11° Dia

Querido Diário,

Acordei bem cedo, desci para a cozinha peguei uma xicará de café bem grande.

E subi para o quarto.

Preciso resolver...eram 42 letras.

Poderia formar milhares de palavras.

Até que tive uma boa idéia.

As cartas tinham data.

Olhei todas até encontrar qual foi a primeira carta que ela recebeu.

A primeira tem a letra J.

E vou anotando uma por uma, de acordo com a ordem das datas.

J - U - N - T - O - S

Olha a primeira palavra ai.

E assim eu continuo até ter a frase completa

"Juntos encontraremos o portal e tudo mudará. Te amo"

Caramba! Eles sabiam sobre o portal. Mas o que eles queriam?

O que era tão importante? E o que precisava mudar?

Já estava na hora da aula.

Hoje era o último dia da semana.

Depois a aula seria só na próxima semana.

Visto uma camiseta preta, um cardigãn azul royal e uma calça jeans azul claro com um tenis branco.

Desço para a biblioteca.

Vincent já me aguardava.

- Bonjour!

(Bom dia!)

Vincent sorri.

- Bonjour Kero!

- Dormiu bem?

- Sim como uma princesa!

- Talvez seja porque você é uma.

Diz ele piscando.

- Eu estou preocupado com você. Você é meio ... maluquinha!

Diz ele esfregando a barba.

Eu me aproximo dele.

- Então e isso que você acha?

Continuo me aproximando.

Até estar praticamente encostada nele.

Ele respirava ofegante, estava tenso.

Seu perfume era muito bom.

- Já que me acha maluquinha. Não vai ligar se fizer isso.

E eu o beijo.

Ele retribui, coloca uma mão pela minha cintura e outra sobre minha nuca.

Nossas língua se entrelaçam.

É o beijo mais gostoso que já provei.

Não sei quanto tempo durou. Mas nenhum de nós dois queriamos parar.

Eu me afasto e digo.

- Vamos começar a aula Vincent?

E me sento.

Ele fica confuso, perdido.

Não sabia nem o que dizer.

- Bom na última aula paramos na parte do Monumento "Arco do Triunfo".

E hoje Vincent?

Ele está paralisado.

- O que você está fazendo Srta. Keroline?

- Achei que estava claro. Estou tentando estudar.

- Não se faça de desentendida. Por que me beijou?

- Você já comeu hoje. Está meio lento!

Eu beijei porque eu quis!

Ele fecha a cara.

E fica me olhando nitidamente irritado.

- Não faz esse biquinho. Ou te beijo denovo Vincent.

- Olha isso não é engraçado e nem divertido.

- Vincent foi só um beijo. Não vamos nos casar.

Digo sorrindo.

- Desculpe!

Claro que aquele beijo tinha me balançado.

Eu tinha sentido algo diferente. Mas não sabia dizer o que.

Vincent inicia a aula.

Eu me perco em suas palavras.

Ele precisou repetir diversas vezes, informações diferentes pois eu estava muito desperça.

- O que aconteceu Kero?

- Não diga que já se apaixonou!

- Ha, Ha, Ha digo com ironia.

Não meu caro, preciso mais que um beijo gostoso para isso acontecer.

- Ah! Então o meu beijo foi gostoso!

Diz ele rindo

- Não!

- Foi!

- Quer dizer, foi legal.

Ele continua a rir, ao ver que fiquei sem graça.

- Cala a boca Vincent.

- Eu só estou pensando em outras coisas...

- O que? Sobre o portal?

- Sim! E não!

- Não entendi Kero!

- Eu encontrei algumas cartaz de amor entre um homem e a Sra. Karolina. Digo...minha mãe.

Eu acredito que tenha sido enviadas pelo assassi...meu Pai.

Digo revirando o olho.

- Eu descobri uma frase secreta nas cartas que se refere ao portal.

- Mas o que está me deixando incomodada é o fato dele parecer amar demais a minha mãe. E porque a matou? E por que eles queriam o portal?

- Perguntas dificeis de serem respondidas.

Mas acho que você deveria primeiro descobrir quem o seu pai era. E depois quem sua mãe era.

Talvez algum amigo deles, um parente bem próximo vai saber dizer quem eles eram.

- Verdade. Você me ajuda a encontrar alguém. Não sei por onde começar.

- Ok! Vou ver o que descubro.

Ele vai embora.

E eu fico pensando o que vou fazer.

Preciso entrar no quarto da Sra. Karolina.

Mas a porta está trancada, e ninguém sabe onde a Sra. Bloide colocou.

Eu penso, penso, penso.

Se eu quero entrar em um cômodo e não pode ser pela porta, por onde mais seria possível?

- Isso Keroline. A janela!

Eu grito sozinha.

Mas se lá é o sotão. Para chegar a janela tem que ser pelo telhado.

E como vou chegar lá em cima?

Saiu e começo a circular a Mansão para ver se tem algum jeito de subir. Havia uma treliça de flroes em um dos lados. Mas acho que não suportaria meu peso.

Procuro Augusto.

- Augusto preciso de uma escada grande que chegue no telhado. Você tem?

- Não Srta. Mas quem tem é o Pablo nosso jardineiro.

- Ok. Obrigada

Vou ao escritório e ligo para Pierre o filho do jardineiro.

" Trim, Trim"

- Alô!

- Pierre?

- Sim sou eu.

- Oi é a Kero, Keroline Bloide.

- Oi Kero. Tudo bem?

- Sim tudo ótimo, vou precisar de uma ajuda sua.

- Claro o que seria. Preciso de uma escada grande que chegue ao telhado. Pode me emprestar uma?

- Claro que sim. Daqui a pouco eu chego ai.

- Perfeito. Obrigada até já!

Em menos de 15 min Pierre chega.

Trás a escada, aquelas que vai aumentando.

- Boa tarde Kero!

- Boa tarde Pierre..

- Está com problema no telhado?

- Não só preciso ver uma coisa.

Ele ajeita a escada de maneira que fique firme e eu subo.

Quando estou quase no alto me bateu um medo.

Mas tento pensar apenas no objetivo.

Com todo cuidado eu subo e vou até a janela.

Também está trancada.

Mas para minha surpresa não havia nada lá dentro. Era um cômodo vazio.

Quando estou descendo ...

- Ahhhhhhhh!

- Kero!

Grita Pierre.

Eu escorrego e fico pendurada.

- Se segura! Estou indo!.

- Me dá a mão.

- Não consigo Pierre!

- Me ajuda.

Ele se estica ainda mais.

- Segura você consegue.

Eu estico, ele me puxa e me coloca novamente sobre o telhado.

Eu respiro aliviada e desço.

- Sua maluca quase cai de lá de cima.

- O que você queria lá.

- Entrar no quarto da minha mãe, é no sotão. Mas as janelas estão trancadas e a chave da porta de perdeu.

- Porque não chamou um chaveiro?

- Não posso, para que eu entre precisa estar aberta.

- Bom eu posso te ajudar. Me mostra onde é.

Eu levo ele e em dois segundos ele abriu a fechadura, com uma chave universal.

Fico de boca aberta.

Tão fácil eu penso.

Eu agradeço por tudo e ele se vai.

Eu entro no quarto e fico pensando sobre tantas coisas.

Eu encontro caído bem no cantinho um colar e um pingente de coração.

Ao abrir vejo uma foto da Sra.Karolina e meu pai no dia do casamento.

Eu deito no chão de madeira e fico pensando e acabo adormecendo.

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