Capítulo 12

Uma semana depois...

~ Hanna ~

Eu estava um caco, não consegui me recuperar desde quando meu pai foi embora. Passo meus dias em casa, não fui mais para faculdade, sequer sinto vontade de me alimentar ou beber água.

Ágata e Fernando vieram até minha casa preocupados, tentaram a todo custo me tirar daqui, mas resisti. Só conseguia chorar e dormia com o auxílio de remédios, meus amigos não podiam ficar em casa comigo o tempo todo pois tinham seus respectivos trabalhos e afazeres. Eu simplesmente não sentia mais vontade de prosseguir.

~ Bruno ~

Desde o evento beneficente não vi Hanna, não soube dela e isso estava me preocupando. Sabia que tinha me expressado mal naquela noite e talvez se fosse até sua casa, ela provavelmente não me receberia, enquanto isso, Pedro estava viajando e não poderia me atualizar de notícias sobre ela.

Após a publicação da revista, minhas ações subiram em valores exorbitantes. Parceiros e sócios entravam em contato comigo procurando pelo contato da redatora do artigo da Azevish e infelizmente eu estava tão perdido quanto eles em relação a Hanna.

Mas hoje vou por um fim nisso, preciso urgentemente resolver as coisas entre nós dois. Então ao fim do meu expediente me dirigi até sua casa, parei o carro, desci e bati em sua porta, esperei alguns minutos e não obtive resposta. Quando já estava prestes a ir embora, ouço o som de chaves destrancando a porta.

Bruno: Hanna, está tudo bem?

Sua feição era cansada e obscura, as olheiras cobriam o brilho de seus olhos, ela parecia abatida e fraca. Meu coração apertou ao vê-la naquele estado, algo de muito grave com certeza deve ter acontecido para se encontrar dessa forma.

Hanna: Bruno? Eu..eu..eu... - Sua visão escureceu e o corpo fraquejou causando um desmaio. Por sorte, Bruno a segurou em seus braços a tempo.

Coloquei ela rapidamente no carro e dirigi rumo ao hospital mais próximo, o mesmo que a levou quando sua mão estava machucada.

Os médicos a levaram, ainda desacordada para a sala, com o intuito de realizar alguns exames. Enquanto eu fiquei na sala de espera, aflito com o que poderia ter acontecido com ela em todos esses dias e me culpando por não ter vindo antes.

Tempo depois, um dos médicos retornou com o laudo em mãos.

Médico: Senhor Pastolato.

Bruno: Sim?

Médico: Nós realizamos alguns exames na senhorita Hanna e foi constatada anemia e desidratação, provavelmente ela passou alguns dias sem dormir e se alimentar corretamente, o que ocasionou a queda em sua glicose e simultaneamente, o desmaio.

Bruno: Como ela está, doutor?

Médico: No momento, ela está dormindo, respondendo bem aos medicamentos. Caso o senhor queira, pode visitá-la por alguns minutos.

Bruno: Quero sim, obrigada.

Ao chegar no quarto, me deparei com Hanna dormindo em um sono profundo, estava mais pálida do que nunca. Toquei em sua mão e a senti fria, em seu corpo haviam alguns aparelhos para medir os sinais vitais.

Fiquei ali observando, pensando no que poderia ter acontecido se não tivesse ido até sua casa a tempo. A verdade é que eu não a conhecia de fato, só tinha noção de pouco sobre sua vida, amigos e família. Apesar do meu coração acelerar quando estava perto de Hanna, minha mente martelava em questionamentos sobre a verdadeira mulher que ela era, então decidi tomar uma decisão quanto a isso...

O médico entrou na sala para me alertar sobre o tempo e que precisaria em breve trocar o soro.

Bruno: Doutor, quando ela poderá receber alta?

Médico: Visto que o tratamento dela para recompor a saúde é a longo prazo, com alimentação balanceada, podemos dar alta amanhã mesmo.

Bruno: Certo.

Nesse momento, o telefone de Bruno toca. Então ele sai do quarto para atender no corredor do hospital.

Pedro: Oi Bruno, acabei de chegar de viagem e vi suas mensagens.

Bruno: Sim, não queria incomodar, mas era uma situação de urgência.

Pedro: Certo, pode me falar parceiro, sou todo ouvidos kkk.

Contei tudo a Pedro com o intuito dele encontrar mais informações a respeito de Hanna, pedi também para me passar o número dos amigos dela, afim de tranquilizá-los. Ao fim da ligação com Pedro, disquei o número de Ágata explicando tudo e pedindo para ela ir até a casa de Hanna e organizar todos os seus pertences e roupas em uma mala.

No dia seguinte, Hanna recebeu alta, o médico me deu uma receita com alguns remédios que ela precisaria tomar.

Ela ainda estava dormindo, então a peguei no colo e caminhão com Hanna nos braços até o carro, chegando em casa, subi até o quarto que pedi para que preparassem exclusivamente para ela e a coloquei sobre a cama delicadamente.

Sei que quando ela acordasse, provavelmente levaria um susto por estar em um ambiente que não conhecia, então sentei na cadeira ao lado da cama para explicar a situação.

~ Hanna ~

Sinto meu corpo quente, cheiro de lavanda. Tento me mover lentamente me espreguiçando, abro os olhos e vejo que estou em um local totalmente diferente de minha casa. Sento na cama e olho para o lado e avisto Bruno dormindo em uma cadeira, só posso estar sonhando e que sonho estranho esse.

Estico meu braço e toco em seu ombro, imediatamente ele abre os olhos, despertando de seu sono.

Hanna: AHH!!!

Bruno: Vejo que acordou, isso é bom...

Hanna: Onde eu estou? Por que você está aqui? Eu estava na minha casa. - as perguntas vinham sem parar.

Bruno: Calma, por favor. Fui até sua casa e você não parecia bem, acabou desmaiando então a levei até o hospital. Os médicos disseram que você estava com um quadro de anemia e desidratação, então para garantir que iria se cuidar trouxe você até minha casa. Não se preocupe, pedi para sua amiga trazer suas roupas e pertences pessoais, estão ali. - apontou para a cômoda enorme encostada na parede, visto que não tinha muitas coisas.

Nesse momento, minhas lembranças voltaram ao lugar e pensei na carta de meu pai, nas noites que passei chorando sozinha até que Ágata e Fernando foram até minha casa. Só de lembrar de tudo isso, meus olhos marejaram em lágrimas.

Bruno: vou deixar você a vontade, daqui a alguns minutos uma de minhas funcionárias trará algo para você se alimentar. Pode se sentir à vontade, explique as coisas no seu tempo, caso queira. - Disse e saiu do quarto batendo a porta cuidadosamente.

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Comments

FBJ💞

FBJ💞

saiu do hospital dormindo e levada até o quarto sem acordar? Foi longe a imaginação autora

2025-03-17

0

rita freitas

rita freitas

Melhor isso que morrer. Já passaram 15 dias para ela pagar a dívida do pai

2025-03-28

0

Sandra Regina

Sandra Regina

O amor💘 é lindo demais

2025-02-20

1

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