Srta. tem 21 anos, mas se comporta como uma criança de 12 anos.

- Huuumm! Além de PHD, ainda é psicólogo!

Ele se irrita.

- Bem que me disseram que você seria um desafio. E eu adoro um desafio Srta.

- Se pensa que vou desistir de ensina - la está muito enganada.

Ele fala piscando para mim.

Ele então inicia a sua aula.

- O país que conhecemos como França, foi a Gália no século I a.c mais conhecida como França Antiga.

A aula segue e realmente seu método de ensino é bem diferente. Não é cansativo e nem monotôno. Ele mistura todos os conteúdos sem que fique bagunçado ou dificil de compreender.

E ao final da aula eu já havia aprendido a escrever e pronúnciar algumas palavras e ainda sabia um pouco da história junto com algumas coisas de etiqueta.

Ele havia me surpreendido.

E convenhamos que não era tão dificil estar atenta a ele. Ele realmente era muito bonito, falava muito bem. Sem falar que era inteligente e sabia envolver a gente no que ele dizia.

- Encerramos por hoje Srta. Keroline.

- O que achou dá aula?

- É...serve!

Ele respira fundo. Passa mão na barba.

- Amanhã teremos outra aula.

- Faça sua lição de casa.

- Lição de casa?

Ele começa a rir.

- c'est vrai gamin! (Isso mesmo, criança)

- Eu não sou criança Vicent.

Respondo demonstrando irritação.

- Olha ela aprendeu alguma coisa hoje!

Diz ele orgulhoso de si mesmo.

- Bom Srta. Keroline, amanhã lhe darei o prazer de minha companhia novamente.

Eu o olho, e não digo nada.

Ele sai sorrindo.

Como acordei atrasada ainda não havia tomado café da manhã.

Vou até a cozinha.

- Meirinha bom dia!

- Bom dia! Srta. Keroline.

- Meirinha estou faminta. O que temos para comer.

- Eu já tirei a mesa do café. Mas posso fazer ovos mexidos, torrada e suco de laranja. O que acha?

- Perfeito!

- Meire me diz uma coisa. Onde estão aqueles cães que estão na pintura com a bruxa Bloide.

Digo sorrindo

- Sra. não fale assim de sua avó.

"É parece que a "Vovó Bruxa", era querida por todos. Aqui todos defendem ela, eu penso"

- Estou brincando Meirinha.

E então? Onde eles estão.

- Não sei informar Srta.

- Ta bom. Obrigada.

Fico sentada na mesa da cozinha aguardando a Sra. Meire preparar o café.

Ela me serve, eu como e volto para o meu quarto. Para trocar de roupa.

Ainda estava de pijamas.

Escolho uma calça mais larguinha de tecido fino azul marinho e uma blusa de manga 7/8 branca.

E um tênis casual branco.

Pego minha bolsa e quando desço as escadas encontro Augusto.

- Augusto?

- Sim Srta.

- Onde estão os cães que estão naquela pintura.

Digo apontando para o quadro.

- Eles foram envenenados Srta!

- Dias antes do assassinato. Acreditamos que tenha sido o Sr. Paulo.

Me dá uma certa repulsa ouvir o nome dele e pensar que meu pai era uma assassino.

- Augusto alguma coisa não está correta. Ontem eu vi os cães acompanhados de um homem. Andando nos arredores da casa.

- Srta. Isso é impossível. Eles foram enterrados no mausoléu. Pois, eram companheiros da Sra. Bloider.

- Srta. não foi um sonho?

- Não Augusto. Mais algum vizinho tem essa raça de cachorros?

- Que eu saiba não.

- Ok. Obrigada!

- Vou dar um pulo na cidade. Mais tarde retorno.

Desço até a garagem, pego a chave do Audi.

E saiu em direção a cidade.

Diferente da última vez, vou bem devagar olhando as coisas.

Chegando na cidade, vou à livraria. Uma moça entregava folhetos de uma nova confeitaria que havia inaugurado.

Eu observo o folheto, e entro na loja.

"Pah"

Caiu sentada no chão.

- Desculpe moça!

Quando olho para ver quem era.

- Vicent!

Digo quando o vejo.

- Sra. Keroline!

Diz ele meio misterioso.

- Você não olha para frente?

Digo irritada.

- Olho sim. Mas a Srta. entrou lendo um folheto. - - E não me viu á sua frente.

Ele estica a mão para me ajudar a levantar.

Eu estico a mão também.

Ele me puxa e me levanta.

- Obrigada!

- O que a Srta. faz aqui?

- Sr. Vicent. Isso é uma livraria. O que acha que vim fazer? Comprar um bolo?

Digo com ironia.

Ele passa a mão sobre a barba. Percebo que essa é uma mania dele quando se sente acoado.

- Posso lhe ajudar? Procura algo especifico?

Olho para ele que usava um avental com o nome da livraria.

- O Sr. trabalha aqui?

- Sim e Não!

- Que resposta maluca é essa.

- Sim trabalho, mas não sou funcionário. Sou o proprietário.

- Entendi. Procuro um livro sobre arquitetura antiga.

- Tenho um aqui. Só um minuto.

- Esse aqui!

Diz ele trazendo o livro

- Obrigada! Quanto é?

- $45

Eu pego o cartão e faço o pagamento.

Quando ia saindo ouço ele dizer.

- Srta. agora sim, está vestida de acordo.

- Quero mais disso e menos do que vi pela manhã.

Eu o olho, dou um sorriso doce e mostro o dedo do meio (um sinal mal educado).

Ele fica gargalhando.

Retorno para a mansão observando as coisas.

Ao chegar vou para a biblioteca e começo a ler.

Procuro os possíveis lugares escondidos nessas casas francesas antigas.

A minha "querida vovó", era muito inteligente.

E provavelmente escondeu muitas coisas aqui.

Já deu o horário do jantar.

Desço para comer.

Quando me lembro.

O baú!

Eu termino de comer e corro para o porão.

Pego uma ferramenta e tento quebrar o cadeado.

Mas não consigo.

Quando ia subindo a escada me recordo.

- A chave Keroline.

Eu digo pensando alto.

Corro para meu quarto.

Abro o guarda roupa e pego a caixinha de música.

Retiro o fundo e pego a chave secreta.

Vamos tentar de repente dá certo.

Desço novamente, coloco a chave no cadeado.

Viro a chave e...

Mais populares

Comments

Barbara Mendes

Barbara Mendes

Por enquanto estou curtindo muito os mistérios da história

2024-03-26

2

Carolleonardo Silvasampaio

Carolleonardo Silvasampaio

top

2024-03-09

1

Imaculada Abreu

Imaculada Abreu

Ela chama a avó de bruxa será que não é também?

2024-03-05

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!