Daquele dia em diante, as duas passaram a revezar no cuidado da pequena Zoe, Virgínia ainda tinha alguns meses antes de voltar a trabalhar, então podia curtir sua filha. Durante o dia, quando Thayná acordava, ela ficava de olho em Zoe para que Virgínia dormisse um pouco e descansasse, assim não ficava pesado para as duas, no cuidado da pequena.
À medida que os meses se passaram, Virgínia voltou a sua rotina, então ela ficava o resto da tarde e da noite cuidando de Zoe, e Thayná saia para trabalhar.
Durante aqueles meses, Virgínia mudou seu pensamento por completo, sua filha passou a ser seu bem mais precioso e ela não queria mais saber do dinheiro de Ulisses. Por várias vezes ela chegou a parar em frente ao prédio que sabia que ele trabalhava, ou pensou em abordar ele no clube de tênis, mas todas às vezes ela desistia de fazer aquilo.
Com Ulisses, as coisas se acalmaram um pouco, a quantidade de mulher que aparecia dizendo estar grávida dele diminuiu, ele acreditava que a história de ele ser alguém frio que obrigava as mulheres abortarem, devia ter se espalhado. Ulisses também passou a viajar para o exterior, sua família estava expandindo os negócios para outros países e ele estava ficando com mais trabalho do que nunca e passou a sair menos e consequentemente, parou mais com sua vida de balada.
Dias atuais…
Virgínia se deu conta que estava chorando ao lado do berço da filha, era como se um filme tivesse passado por sua cabeça, aqueles meses que viveu ao lado da filha se tornaram anos, e ela era muito grata por todos os momentos que passaram juntas.
Ela deu um beijo em sua filha e seguiu para o quarto de Thayná, ela ainda dormia, mas a babá eletrônica estava ao lado da cama e ela sempre dormia com a porta aberta, assim poderia ouvir o choro de Zoe quando acordasse.
A jaqueta de couro estava jogada na cadeira, e ela estava esparramada na cama, no mínimo ela tinha bebido alguma coisa depois que chegou, já que tinha terminado com o namorado recentemente e se lembrou da conversa que tiveram sobre aquele término.
— Definitivamente você é a única que me entende e me suporta. Será que é pedir muito um cara com a sua personalidade? Quer saber, acho que vou me casar com você.
As duas se olharam por alguns segundos e responderam ao mesmo tempo.
— Nãooooooooo — sorriram em seguida.
— Desculpe, mas você não tem o que eu gosto, e o que você gosta também. Uma hora você encontra um homem que aceita esse seu jeito surtada de ser.
— Como assim Virgínia? Eu não sou surtada, apenas não aceito o desaforo de ninguém, eu sempre digo, respeito é bom e conserva os dentes. Acho que tenho o sangue doce para atrair alguns trastes. Mas e quanto a você, como vai sua vida amorosa?
— Devagar, a maioria quer apenas diversão, quando ficam sabendo que eu tenho uma filha, logo começam arrumar desculpa e se afastam.
— Desculpe tocar nesse assunto de novo, e quanto ao pai da Zoe? Não tem a menor possibilidade de vocês ficarem juntos? Ele ainda não sabe, não é? Quem é esse homem? E por que você evita falar sobre ele?
Virgínia iria contar para ela como aconteceu, mas Zoe começou a chorar e ela foi ver o que era, enquanto amamentava, pensou no que fazer, pegou um papel e caneta e escreveu tudo o que aconteceu, quando Thayná não estava olhando, escondeu em lugar que provavelmente ela acharia, pensou que caso algo acontecesse com ela, Thayná saberia quem procurar.
Virgínia saiu de seus pensamentos e olhou o relógio, se não se apressasse, acabaria chegando atrasada, mandou mensagem para que Thayná visse quando acordasse e saiu apressada de casa.
Thayná acordou com o choro de sua afilhada, olhou as horas e viu uma mensagem de Virgínia falando sobre o remédio dela. A temperatura da criança foi olhada novamente, ainda estava febril, mas não estava alta, ela deu a medicação, e ficou de olho nela.
Alguns minutos se passaram e Thayná recebeu uma ligação de um número desconhecido.
— Alô?
— Eu falo com Thayná?
— Sim, com quem eu falo?
— Aqui é do hospital central, seu número está como número de emergência da senhorita Virgínia Wilson.
— O quê? Como assim hospital? O que aconteceu?
— A senhora Virgínia sofreu um acidente, gostaríamos que alguém da família viesse até aqui.
— Eu já estou indo.
Thayná estava tremendo bastante, ela pegou algumas coisas de Zoe, e foi até o apartamento vizinho. Naquele apartamento morava uma viúva aposentada que muitas vezes ficou cuidando da criança, quando as duas precisavam sair, ou apenas queriam relaxar um pouco.
Muito nervosa, Thayná tocou a campainha e explicou tudo para a senhora. Antes de sair, deu um beijo em Zoe, que não chorou ao ficar com a senhora e saiu apressada em direção ao hospital.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 91
Comments
Joselia Freitas
Coitada será que ela vai morrer 😔
2025-03-12
0
Shirley Rosana
meu Deus estou triste será que a nenê vai ficar sem mãe
2025-01-08
1
Kelly Sartorio
misericórdia
2025-01-30
0