Capítulo 16

No dia seguinte, Thayná pediu que Gabriela ficasse com a menina, enquanto ela tentava encontrar o pai da Zoe e falar com ele. Ela pesquisou várias coisas sobre ele, onde costumava frequentar e tudo mais, porém o primeiro lugar que ela decidiu tentar, foi no clube de tênis, já que ele também foi mencionado na carta que Virgínia deixou.

Assim que chegou, começou sua procura por Ulisses, ela verificou algumas quadras que estavam sendo ocupadas naquele momento, mas não era ele quem estava jogando. Thayná andou mais um pouco e não o viu, não queria perguntar por ele, para não levantar nenhuma suspeita.

Após andar um pouco ela se sentou, ainda olhava para os lados na esperança de ver ele passar, e antes que pudesse se levantar para continuar sua procura, ouviu barulho de cadeira sendo puxada, e duas pessoas começando a conversar.

— Então Ulisses, seu pai ainda está pegando no seu pé, querendo que se case e dê alguns netos para ele?

Thayná ouviu aquele nome e se virou tentando olhar através da cerca viva, para ter certeza de que era ele.

— Sim, eu já não sei o que faço para ele parar de pegar no meu pé, ele diz que eu não dou uma chance, então como vou acabar me apaixonando? — bebeu um pouco do seu suco.

— Cara, por que não faz como um amigo meu fez? Ele contratou uma garota para se passar por sua noiva, apenas para tirar uma ex-namorada dele do seu pé. Por que não faz o mesmo? Já que você diz que a maioria das mulheres quer apenas o seu dinheiro, então dê isso a elas, faça um contrato com uma garota para ser sua noiva ou até esposa, depois de um ano ou dois, vocês se divorciam e você dá uma boa quantia para ela.

Thayná continuou ouvindo a conversa e durante esse tempo, comprovou que era ele mesmo que estava do outro lado e várias coisas se passaram por sua cabeça naquele momento.

— Um contrato de casamento?

— Sim, você estipula o que pode ou não e quanto tempo vão ficar casados, vocês podem até sair com outras pessoas, só que de uma forma mais discreta, assim tem perigo de acontecer algum escândalo na mídia.

Ulisses continuou bebendo seu suco mais pensando naquelas palavras de seu amigo, aquela poderia mesmo ser uma solução a curto prazo, ele afastaria algumas mulheres e ainda acalmaria seu pai.

Ela ouviu que os dois saíram de lá, mas não foi atrás de Ulisses, ainda permaneceu sentada naquele lugar, enquanto tinha um semblante sério e preocupado, como se algo tivesse passado por sua cabeça. Thayná levantou seu olhar para o céu, falando ainda olhando para cima.

— O que eu não faço pela nossa filha? Mas acho que já sabia disso quando me deu essa missão.

Thayná suspirou e se levantou, pegou o celular e ligou para Carter, querendo saber se ele estava no pub, como ele confirmou, ela foi diretamente para lá, pois queria falar com ele sobre a ideia que teve.

Assim que entrou, pôde ver a movimentação de uma pequena reforma que Carter estava fazendo, ela foi direto para atrás do balcão, colocando uma dose de bebida para ele e para ela.

— O que foi? Por que está com essa cara e por que serviu uma bebida?

— Tenho que falar sobre um assunto com você, quero sua opinião para o que estou pensando em fazer.

Como Carter viu que ela estava séria, ficou preocupado e chamou para irem para o escritório dele. Thayná bebeu de uma vez aquela dose e o seguiu, assim que entrou naquela sala, foi logo despejando o que a estava preocupando.

— Eu encontrei o pai da Zoe.

— Isso é ótimo! Mas por que me parece que não está achando isso? Você falou com ele?

— Eu não falei com ele. Carter, eu estive pensando, ele poderia reconhecer a Zoe como sua filha e não deixar que eu me aproximasse mais dela, eu não sei como esse homem é, se ele seria capaz ou não de fazer isso — andava de um lado para o outro.

— Se ele é mesmo o pai biológico dela, sim, ele poderia querer que a Zoe morasse com ele, também poderia decidir quem fica perto dela. Thayná, você não está pensando em fazer nenhuma besteira não, né? Tipo, fugir com essa menina.

Thayná parou seus passos olhando para ele, com as sobrancelhas levantadas.

— Não fique me dando ideia. Eu não pensei nisso, mas pensei em outra coisa, eu vou tentar me casar com ele, assim posso ficar perto da Zoe.

— O quê? Mas que conversa é essa de casar-se?

— Hoje eu ouvi uma conversa dele com outra pessoa, o pai dele está querendo que ele se case, o amigo dele deu uma ideia de um contrato de casamento falso. Eu posso ser a pessoa que entra com ele nesse casamento falso, em troca, ele me deixa perto da Zoe.

— Você é maluca, mas eu também entendo sua posição. Acha que isso vai dar certo?

— Não sei, vou saber se tentar, meu primeiro passo é fazê-lo acreditar e querer fazer o teste de DNA, a outra parte eu vejo depois. Eu sou orgulhosa, mas sou capaz de até mesmo implorar, desde que ele não a tire de mim.

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