Ulisses ouviu aquela declaração e olhou para Anderson, estreitou os olhos na direção dela e a interrogou, sem nem mesmo pegar em sua mão.
— Me diga quem te deixou entrar aqui? Pois eu vou demitir imediatamente.
Thayná abaixou a mão e se sentou na cadeira em frente à mesa de Ulisses e respondeu calmamente.
— Eu entrei por conta própria, ninguém me ajudou.
— Então você invadiu? Vou chamar a segurança — foi em direção ao telefone.
— Se você chamar a segurança, eu vou chamar a imprensa, vou dizer a todos que o grande Ulisses Uchôa, herdeiro de um império hoteleiro, se recusa a assumir a paternidade de sua filha — falou ainda sentada, com a expressão calma.
— Acho que a mídia vai adorar isso, mas o que eu me pergunto, é como o seu pai vai reagir ao saber dessa novidade?
Ulisses bateu o telefone no gancho, rodeou a mesa e parou próximo a ela, colocou a mão na mesa e se inclinou um pouco.
— Você está me ameaçando?
— Não, estou sendo objetiva — deu um leve sorriso.
Em pé naquela sala, Anderson apenas observava aquela situação entre aqueles dois, normalmente via apenas as mulheres sendo super carinhosas com ele, então nunca tinha visto uma mulher o enfrentar daquela forma e estava achando interessante.
— Isso é ser objetiva para você? — olhou ela de cima a baixo — Não me lembro de ter dormido com você, então de que filha está falando?
— Será que ao menos lembra com quem dorme? — falou baixo.
— O que disse?
— Nem que você quisesse, provavelmente isso não teria acontecido. Mas enfim, vou tentar explicar o que aconteceu, primeiro, peço que leia uma carta, é da pessoa que dormiu com você.
Aquela parte ela respondeu séria, tirou a carta do bolso e estendeu para Ulisses. Ele pegou e foi para trás da sua mesa.
— Isso é por dinheiro? — perguntou se sentando.
— Não tem nada a ver com dinheiro como você pensa. Leia a carta e vou te explicar o que você não entender.
Ulisses abriu a carta e começou a ler, em alguns momentos franzia a testa, recostou na cadeira e leu atentamente cada palavra. Assim que terminou, olhou para Thayná novamente.
— Então é baseado nessa carta que está alegando que essa menina é minha filha?
— Sim. Eu acredito no que ela diz nessa carta. Me diz, você não se lembra de ter acontecido o que ela falou nesse papel?
Ulisses não podia negar que se lembrava daquele acontecido, até mesmo ficou com ele na cabeça por algum tempo.
— Por que ela mandou você? Pelo que entendi, você é como uma segunda mãe da garota.
Thayná mudou ainda mais sua expressão, antes de falar sobre Virgínia.
— Ela morreu cerca de um ano atrás, ela foi atropelada. Desde então sou eu e o meu chefe, que também é meu amigo, que estamos cuidando da Zoe.
— Esse é o nome dela? — perguntou curioso.
Thayná confirmou com a cabeça e Ulisses ainda continuou suas perguntas.
— Você tem alguma foto das duas? — queria confirmar a identidade da mulher.
Thayná pegou seu celular e procurou por uma foto que continha Virgínia e Zoe na mesma imagem e entregou o celular para ele. Anderson não aguentou de curiosidade e se aproximou também olhando aquela imagem.
— Os olhos dela são iguais aos seus — comentou sorrindo.
Ulisses o olhou de cara feia, depois daquele comentário.
— Não parece você em nada chefe, nadinha.
Ulisses balançou a cabeça e suspirou para seu assistente, mas algo naquela foto o chamou a atenção. A mulher na foto se parecia com a mulher do acidente e Thayná ainda disse que ela tinha sido atropelada, e ficou pensando se aquela coincidência era possível.
— Há um ano eu estive envolvido em um acidente, não o causei, mas fui parar no hospital por causa dele, uma mulher morreu atropelada, e se parecia muito com a mulher na foto. Eu deixei um cartão com o meu contato no hospital, você por acaso é a mulher que vi chorando no corredor?
Thayná se lembrou que recebeu aquele cartão, mas apenas o guardou e nunca mais olhou e assim como ele, não estava acreditando em como as coisas aconteceram. Ulisses devolveu seu celular, levantou e antes que ela pudesse responder, continuou a perguntar.
— Por que não veio antes me procurar? Apenas agora?
— Eu acabei de encontrar essa carta, como você leu, ela queria te procurar e contar a verdade sobre a Zoe, mas queria que eu viesse com ela, no entanto, não foi possível. Quanto ao motivo de eu ter vindo agora, é que a Zoe pode ser mandada para um abrigo, se eu não encontrar algum parente dela. A carta estava escondida em um porta-retrato que eu sempre quebrava, mas por um capricho do destino, eu não tinha quebrado mais, até agora.
— Então, o que quer de mim, exatamente? Pensão?
Thayná se levantou também o enfrentando frente a frente.
— Você acha que as coisas sempre se resumem a dinheiro? Não ouviu eu dizer que a Zoe pode ser mandada para um abrigo? Eu quero que faça um teste de paternidade, assim posso provar que a menina tem um pai por perto — fez uma breve pausa — Além do que eu disse, tem mais uma coisa que quero de você.
Ulisses sorriu com sarcasmo, imaginando que ela iria falar de dinheiro e estava pronto para jogar na cara dela o que ela tinha falado antes.
— O que é?
— Que me deixe ficar com a menina, ou ao menos perto dela.
Seu sorriso desapareceu quando ele ouviu o que ela falou, e se perguntou se pela primeira vez, alguém realmente se aproximou dele por outros motivos, sem ser o seu dinheiro.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Valéria Vilas boas
Estou amando a história.
2025-02-14
2
Adiji Abdallah
Essa história está sensacional ❤️💯💯💯💯💯💯💯
2025-02-01
1
Kelly Sartorio
quebrou a cara achando que ela queria dinheiro
2025-01-31
1