Thayná olhou para sua roupa e em seguida para o homem à sua frente, ele parecia ter acabado de jogar uma partida de tênis.
— Me desculpa, você está bem? — perguntou um pouco sem jeito.
Antes que ela pudesse responder, outro homem se aproximou dele.
— Está tudo bem Ulisses? Aconteceu alguma coisa?
— Acabei derramando água nela — explicou ao colega.
— Estou bem, na verdade, fui eu que não prestei atenção — não iria criar problemas por causa daquilo.
— Acho que é melhor pedir para alguém limpar isso aqui, ou alguém pode acabar escorregando — falou o amigo, levantando a mão, chamando alguém.
Uma funcionária veio e limpou a água, Ulisses se desculpou e saiu com seu amigo, deixando Thayná e aquela funcionária a sós.
— Com quem posso falar sobre uma funcionária que trabalhou aqui?
— Bom, se a senhora quiser fazer alguma reclamação, seria com o gerente.
— Não, eu queria falar com alguém que conheceu uma mulher que trabalhou aqui, há um ano.
— Posso ver com as minhas colegas, eu trabalho aqui há apenas seis meses.
Thayná acompanhou aquela mulher até um certo ponto e ficou aguardando, logo outra mulher veio falar com ela.
— É você que queria falar sobre uma funcionária?
— Sim, o nome dela é Virgínia, ela trabalhou aqui, cerca de um ano atrás.
— Me lembro dela, nós trabalhamos juntas, mas o que você quer saber sobre ela?
— Ela tinha algum namorado aqui no clube? Ou você conhecia alguém com quem ela saísse?
— Não, para dizer a verdade, eu fiquei surpresa por ela estar grávida, até brinquei com ela se não era de algum ricaço, para dar o golpe da barriga.
— Golpe da barriga?
— Sim. Um dia estávamos conversando sobre um cara rico que vem sempre aqui, comentei com ela, que a mulher que engravidasse dele estaria feita, com o dinheiro que receberia de pensão, aí logo ela apareceu grávida, mas ela nunca saiu desse emprego, então percebi que não era isso.
Thayná ficou um pouco sem palavras depois do que ela falou, como ela disse que não sabia de nada, agradeceu e começou a sair daquele clube. Em um certo ponto ela parou e ficou pensando nas palavras daquela mulher, se perguntando se poderia ter sido mesmo aquilo que aconteceu com sua amiga.
Ela saiu daquele clube bem arrasada, não estava conseguindo chegar em nenhum lugar com sua investigação. Thayná foi primeiro para sua casa, queria tomar um banho e tentar tirar aquela expressão de frustração, já que iria ver Zoe no hospital.
Após se sentar um pouco no sofá, com aquele monte de coisa passando por sua cabeça, ela foi logo para seu banho, se arrumou e antes de sair, olhou para a foto de Virgínia e Zoe que tinha em sua mesinha de cabeceira, falando com aquela fotografia.
— Será que pode me dar uma mãozinha? Se eles tirarem nossa menina de mim, não poderei cumprir minha promessa, então me dê uma luz, uma pista de quem é o pai da Zoe, por favor.
Thayná ainda olhou mais um pouco para aquela fotografia e em seguida a virou para baixo.
— Quer saber? Você vai de castigo aí olhando para a madeira, até resolver me ajudar.
Ela virou as costas e foi em direção ao aparador na sala, para poder pegar suas chaves, seu telefone tocou e assim que ela levou a mão na chave, ela acabou olhando em direção ao seu bolso e encostou no porta-retrato, que tinha a foto das três juntas, o derrubando no chão.
O barulho dele caindo e se quebrando no chão, foi bem alto, ela fechou seus olhos suspirando e atendeu aquela ligação. Quem ligou para ela foi Carter, perguntando se ela já estava indo para o hospital, pois ele tinha um compromisso.
Após confirmar que estava indo, ela encerrou a ligação e olhou para aquele porta-retrato no chão e não pôde deixar de se lembrar de Virgínia, começando a falar com outra fotografia.
— Se você estivesse aqui já teria brigado comigo, gritando que quebrei mais um porta-retrato, mas em minha defesa, dessa vez ele durou bem mais tempo que os outros.
Ela se abaixou para pegar tudo e notou algo estranho atrás da fotografia, quando retirou a foto, percebeu ter um papel dobrado ali, o pegou e abriu, se dando conta de que era uma carta de Virgínia. Thayná se levantou e começou a ler aquela carta.
“Se você está lendo essa carta, é porque você quebrou mais uma vez o porta-retrato, como sei que você sempre faz isso, preferi colocar essa carta nele, assim você vai encontrar ela rápido. Estou escrevendo essas palavras, porque não vou conseguir falar olhando nos seus olhos, pois não iria aguentar seu julgamento. Você me perguntou sobre o pai da Zoe, vou te contar aqui sobre ele e como as coisas aconteceram, depois que você ler tudo, vamos conversar cara a cara, mas já vou pedir que não me julgue muito, apesar de que eu mereça, não aguentaria ver seu olhar de decepção.”
Thayná se deu conta que aquela carta foi escrita com o intuito de que ela a encontrasse rápido e que elas pudessem falar abertamente sobre aquele assunto, mas por um capricho do destino, Virgínia morreu antes que ela encontrasse e ela parou de quebrar aquele porta retrato, mas ao menos naquele momento, ela tinha em suas mãos a possível informação que ela precisava, ela guardou a carta sem terminar de ler, nem mesmo pegou os cacos, apenas recolheu a foto e saiu para o hospital, terminaria de ler naquele lugar, ao lado de sua pequena.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 91
Comments
Adiji Abdallah
Um ano pra achar a carta 🤔
2025-02-01
0
Kelly Sartorio
finalmente encontrou a carta
2025-01-31
0
karla daniely gomes nogueira
agora pq ela não achou pensei em local fácil
2025-01-12
1