Capítulo 14

É um lindo fim de semana ensolarado, o jardim estava deslumbrante, com flores e pássaros por todo o canto.

Hanna acorda com um pequeno raio de sol batendo em seu rosto. Ela abre a janela e se depara com uma manhã encantadora, era como se a natureza estivesse conduzindo a continuar viva e agarrar as oportunidades. E era isso o que Hanna iria fazer a partir daquele dia, primeiro precisava se ajudar para conseguir ajudar sua família e para isso, necessitava sair daquele limbo de tristeza e depressão.

~ Hanna ~

Fui em direção ao banheiro e tomei um bom banho frio para despertar o corpo ainda sonolento. Após realizar a higiene pessoal, vou até a cômoda e pego um macacão simples, olho em algumas caixas e vejo meu material de pintura, separo uma tela, tintas, pincéis e organizo tudo em cima da cama.

Desço até a cozinha e vejo que Bruno já estava acordado aquele horário.

Bruno: Bom dia Hanna, venha tomar café.

Hanna: Bom dia. - Sentou-se à mesa, na cadeira oposta a de Bruno e os dois comeram em silêncio.

Bruno: O dia está bonito hoje...

Hanna: Verdade. Gostaria de pedir algo a você...

Bruno franziu a testa em alerta sobre o que poderia ser.

Bruno: Pode falar.

Hanna: Se não for incômodo da minha parte, claro, posso ir até seu jardim tentar algumas pinturas em tela? - suas bochechas estavam ruborizadas, mesmo pedindo algo tão simples.

Bruno: Kkkk, era isso? Claro que pode, é livre para transitar onde quiser em minha propriedade.

Hanna: Certo, obrigada! - Se levantou da mesa com um sorriso tímido no rosto e voltou até o quarto para pegar seus pertences. Bruno logo ouviu os passos descendo as escadas e indo em direção ao jardim.

Corri em direção ao jardim e antes de chegar ao gramado, tirei minhas sandálias e pisei com os pés descalços no chão. Desde pequena, sempre amei esse contato direto com a natureza, lembro-me das manhãs em que minha mãe e eu caminhávamos pelo jardim de nossa antiga casa, colhendo flores e podando as árvores.

Guardo essas lembranças com muito carinho em meu coração.

Posicionei meu cavalete na sombra de uma árvore e passei praticamente a manhã inteira pintando, testando novas técnicas e cores. Perdi a noção do tempo, parecia até que estava em outro mundo, até que sinto alguém se aproximar.

Bruno: Você realmente possui um dom inigualável.

Rapidamente me virei para encará-lo.

Bruno: Te assustei? Não era minha intenção, desculpe.

Hanna: Na..na..não é isso. Eu só estava distraída.

Bruno: É uma pintura linda! Você vende quadros certo? Gostaria de comprar esse que acabou de pintar, ficaria ótimo em minha sala de visitas.

Hanna: Você gostou? É seu! Um pequeno presente, em agradecimento pelo que fez por mim nos últimos dias. - sorriu gentilmente.

Bruno: Nossa, obrigado!

Hanna: Só aguarde até a secagem das tintas, logo mais passarei um verniz e estará pronto para pendurá-lo na parede de sua preferência. kkk

Bruno: Enquanto a tinta seca ao ar livre, gostaria de conhecer o restante do jardim comigo?

Hanna: Claro!

A partir desse momento, Hanna e Bruno começaram a andar lado a lado, enquanto ele mostrava as plantas, flores e árvores frutíferas.

Bruno: Aqui é o lugar no qual esqueço dos problemas, da rotina atarefada. Às vezes, só sento no chão e observo os pássaros voando pelo céu, enquanto a brisa bate em meu rosto.

Hanna: Não é de se espantar. Aqui é um lugar lindo, do pouco que vi, já dá vontade de ficar horas andando por aqui.

Os dois param em frente a uma pequena plantação de tulipas.

Bruno: Posso te fazer uma pergunta?

Hanna: Sim.

Bruno: Por que está descalço? kkkk

Hanna: Ah! Eu apenas gosto de sentir a sensação da grama nos pés. kkkk - Suas bochechas ficaram como pimentão.

Ao ouvir sua resposta, Bruno tira os sapatos que estava calçado e fecha os olhos por um momento, sentindo a brisa à sua volta. Logo após, abriu os olhos e colheu uma das flores, entregando a Hanna, que recebeu de bom grado.

Após algum tempo, a funcionária de Bruno, trouxe um bolo e uma jarra de suco, juntamente com uma toalha e estendeu próximo a árvore em que estava secando a pintura de Hanna.

Bruno: Venha, vamos comer alguma coisa...

Os dois se sentaram juntos e curtiram o restante da tarde conversando, conhecendo um pouco mais um sobre o outro. Bruno mostrou um lado que Hanna desconhecia, estava à vontade, mais descontraído, sorridente.

Por um estante, Hanna parou de sorrir e ficou olhando fixamente para o nada, sem expressão alguma, como se estivesse submersa às lembranças.

Bruno: Hanna? - Ouvir seu nome a despertou.

Hanna: Sim?

Bruno: Havia feito uma pergunta a você. Está tudo bem?

Hanna: Sim, só algumas lembranças que vieram à mente...

Bruno: Sério? - perguntou curioso

Hanna: Minha mãe amava flores, contato com a natureza. Ela amaria caminhar pelo seu jardim. - disse olhando para a tulipa que Bruno havia lhe dado.

Bruno: Você pode aproveitar por ela, colecionar sensações e lembranças que ela gostaria de ter ao seu lado...

Bruno: Infelizmente, não faço ideia sequer da aparência de meus pais. Fui um menino de rua desde que me conheço por gente, sempre fugindo dos abrigos e me refugiando nas ruas, da maldade dos adultos...

Hanna: Deve ter sido uma infância difícil.

Bruno: Sim, mas Otto me ajudou a superar tudo isso, me ensinou o caminho certo de viver. Depois que herdei seus bens, apareceram várias pessoas ajoelhando aos meus pés, jurando serem meus pais. Todos os testes de DNA foram negativos e acredito que mesmo se desse positivo não aceitaria outro alguém na minha vida para constituir uma família.

Hanna: Já amou alguém antes? - perguntou inocentemente.

Bruno: Não, vivo bem sozinho...

Hanna: E o que acha de eu estar morando em sua casa?

Bruno: Não acho nada Hanna, apenas me identifiquei com sua história e decidi estender a mão, assim como fizeram comigo no passado. Além disso, acredito que sua estadia aqui será temporária. - Disse levantando.

Hanna: Entendi... - Na verdade não havia entendido nada, nem a resposta de Bruno, muito menos sua mudança repentina de humor.

Hanna continuou sentada enquanto assistia Bruno caminhar e adentrar novamente em sua casa.

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Comments

Fatima Maria

Fatima Maria

O MEDO TEM DESTAS COISAS. MAIS VAMOS QUE VAMOS LÁ PRA FRENTE E VAMOS VER SE ELE VAI AGRENTAR FICAR LONGE DELA.

2025-03-05

0

Sara Niziato

Sara Niziato

Hanna querida tu só toma banho gelado, vai virar um picolé hahahaha

2025-03-08

0

Cida Lima

Cida Lima

não entendi nada essas reações do Bruno sabendo o tanto que hanna é sofrida tbm?

2024-11-25

0

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