Capítulo 20

A fúria tomava conta de mim e eu já não sabia mais oque fazer, eu não consigo aceitar o fato de Otto mandar na minha vida pessoal, sem conseguir me controlar, começo a quebrar as coisas do quintal que estava ao meu redor, talvez eu fazendo isso Otto não se transforme sem eu querer.

Thomaz

Observando Henry destruir tudo, me apoio no balcão da cozinha, olhando para fora, já havia um tempo que ele estava ali surtando, até peguei um whisky para assisti-lo, não vou arriscar me meter, não de novo só se for último caso, fora isso vou ficar aqui bebendo até ele cansar.

— Não vai impedi-lo Thomaz? Já tem mais de uma hora que ele está assim! — Maria me perguntou preocupada

— Vou não Maria, a última vez que tentei impedi-lo de algo, eu quase morri — disse virando um pouco o pescoço para ela ver a cicatriz

Escuto alguns passos atrás da gente, me viro rapidamente para ver quem era, observo o supremo me olhar estranho.

— Cadê o seu olfato Thomaz? — Questionou-me em quanto olhava pra fora

— Eu perdi tem um tempo já — Falei sem exitar

— Como? E a onde? Por que não me falou Thomaz, a gente tentava resolver — Questionou-me um pouco bravo

— Não consegui contar, a 2 anos atrás, tive uma luta feia com um alfa, ele quase me matou — dou uma pausa — Eu podia ter matado ele, mas eu não quero ser alfa, não quero essa responsabilidade, então Henry matou por mim — Expliquei-lhe

— mas podemos fazer algo em relação a isso, tem que ter um jeito Thomaz — ele fala preocupado

Escuto um estrondo forte, "acho que tá na hora de para-lo" Observo o supremo assentir, tento ir, mas o supremo me impedi

— não vai se machucar de novo — concordo

Observo ele se aproximar do Henry, fico olhando da porta, eu que não sou doido de me aproximar

— Óto eínai arketós! (Otto basta) — só bastou uma simples frase para ele parar

olho para o supremo impressionado, não entendo a língua que ele usou, mas preciso aprender.

Henry

Ao escutar aquela frase, Otto para de lutar comigo para sair e se acalma, olho o meu pai confuso sem entender oque tinha acabado de acontecer.

— Henry tem que achar uma âncora logo, a cada dia que passar Otto fica mais descontrolado — meu pai falou sério — tá começando a entender o porquê sugeri aquilo? — questionou-me mais sério ainda

— Não consigo entender ainda, eu não consigo controlá-lo — falei desmotivado

— Filho você está prestes a fazer 35 anos. Aos 35 seu lobo fica mais forte, se você não conter ou aprender a controlar essa força, você morre — Falou curto e grosso

— como vou controlar essa força? — perguntei ainda mais confuso

— precisa encontrar uma âncora, o ponto fraco de Otto tem sido a garota, você acha que ele se revoltou porquê? — Ele observa a minha cara e continua — por que você viu Maya amarrada e não fez porra nenhuma, ele não entende que ela quase te matou, você precisa conquistar essa menina, você conquistando ela, conquistará a confiança de Otto e toda a sua força — ele explica olhando nos meus olhos

— Eu vou me esforçar pai, mas podia ter me avisado antes dessa fase dos 35 anos — falei olhando-o

— Eu ia lá imaginar que você com 35 anos, ainda estaria solteiro? Tenho o dom de vidência ainda não! — falou dando risada

Dou risada junto a ele, olho para a varanda do quarto que Maya estava, respiro fundo pensativo, sinto uma mão no meu ombro ao ver que era meu pai estranho, pois ele raramente demonstrava afeto por mim, olho para ele me sentindo um pouco estranho, era uma sensação de frio na barriga com medo, não sei explicar o que eu estava sentindo.

— Não é difícil se apaixonar! Não precisa temer isso! — falou me tranquilizando — entender uma mulher é complicado, mas não impossível.

Percebo Thomaz distante, não sei porquê, mas ele não gosta muito de falar, sobre relacionamentos eu já tentei puxar assunto sobre isso umas duas vezes, mas foi completamente em vão.

— Vou tentar pai, eu juro que vou tentar, não quero morrer! — Falei um pouco assustado

— Não fala que você vai tentar, põe na cabeça que você vai conseguir, agora vai lá e solta ela, vou passar uns dias aqui caso ela tente alguma coisa, ou caso você se descontrolar — ele explica tirando a mão do meu ombro

Entro e vou em direção ao quarto onde ela estava, olho a maçaneta, não sei se quero fazer isso, e se acontecer de novo, respiro fundo encarando a porta estico a minha mão, encosto na maçaneta devagar, sinto uma corrente elétrica percorrer por todo o meu corpo novamente, a minha mão se fechou segurando a maçaneta, "de novo não!" do nada tudo fica totalmente escuro...

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