Capítulo 17

~ Bruno ~

Me permito descansar um pouco mais essa manhã, acordo com o perfume dos cabelos de Hanna sobre meu peito. Observo seu rosto sereno, ainda adormecido em um profundo sono, sinto sua respiração próxima a mim, o calor do seu corpo e suas pequenas mãos me envolvendo como se fosse uma espécie de porto seguro.

Quando Pedro me ligou da faculdade, contando o que havia acontecido com Hanna, eu corri imediatamente até o local, e vi todos os cartazes, os olhares curiosos e julgadores sobre ela. Mas o pior foi vê-la daquela forma, tão vulnerável a ponto de perder a cabeça com uma de suas colegas, provavelmente em resposta a alguma provocação.

Naquele instante, eu só queria a envolver em um abraço, assim como estamos agora enquanto as pessoas à nossa volta desaparecessem.

Chequei o horário em meio celular e depois de uma briga interna com minha consciência, resolvi sair do quarto, tentando ao máximo não fazer movimentos bruscos com o intuito de não acordar Hanna.

Vou até meu quarto, faço minha higiene, visto uma roupa social e desço as escadas. Já na cozinha, peço para que uma de minhas funcionárias avisasse ela que estaria dispensada do trabalho hoje, para descansar e cuidar um pouco da mente.

Pego meu carro e dirijo em direção à empresa, chegando lá me deparo com uma multidão de repórteres. Todos em frente a Azevish, tirando fotos e tentando entrevistar cada funcionário que tentava entrar no local.

Bruno: Só o que faltava... - bufo, enquanto faço o retorno para entrar com meu carro pelo estacionamento nos fundos da empresa.

Caminho até minha secretária, em busca de um esclarecimento sobre o que se tratava essa baderna.

Bruno: Quem são essas pessoas e por que estão causando esse tumulto?

Secretária: Senhor Bruno, eles estão questionando sobre um possível relacionamento seu com Hanna. Antes mesmo da empresa abrir, já estavam aqui em frente nos enchendo de perguntas ao seu respeito.

Bruno: Certo, vou por um fim nesse assunto agora mesmo. - caminhei em direção à entrada da empresa e logo ao abrir a porta, fui bombardeado por perguntas.

Repórter 1: Senhor Pastolato, é verdade que está em um relacionamento com uma de suas funcionárias?

Repórter 2: Você confirma os rumores sobre uma possível gravidez. Será se a Azevish terá em breve um herdeiro?

Repórter 3: É verdade que o pai de Hanna Claimer é um ébrio viciado em apostas? Você pagou as dívidas de jogo do seu sogro?

Repórter 4: Hanna Claimer não estaria envolvida com o senhor por puro interesse? Já quê veio da classe baixa dos subúrbios.

Bruno: Bom dia a todos, primeiramente gostaria de esclarecer que o local onde vocês estão é uma empresa de respeito e integridade, nós não expomos nossos funcionários ao ridículo explicitando suas vidas com ninguém. E isso também se aplica a minha vida, se querem saber sobre jóias e pedras preciosas, aqui estou eu para recebê-los. Caso contrário, chamarei a polícia, pois estão obstruindo a passagem de meus clientes, passar bem... - dá as costas à multidão de repórteres e entra novamente na Azevish.

Já em meu escritório, não consigo me concentrar em nada, o tempo todo ouvia ligações de representantes de rádio e televisão convidando para participar de entrevistas, todos não passavam de um pretexto para perguntarem sobre Hanna.

Estava extremamente estressado e minha cabeça parecia que ia explodir de enxaqueca. Pela primeira vez em anos, meu nome estava envolvido em uma polêmica, que não passava de um aglomerado de mentiras. Isso não era um bom sinal para a empresa, olho os investimentos da Azevish e vejo que nossas ações caíram surpreendentemente em tão pouco tempo.

Ao fim do dia chego em casa pisando firme, ainda com a cabeça quente, resultado do dia estressante. Subo diretamente ao meu quarto e tomo um banho gelado, assim que me visto, ouço batidas na porta.

Bruno: Entre!

A porta é aberta lentamente e Hanna entra meio receosa.

Hanna: Licença, você esqueceu seu relógio em cima da cômoda do quarto, aqui está. - entrega timidamente.

Bruno: Certo, obrigado. - responde seco e pega o relógio das mãos de Hanna.

Hanna: Você não parece bem, aconteceu algo?

Bruno: Você ainda pergunta Hanna? Chego na empresa pela manhã e sou bombardeado por repórteres me questionando se tenho algo com você. Não consigo me concentrar em meu trabalho pois de cinco em cinco minutos tem uma ligação de alguém pedindo uma entrevista, e como se já não fosse o bastante, as ações da Azevish caíram hoje pela manhã. - Bruno deposita todos os seus problemas sobre Hanna que ouve atentamente com o corpo encolhido.

Hanna: Me..me..me desculpa, eu não fazia ideia do que havia causado. - seus olhos já estavam lacrimejando.

Bruno: No momento só quero ficar sozinho, preciso pensar em uma forma de contornar essa situação.

Hanna sai cabisbaixa do quarto, estava triste por ter causado tantos problemas a Bruno. Como se já não bastasse sua vida tão bagunçada.

Ao chegar em seu quarto, Hanna olha no celular e vê todas as reportagens do dia com o rosto de Bruno estampado, algumas também tinham imagens suas saindo do carro dele. As pessoas a chamavam de interesseira em diversas maneiras diferentes.

Precisava concertar todo o problema que havia causado a Bruno.

Bruno ainda estava em seu quarto, quando decidiu abrir uma garrafa de whisky. Só assim conseguiria se acalmar. Toda a vez que olhava no noticiário ou no próprio celular, era só mais um motivo para querer quebrar tudo a sua volta.

Como era possível, as coisas virarem de ponta cabeça daquela forma, em questão de horas? Não sabia explicar, mas nesse momento os problemas só se acumulavam, enquanto suas ações caiam disparadamente.

Polêmicas nunca foram um bom sinal para os negócios.

Ver Hanna na minha frente, estar no mesmo ambiente que ela não me ajudava em nada. Me sentia comprimido, parece que as paredes de minha casa se fechavam em minha volta. Não queria falar com Hanna, pois não sabia o que sentir sobre ela em relação a toda essa confusão, por um segundo, me arrependi de tê-la ajudado e trazido até minha casa. Teria evitado tudo isso que está acontecendo.

Em meio a todo esse dilema, me levanto abruptamente da cama e resolvo pegar o carro e sair de casa. Estava necessitando de esfriar a cabeça.

Mais populares

Comments

Cida Oliveira Alves

Cida Oliveira Alves

Bruno é polêmico. Sentiu na pele td o q Hanna está passando mas não tem compreensão do desgaste emocional. Ele é lento, outro, já teria achado o pai dela e lidado com as fofocas. Se ele é tão rico e poderoso tem q provar q pode mudar tudo o q está acontecendo.

2025-02-25

2

Zilda Praxedes

Zilda Praxedes

Bruno nem parece que foi pobre um dia e não sabe que na empresa tem pessoas pra resolver isso Bruno não Aprendeu nada

2025-02-23

0

Cida Lima

Cida Lima

Nossa que chato ele com tanto dinheiro pq não envestigar que deu essa notícia cara burra passou fome teve sorte é não é nada úmido so pensa em dinheiro

2024-11-25

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!