Capítulo 4

    Aquela mulher ainda parecia estarrecida olhando para ele, não acreditava como ele poderia ser tão frio daquela forma e deixou isso bem claro.

    — Como pode ser tão frio assim?

    — Frio? Não sou frio, sou apenas objetivo.

    Como ela viu que ele parecia estar falando sério, achou melhor desistir daquele plano.

    — Quer saber, talvez o senhor tenha razão, eu vou pensar melhor, posso ter ficado com outra pessoa nesse período, então vamos dar esse assunto por encerrado.

    A garota começou correr em direção a saída, enquanto Ulisses ficou apenas olhando, Anderson deu outro passo a frente, depois ergueu um dedo de positivo para seu chefe antes de falar.

    — Essa estratégia sempre dá certo senhor.

    — Não sei por que elas insistem com os mesmos planos, elas esquecem que hoje em dia, se pode fazer DNA antes mesmo da criança nascer?

    Ulisses pensou um pouco mais antes de falar.

    — Se isso acontecesse sem nenhum interesse por trás, eu ficaria feliz em assumir a criança, mas basicamente todas, apenas fingem engravidar de mim, para conseguir dinheiro.

    — Como sabe que sempre estão mentindo? E que estão atrás do dinheiro?

    — Primeiro, o que eu disse para ela foi verdade, eu tomo todo cuidado possível, mas se acontecesse acidentalmente e não por interesse, a pessoa apenas diria que está grávida, e não falaria nada sobre casamento ou pensão, eu não deixaria faltar nada, isso é óbvio, mas não diante de um esquema baixo desses.

    — Mas devemos pensar em mais estratégias, ou essa pode acabar não funcionando mais.

    — Vamos, já perdemos muito tempo aqui, temos muito trabalho para fazer.

    Eles saíram do local, indo trabalhar, a verdade era que Ulisses já estava acostumado com aquele tipo de ação de algumas mulheres, por causa disso sempre ficava na defensiva com elas.

    Virgínia voltou para casa e estava bem ansiosa, havia conseguido aquele dia de folga para se encontrar com Ulisses, mas nada estava saindo de acordo com seu plano, estava sentindo que estava bem azarada. Ela bebeu um copo com água para se recompor, ainda pensava no que iria fazer, e ela só viu uma opção.

    — Vou esperar essa criança nascer, assim ele não poderá fazer nada, a não ser assumi-la. Céus, eu não poderia ter escolhido alguém que ao menos tivesse um coração? Ele falou da mulher que morreu, como se não fosse nada, será que ele ao menos sentiria alguma coisa por uma criança?

    De certa forma, Virgínia estava arrependida, se ela soubesse que Ulisses era tão frio, não teria engravidado dele, mas, por outro lado, ela já estava grávida, então precisava continuar com o plano, no máximo ele poderia tomar a guarda, mas poderia lhe dar algum dinheiro.

    Enquanto ela pensava no próximo passo de seu plano, sua colega de quarto chegou ao apartamento.

    — Oi, não achei que fosse te encontrar aqui a essa hora.

    — Tirei uma folga hoje para resolver alguns assuntos, e você?

    — Eu estava com meu namorado, e foi até bom te encontrar aqui, preciso te dizer uma coisa.

    — O que foi? — teve um mau pressentimento.

    — Bom, ele me chamou para morar com ele e eu aceitei, então, acho que vai ter que procurar outra colega de quarto. O aluguel já está pago até o fim do mês, isso ainda pode te dar um tempo para conseguir outra pessoa para dividir o aluguel.

    Virgínia apenas concordou com a cabeça, aquele realmente não estava sendo um bom dia para ela, primeiro seu plano de abordagem não tinha dado certo, depois ela tinha acabado de perder sua colega de quarto, o que significava que teria que correr para conseguir outra pessoa, ou suas despesas ficariam altas, e ela não poderia se dar ao luxo de gastar naquele momento e daquela forma.

    — Quando você vai se mudar?

    — Assim que eu terminar de arrumar minhas coisas.

    Virgínia viu que teria que começar imediatamente aquela busca, ela só não fazia ideia de por onde começar. Enquanto isso, em outro ponto da cidade, outra turbulência acontecia, mas com uma pessoa que tinha um pavio curto.

    — Eu sei que o meu aluguel venceu, mas eu já disse que daqui a uma semana eu recebo, então posso pagar o atrasado e novo aluguel.

    — Nós podemos resolver isso de outra forma gracinha, você aceita sair comigo e podemos esquecer o mês atrasado e posso garantir que o próximo mês fique pago. O que me diz?

    — Como é? Está me dizendo para dormir com você em troca do meu aluguel? Foi isso mesmo que eu ouvi?

    — Não faça essa cara, como se isso fosse algo tão difícil ou se não acontecesse com frequência — se aproximou para tocar seu rosto — E você não tem cara de ser tão santa assim.

    Nesse momento Thayná segurou a mão daquele homem que tentava tocar seu rosto e virou, quase o quebrando e fazendo com que ele se ajoelhasse.

    — Presta atenção, seu otário, eu não do tipo que se vende, e se eu fosse fazer isso, não seria por um aluguel dessa espelunca — o empurrou, derrubando ele no chão.

    — Você me machucou sua vadia, mas espere para ver, isso vai ter troco.

    O homem se levantou segurando seu braço, foi embora ameaçando que daria o troco por aquilo, Thayná entrou no apartamento batendo a porta, era sempre o mesmo, alguns cretinos que achavam que poderiam se aproveitar dela. Mesmo sabendo que poderia arrumar alguma confusão, nunca estava disposta a deixar que fizessem o que quisessem com ela.

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