Capítulo 4

Estevan olhava o irmão sem nem mesmo se exaltar, se serviu de uma bebida, levou o copo à boca dando então ao caçula a atenção que precisava.

Atíla Leblanc 20 anos

Estevan se aproximou de Átila com um brilho sanguinário no olhar, tocou seu ombro fazendo com que o encarasse.

— Sim eles matariam você, matariam se eu fosse a po*rra de um moleque burro e inconsequente como você é meu irmão, nem sabe para quem esta trabalhando, se soubesse teria percebido que os cadáveres no chão eram dos seus trafi*cantes.

Atíla passou as mãos pelos cabelos, sabia que agora sim estaria em apuros.

— Por*ra Estevan, você não matou os irmãos Herrera.

Irmãos Herdeira era um grupo de traficantes vindos do México para o país, estavam recrutando jovens da Idade de Átila para o tráfico local mais acabaram fazendo inimigos, Estevan certamente era o pior deles, não havia gostado nem um pouco em saber que eles haviam dado ao irmão um cargo na gangue, sugeriu que o tirassem e um "foda-se" desavisado dito por um deles custou a vida de uma família inteira.

— Agradeça por eu estar de bom humor ca*cete, por eu ter a po*rra da paciência de um santo por que eu juro pela me*rda da minha vida que dá próxima vez que eu te pegar metido com xicanos, vendendo drogas no meu território e sujando o nome da nossa família não vai ser no lixo que eu vou colocar os seus bagulhos, eu vou enfia-los até o talo no seu ra*bo e vou fazer isso no seco seu bastardo.

Atíla o olhou assustado, sabia que o irmão não fazia ameaças, aquilo era uma promessa e Estevan cumpria suas promessas.

— Está afastando todo mundo, é louco Estevan e vai terminar sozinho.

Estevan se pôs de pé, concordava com que foi dito pelo irmão, havia aceitado a realidade das palavras a muito tempo e não sofria mais com o peso delas, deu as costas a Atila encarando a vista da cidade pela janela, amava as luzes dos prédios e da rodovia, sentia paz com a solidão, em silêncio permaneceu perdido em seus pensamentos doentios e obscuros, Atíla já saia quando o olhou por uma última vez.

— É meu irmão cara, eu amo você.

Respirou fundo.

— Não jogue sua família para ainda mais longe, Olivia chegou hoje a Roma, vamos comigo para casa.

Estevan olhou imediatamente para ele, as mãos em punho eram sinal de que as palavras do irmão o haviam tirado do eixo, do ponto de equilíbrio que tanto se agarrava.

— Não a vê a dez anos, ela sempre pergunta por você.

— Não disse a ela, prometeram não contar sobre o manicómio.

— Ela não sabe, mas é uma garota esperta não vai demorar descobrir que era lá onde esteve a maior parte dos dez anos em que ela esteve fora, você sumiu, não deu explicações, acha que ela simplesmente irá ignorar isso?

Estevan se jogou novamente na poltrona, encarou o teto em silêncio.

— Se eu fosse você iria visitá-la, conhece Olívia se não for até ela, ela virá até você.

— Não ela não pode, o Harém não é lugar para ela.

— Não é lugar para ninguém irmão, você o transformou no seu inferno particular, maligno e sombrio, nem o demónio teria coragem de ficar aqui.

Atíla saiu o deixando sozinho, Estevan Sentiu em seu peito um aperto que a muito tempo não sentia, Olivia estava de volta, a garota que enlouquecia sua cabeça na adolescência de um jeito estranho e perturbador e que partiu desde de muito cedo havia retornado, Estevan não queria nada daquilo, não era uma ped*ófilo e sentiu por muitos anos repulsa de si mesmo por ter visto na menina a imagem de seus desejos mais sombrios, fez o que era possível para se manter afastado dela e por um tempo conseguiu, nenhuma outra mulher jamais o interessou, prosti*tutas enfeitaram sua cama por um longo tempo e o fato de terem completo pavor dele era o que lhe dava ainda mais prazer, não o se*xo, não o contato mais o medo e mesmo isso havia perdido a graça, não é que ele não pudesse ter a mulher que quisesse, ele só não queria, era lindo, forte e atraente mais além dos atributos tinha um defeito, Estevan era a imagem do mal encarnado e qualquer um que se aproximasse o suficiente para conhecê-lo descobriria isso, quando finalmente Olivia foi embora ele encontrou paz, paz para suas paranóias e seus desejos proibidos, a prima inocente, a irmã de coração eram esses os atributos que todos queriam que ele enxergasse na garota mais nem de longe, nem de longe era como ele a via, Estevan não entendia como alguém que jamais amou poderia ter tamanha obsessão por uma menina, uma doce menininha que sequer o havia dado esperanças, Olivia o via como um irmão e era isso o que mais o pertu*rbava, Estevan acendeu um cigarro, abraçou a noite como sua companhia e se apegou a ela, estava apenas começando e era mais uma das que passaria em claro, o motivo de seus mais loucos devaneios estava de volta e traria com ela a ruína que ele tanto tentou adiar, linda, proibida e inocente, a criatura perfeita que um louco como ele adoraria desvirtuar.

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