A Jóia Do CEO
~ Bruno ~
"Conte-me sobre sua história e o quanto ela te define."
Bem, eu me chamo Bruno Pascolato, tenho 32 anos e atualmente sou CEO em uma das empresas referência em importação e exportação de jóias, somos famosos pelo acervo de raras pedras preciosas.
Atualmente sou multimilionário e tenho uma vida de luxo, mas nem sempre foi assim. Perdi meus pais muito cedo e por ser órfão, acabei morando nas ruas, passei fome, fui maltratado, pisoteado, ignorado. Os dias eram cansativos, pois apesar da pouca idade, vivia atrás de pequenos bicos para conseguir dinheiro e comer alguma coisa, enquanto as noites eram perigosas e hostís. Até que um dia, andando pelos becos da cidade, esbarrei em um homem que estava passando mal, não conseguia respirar por algum motivo e apontava para a maleta que estava caída ao lado de seu corpo, eu prontamente corri e abri o objeto tirando de lá um objeto que mais parecia uma vacina, mal sabia eu que o homem estava tendo uma crise alérgica e aquele remédio injetável era o antídoto. Após aplicar no braço do homem, sentei ao seu lado, enquanto o remédio fazia efeito.
Aquele homem se tratava de Otto Martins, um grande comendador de jóias, com certeza um dos empresários mais conhecidos do mundo. Ao recobrar a consciência, me agradeceu, perguntou sobre minha família, o motivo de morar na rua e logo após, fez a proposta que mudaria minha vida para sempre.
Otto: Amanhã chegará uma encomenda para mim e preciso de alguém para ir buscá-la. Se estiver afim de ganhar algum dinheiro, faça o que eu lhe digo e em hipótese alguma, abra o pacote. Se chegar com minha encomenda inteira em mãos, lhe garanto o dinheiro das três refeições do dia.
Prontamente aceitei sua demanda e no outro dia bem cedo, quando a névoa ainda cobria o horizonte, eu estava no porto da cidade, esperando a embarcação da qual sairia o homem que me entregaria a encomenda. Não demorou muito para avistá-lo, em um primeiro momento ficou desconfiado, pois eu não passava de um menino de rua, vestindo trapos desgastados, mas ao descrever o pedido do senhor Otto, ele enfim me entregou a encomenda.
Então a carreguei pelas ruas da cidade como se fosse o bem mais precioso do mundo, mesmo não fazendo ideia sobre o conteúdo do pacote. Estava faminto e só conseguia vislumbrar a possibilidade de fazer uma refeição decente, depois de dias sem comer. Chegando no beco, esperei pelo senhor Otto, até avistá-lo saindo de uma limosine, corri em sua direção estendendo o pacote.
Otto: Não abriu a o pacote garoto?
Bruno: Não senhor, pode conferir, está lacrado e em perfeito estado.
Otto: Muito bem...
Ele então abriu vagarosamente o pacote na frente de Bruno que observava atentamente, até que tira de dentro um pequeno box contendo três livros. Ao ver o conteúdo, Bruno ficou sem acreditar, havia carregado aquele pacote como se fosse o objeto mais delicado do mundo e no fim, não passava de livros. Otto continuou observando e folheando os livros, o que despertou certa impaciência em Bruno.
Bruno: O senhor conferiu seus livros? Pode me pagar agora?
Otto: Não tenho dinheiro em espécie, não há como te pagar no momento garoto...
Bruno: Como assim? Eu esperava por esse dinheiro para comprar comida. O senhor me prometeu que se trouxesse sua encomenda intacta, me pagaria.
Otto: Bem, você está certo, mas tenho uma segunda proposta a lhe fazer, se não aceitar, vou até um banco, saco o dinheiro, lhe pago e nunca mais nos veremos. Por ter se mostrado um garoto confiável, gostaria que fosse meu pupilo nos negócios, pois não tenho filhos e já estou de idade, lhe oferecerei casa, comida e educação de primeira, mas o dinheiro você terá que batalhar e muito para conquistar ao meu lado, o que acha?
Bruno pensou por dois segundos e viu que não tinha nada a perder.
Bruno: Aceito!
Daquele dia em diante, fui morar na mansão com o senhor Otto e não pense que foi tudo fácil dali em diante. A vida que ele me oferecia ao seu lado como aprendiz, tinha um custo, acordava bem cedo todos os dias, recebia lições e instruções, estudava em casa com tutores renomados, pela tarde acompanhava o senhor Otto na empresa e foi assim até ele me conferir algumas atribuições financeiras. Quinze anos depois, senhor Otto faleceu, e deixou um testamento no qual deixou para todos os seus bens.
Minha história reflete muito a minha personalidade, sou retraído, severo, gosto das coisas perfeitamente organizadas. Não tenho bons hábitos sociais, prefiro viver sozinho. Por sempre estar imerso no mundo dos negócios, não tenho tempo para me relacionar, então em relação a mulheres, não vejo nada mais que corpos, dos quais sacio minhas necessidades íntimas e logo as descarto. Muitas tentaram dar o golpe do baú, se envolveram comigo, mas nunca deu certo para elas, para mim não existe alguém capaz de despertar sentimentos tão avassaladores que me fariam desviar de meus objetivos pessoais.
Bem, esse sou eu, não há muito o que dizer pois prefiro resguardar minha vida privada. muitos dizem que sou um homem frio e sem sentimentos. Sinceramente, acho que estão completamente certos ao dizerem isso. Tenho o nome de minha empresa a zelar, por Otto, pelo pai que ele foi para mim, apesar de nunca ter demonstrado o mínimo de afeto, sabia que era apenas alguém que ele queria que cuidasse dos negócios quando não estivesse mais apto a exercer o cargo de chefia e assim faço até os dias atuais. Sei que no fundo, cumprimos favores mútuos um com o outro.
Bruno: Finalizou sua entrevista, senhorita?
Repórter: Sim, isso é tudo senhor Pascolato, muito obrigada!
A moça sai da sala, então Bruno tranca a porta suspirando logo em seguida. Sabia que o jornal do qual aquela repórter trabalhava iria distorcer sua história da maneira mais mirabolante possível. Mas manter seu nome na mídia, era uma ótima tática de marketing para sua empresa, então se dava ao trabalho de passar horas realizando entrevistas supérfluas sobre sua vida e história e sempre contava com as mesmas palavras.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Adriane Alvarenga
Começando....27/10/2024
2024-10-27
1
Vera Lúcia
eita
2024-10-13
0
Diva
Vamos lá!
2024-01-11
2