Enquanto a modista abre sobre a cama várias opções e cores de vestidos elegantes umas das cabeleireiras preparam minha maquiagem, Rayca já está pronta, mamãe e tia Lilian também, todas impecavelmente lindas para o evento de hoje.
— Gosto desse.
Mamãe ergue nas mãos um lindo Dior vermelho, na coxa tem uma fenda profunda que vai até os tornozelos, extravagante e sensual na medida certa.
— É lindo, o papai certamente irá adorar.
— Não é para mim.
Ela sorri timidamente.
— Sou uma senhora casada Olivia, não tenho idade para essas coisas.
Diz com um sorriso gentil, mamãe nem de longe aparenta ter a idade que tem, é linda e muito vaidosa, poderia facilmente se passar por minha irmã.
— Experimente.
Olho um tanto relutante para peça extravagante que ela tem às mãos mais ao ver a forma como seus olhos brilham ao olha-lo acabo por ceder.
— Então?
Pergunto e todos sorriem, confesso que eu mesma fui golpeada pela forma satisfatória com que a peça me vestiu.
— Está linda.
Mamãe beija meu rosto, sai do quarto ao lado de tia Lily, Tio Alexandre e Camilla acabam de chegar e elas estão ansiosas para vê-los, termino de dar os últimos toques em minha maquiagem sobre o apressar impaciente de Rayca, descemos as escadas e o lugar está cheio como eu esperava, os olhares estão direcionados a mim e confesso que isso me incomoda.
— Está vendo o Estevan?
Pergunto e Rayca atentamente varre o salão à sua procura.
— Não, tem certeza de que ele virá? o Estevan odeia esse tipo de coisas, pelo menos eu nunca o vi em jantares.
Suspiro em concordância, ele realmente não faz o tipo que frequenta festas, foi inocência minha acreditar que viria.
— Vou buscar uma bebida, você quer?
Assinto e ela sai me deixando sozinha, olho atenta todas as pessoas espalhadas pelo salão quando papai se aproxima, está acompanhado de um rapaz jovem, seus cabelos são escuros e seu corpo forte, muito forte.
— Filha, esse é Álvaro Feberman, é o dono do Teatro Albert Finney, aquele em que se apresentou ano passado enquanto a visitávamos, lembra?
— Sim, claro, é um prazer conhecê-lo pessoalmente.
Sorrio de forma cordial e ele me encara, seu rosto não me é estranho mas pela forma como me cumprimenta deixa claro que não nos conhecemos, estendo a mão e ele a beija, me deixa desconcertada já que parece não pretender solta-la.
— É um prazer estar diante de uma das mais importantes bailarinas de ballet clássico do mundo.
— Hó, gentileza sua.
Sorrio e papai faz o mesmo, não consegue esconder o orgulho em seu rosto ao ouvir as palavras, puxo discretamente a mão e Álvaro Feberman estreita o olhar.
— Desculpe-me, não quero ser inconveniente mas não posso perder a oportunidade de convidá-la para uma dança, será de longe a maior honra de minha existência.
Me oferece novamente a mão e antes que eu possa ou não aceitar o convite a tem agarrada com força por Estevan que não diz nenhuma palavra, apenas o encara com um olhar mortal.
— Você veio.
Digo com um sorriso bobo que é interrompido por papai.
— Já chega.
Ele toca o ombro do mesmo e só aí me dou conta de que ele ainda aperta forte a mão de Álvaro Feberman, Estevam o solta e o homem geme sutilmente de dor.
— Você quem é?
Álvaro pergunta em um tom ameaçador, me dá medo a forma como me encara.
— Estevan Leblanc.
— Há sim, seu filho, seu irmão?
Olha para papai e depois para mim.
— Estevan é meu sobrinho, mas o amo como a um filho.
Papai tenta acalmar os ânimos de forma cordial enquanto Estevan segura em minha mão.
— Venha.
Diz no exato momento em que sinto meu braço ser agarrado.
— Mas e quanto a minha dança?
Álvaro me fita com um olhar vazio, Estevan o encara furioso.
— Tire suas mãos dela, tire antes que eu as arranque e lhes enfie goela abaixo.
— Está bem.
Álvaro me solta ao ver os olhares de todos sobre nós.
— Dançaremos em uma outra hora.
Sorri debochado e tenho que me por a frente de Estevan que já caminha para ele, o que esse homem deseja? parece estar procurando por confusão.
— Não.
Digo e ele me encara, seus olhos escuros são como duas labaredas de fogo.
— Vem, por favor.
Seguro firme sua mão e mesmo contrariado ele me segue, a cozinha é o lugar vazio mais próximo e terá que servir, nunca o vi tão furioso, Álvaro Feberman acaba de escapar da pior surra que levaria na vida.
— Eu deveria voltar naquele salão, arrancar os olhos daquele bastardo por te olhar daquele jeito.
— Não, por favor.
Toco seu rosto e ele respira fundo, caminho em direção a geladeira e ao ver o que tenho as mãos ele sorri.
— Fiz para você.
Estendo o pequeno bolo de chantilly com morangos.
— É seguro experimentar?
Faz graça e eu arfo indignada, como pode debochar assim dos dotes culinários que eu não tenho.
— É um homenzinho ingrato, se não quer jogo fora.
Faço menção de lançar na lixeira e ele o pega da minha mão.
— Birrenta, eu sou estou brincando.
Passa o dedo contra o chantilly o levando a boca.
— Está uma delícia, obrigada.
O põe sobre o balcão me encarando profundamente.
— Eu...eu não comprei um presente.
Tento quebrar o clima estranho e ele se escora ao balcão colocando as mãos em seus bolsos.
— O que quer? pode escolher qualquer coisa, compro amanhã.
— Um bolo é um bom presente.
— Um bolo e um bolo, quero te dar algo para que se lembre de mim, com a correria da viagem, dessa festa acabei esquecendo.
Ele sorri, Estevan sorri tão pouco, tem o sorriso mais lindo que eu já vi.
— Lembrar é fácil Olívia, é para esquecer que está dando trabalho.
Fala passando as mãos pelos cabelos de um jeito sexy, definitivamente ele é um homem bonito, é forte e atraente, tem um ar de poder que me deixa molhada, Deus em que estou pensando, é o Estevan.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
morena
só não gostei da parte de cima, mas o vestido é belíssimo
2025-03-05
0
morena
é ele o desgraçado
2025-03-05
0
Summer 🔥
Uma surra seria o menor dos problemas kkkkkkk
2024-10-15
0