Thayná ficou preocupada com a amiga, achando que ela estivesse passando mal, ou fosse algo com o bebê e a colocou sentada, antes de entrarem para a sala reservada para a festa.
— O que você tem? Parece que viu um fantasma, aconteceu alguma coisa?
— Eu vi o pai da minha filha.
Durante todo aquele tempo que estavam morando juntas, aquela tinha sido a primeira vez que ela viu Virgínia mencionar o pai da criança.
— Você nunca falou sobre ele e eu nunca quis me intrometer, mas ele disse alguma coisa ou fez algo com você? Por acaso é aquele cara que você esbarrou nele?
— É meio complicado, mas sim, era aquele homem, mas ele não me disse nada, apenas faz seis meses que não o vejo.
Ela sabia que aquele era o tempo que Virgínia estava grávida, e algo passou por sua cabeça, aquela pergunta ela tinha segurado por muito tempo, não iria segurar mais.
— Ele sabe dessa gravidez? Ou ele apenas fugiu da responsabilidade?
Diante da pergunta, Virgínia suspirou, ela não queria contar a sua amiga como tudo acabou acontecendo, e não queria que ela soubesse como fez aquele plano para conseguir dinheiro.
— Ele não sabe, não contei nada para ele.
— Eu não sei o que aconteceu entre vocês e não é da minha conta, eu não consegui ver ele direito, mas ele me parece ser alguém com dinheiro, ele poderia estar te ajudando com as despesas dessa criança, você tem arcado com tudo sozinha, isso não é justo.
Virgínia se perguntou o que sua amiga pensaria dela, se soubesse que dinheiro, era justamente o que ela queria quando engravidou.
— Não quero que ele pense que fiz isso por dinheiro, mas na hora certa vou contar para ele, mas agora vamos entrar, não quero correr o risco de me encontrar com ele de novo — foi o melhor que pôde responder
As duas se levantaram e foram para confraternização, a verdade, era que Virgínia não estava mais com aquela ideia em mente, os meses que passou ao lado de Thayná, curtindo aquela gravidez, estava fazendo ela ver as coisas de outra forma. Cada chute e mexida que sentia, era uma emoção diferente, pensou ser muita covardia de sua parte usar aquele pequeno ser em prol da sua ambição e egoísmo.
Algumas vezes ela se pegou pensando em como seria se ela fosse atrás de Ulisses e ele quisesse tomar a criança dela. Antes de tudo aquilo ser real, de sentir aqueles movimentos, escutar o coração da pequena batendo, aquilo parecia não importar muito, mas depois daqueles meses, sentiu que algo dentro dela havia mudado e que não conseguiria pensar naquela hipótese.
Thayná conseguiu distrair sua amiga o resto da festa. Ela não se encontrou com Ulisses de novo, elas foram para casa descansar, mas alguns pensamentos ainda atormentavam Virgínia, que demorou dormir naquela noite.
Depois daquela noite, Thayná não tocou no assunto do pai da criança de novo, se Virgínia quisesse se abrir, ela estaria disponível e sua amiga sabia daquilo. Quando Virgínia entrou no oitavo mês, pediu licença e começou a ficar mais em casa, pois estava se sentindo cada vez mais cansada.
Uma noite em que Thayná trabalhava, ela recebeu uma ligação de Virgínia, avisando que sua bolsa havia rompido, ela estava preparando uma bebida naquele momento, terminou o mais rápido que pôde e avisou o que tinha acontecido ao seu patrão, que a dispensou em seguida. Virgínia tinha chamado uma ambulância, nenhuma das duas tinha um carro, somente Thayná que tinha uma moto, mas não teria como levá-la daquele jeito, então ela seguiu direto para o hospital.
Naquela madrugada a criança nasceu, as duas já tinham escolhido o nome, zoe. Thayná pôde assistir ao parto que foi normal, quando a pequena nasceu e foi colocada nos braços da mãe, Virgínia não conseguiu resistir e chorou.
Ela segurou aquela pequena mãozinha que grudou em seu dedo, ali, naquele momento, teve certeza que desistir da ideia de conseguir dinheiro com zoe, foi a melhor decisão que poderia ter tomado. Quanto a dizer ao pai da criança sobre sua existência, ela ainda iria decidir, mas se contasse, não seria em troca de dinheiro e sim porque sabia que sua filha tinha o direito de conhecer o pai.
A enfermeira pegou a criança e perguntou se Thayná queria segurá-la, ela queria, mas era uma coisa tão frágil, que ela estava com medo de machucá-la.
— Segura logo sua filha.
— O quê? — perguntou sem entender o que Virgínia queria dizer.
— A partir de hoje ela também é sua filha, você terá que cuidar dela como se ela fosse sangue do seu sangue, eu confio em você, por isso posso confiar os cuidados da minha filha a você, tenho certeza que seremos duas mães babonas.
Quem ainda estava na sala de parto, não estava entendendo nada sobre o que elas estavam falando, mas achou de certa forma bonito o que estava acontecendo, foi naquele momento que Virgínia decidiu que sua filha teria duas mães e que a outra era Thayná.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Rosi Boska
foi feio o que a mãe fez... mas muito bonito ela dividir a filha com a única pessoa que está a ajudando e está ao sempre ao seu lado.. gostei.💟
2024-11-09
3
Shirley Rosana
Será que ele vai descobrir
2025-01-08
0
Valéria Vilas boas
Acho que ela deve contar pro pai.
A criança e ele tem esse direito de saber.
2025-02-14
1