Thayná e Virgínia conversaram por um bom tempo, desde as regras da casa até o valor do aluguel foi passado, e as duas estavam animadas, ambas gostaram do jeito da outra, o que faltava era apenas Thayná olhar o apartamento, como seus horários quase não batiam, ficou para ela olhar no final da tarde do dia seguinte, assim Thayná sairia de lá e iria direto para seu trabalho.
— Acho que vamos nos dar bem, até porque parece que não vamos nos encontrar tanto, já que eu trabalho durante o dia e você à noite — falou com Thayná que limpava um copo.
— Garanto que não vai nem mesmo se lembrar que tem uma colega de quarto, sou tranquila e organizada — garantiu para Virgínia.
Como as coisas estavam acertadas, Thayná voltou ao seu posto, ela era hábil em preparar aquelas bebidas, o que deixava os clientes felizes. Virgínia não bebeu muito e nem ficou muito tempo no local, teria que evitar a bebida já que estava grávida e trabalhava pela manhã no dia seguinte.
Ela se despediu de seu amigo e de sua futura colega de apartamento e voltou para casa. No dia seguinte, Virgínia agradeceu por Ulisses não ter aparecido naquele dia, era cansativo ficar se escondendo daquela forma, mesmo com a possibilidade de ele não se lembrar dela, ainda não queria correr aquele risco.
No final da tarde, Thayná foi ao apartamento como combinado, ela se encantou pelo lugar, era maior que o apartamento que morava antes, a localização também era boa, então concordou em ficar com o quarto.
Como ainda tinha um pouco de tempo, Thayná ainda conversou um pouco com Virgínia, sobre suas preferências, passatempos, e mais algumas coisas, inclusive a parte que ela praticava boxe, deixou Virgínia curiosa.
— De onde vem esse gosto por boxe?
— Bom, eu sou a filha caçula de três irmãs, meu pai sempre quis um menino, mas depois da última gravidez minha mãe adoeceu, o médico recomendou que ela não engravidasse mais, então meu pai não poderia continuar tentando ter o filho que ele queria — deu uma pausa, sorrindo ao pensar em tudo.
— Para a sorte do meu pai, eu não nasci com um espírito tão doce, e delicado como a maioria das garotas. Eu não cresci em Nova York, cresci no interior e amava minha liberdade, enquanto minhas irmãs estavam brincando de bonecas, eu estava subindo em árvores e brincando de bola com os garotos. Minha mãe não gostava, mas meu pai não dizia nada, até que ele passou a me levar para o ginásio onde era treinador, eu via eles treinando e comecei a me interessar, então meu pai me ensinou.
— Você tem cara de ser encrenqueira — Virgínia fez aquela observação.
— Nem um pouco, não procuro por confusão, ela que me procura.
As duas sorriam, e como Virgínia gostou da personalidade de Thayná, não pediu o aluguel de imediato, apenas entrou a chave que era de sua antiga colega, afinal o aluguel daquele mês já estava pago e isso até ajudaria sua nova amiga.
No dia seguinte, Thayná se mudou para o apartamento, logo ela já conseguiu colocar suas coisas no lugar, já que não levou móveis, apenas seus pertences pessoais. Ela ainda conseguiu ver Virgínia naquele dia, mas como sempre voltava tarde, quando chegou, Virgínia já estava dormindo.
Na manhã seguinte ela acabou acordando cedo, ela tinha o sono leve e ouviu que Virgínia parecia estar vomitando e levantou para verificar.
— Virgínia, você está bem? — perguntou ao bater na porta.
Algum tempo depois ela abriu a porta, estava bem pálida e segurava a barriga.
— Caramba!, você não está bem. Quer que eu te leve para o hospital?
— Não precisa, estou apenas enjoada, isso é normal.
Da forma que ela falou, Thayná suspeitou, mas perguntou para ter certeza.
— Você está grávida?
— Sim — hesitou um pouco, mas respondeu.
Thayná não quis perguntar muita coisa, Virgínia disse que iria tomar banho e tomaria um remédio, pois não poderia trabalhar vomitando daquela forma. Em uma coisa Thayná era boa, ler as pessoas, ela percebeu a Expressão que Virgínia fez antes de responder que estava grávida e percebeu que poderia ter alguma coisa que a incomodava por trás daquilo tudo, por isso não perguntou.
A amizade de Virgínia e Thayna começou dessa forma, como colegas de apartamento, mas à medida que foram interagindo, sua relação foi ficando cada vez mais forte. Thayná que passou a acompanhar Virgínia em seu pré-natal, mês após mês, o cuidado de Thayná com Virgínia e sua amizade era tão grande, que algumas pessoas às vezes achavam que elas eram um casal, e as duas se divertiam com isso.
Os meses se passaram e Virgínia já estava com seis meses de gestação, ela já tinha descoberto que estava grávida de uma menina e as coisas estavam mais fáceis para ela, graças a ajuda de sua amiga.
Naquela noite em questão, as duas chegaram a uma confraternização, era aniversário do dono do pub onde Thayná trabalhava, além de ser amigo de Virgínia, o clube estava fechado aquela noite, então as duas foram para esse local.
A confraternização era em um hotel, assim que entraram, Virgínia esbarrou em um homem, que se virou e pediu desculpas. Ela apenas balançou a cabeça e saiu rápido de perto do homem em quem esbarrou, Thayná estava mais atrás e não viu o rosto do homem, apenas o viu de costas e viu que sua amiga estava apressada e tratou de ir atrás dela.
Virgínia ficou pálida, pois o homem em quem esbarrou era Ulisses Uchôa, por isso se apressou em sair de perto dele, não queria que ele a reconhecesse, mas naquele momento estavam no mesmo hotel e não sabia se conseguiria se esconder por muito tempo.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Joselia Freitas
Tomara que ele não reconhece ela 😂😂👏💋♥️🌹
2025-03-12
0
Shirley Rosana
Será que ele vai conhecer ela
2025-01-08
0
Kelly Sartorio
que bom que ela encontrou uma amiga para ajudar nesse momento
2025-01-30
1