Quem era ela?

Retiro a minha lente e guardo no porta luvas. Ao chegar no evento percebo que era em uma “boate” Ao chegar na porta nos obrigaram a colocar uma máscara que cobria metade da face e deixava só os olhos e os lábios de fora, olho para Thomaz püto.

*Sério isso?* — Indago püto na sua mente.

Observo ele sinalizar que não sabia, apenas concordo, "os meus olhos naturais eram verdes, espero que ele se mantenha nessa cor a noite inteira, hoje meus sentimentos estão neutros, devido a isso os meus olhos estão na cor natural."

Todos dentro daquele “boate” estavam vestidos formalmente e de máscara, pessoas que decidiam tirar a máscara eram retiradas da “boate” Ao olhar em volta vejo varias pessoas, dançando, conversando, fumando e vomitando... Sinto uma breve ânsia a qual eu controlo "devido ao meu olfato apurado, aquele cheiro estava me dando nojo" Tento focar num cheiro de perfume, após farejar discretamente alguns perfumes foco em um que era um perfume doce e não era muito enjoativo, coloco tampões pequenos no meu ouvido para abafar um pouco o som, pois esse som está muito alto, é capaz de estourar os meus tímpanos.

Vou até o bar e pego uma dose de vodka, viro a mesma de uma só vez, ao sentir aquele líquido descer rasgando a minha garganta, balanço um pouco a cabeça, na intenção da queimação passar. "Nós lobos não ficamos bêbados... Porém acredito que o barman estranharia, preciso beber mais devagar" Vejo uma mulher loira de olhos azuis se aproximar de mim, olho-a sem entender.

— Fugiu da Grécia? — Mulher loira

— Não... Porquê? — Pergunto ainda sem entender.

— Porque é a primeira vez que vejo um Deus grego por aqui! — Ela me dá uma cantada.

Deixo escapar um sorriso sem jeito, "a cantada foi horrível, mas valeu o esforço" Levo escorregomão no seu rosto e ecorrego até a sua nuca, observo ela fechar os olhos, fecho os meus olhos e encaixo meu lábio no dela iniciando um beijo calmo e intenso, exploro cada canto daquela boca maravilhosa com a minha língua, após um tempo paro o beijo com uma mordida no seus pequenos labios "eu não consegui sentir nada por ela"

— Me passa o seu número? — Mulher loira

Entrego o meu cartão com número para ela, vejo ela sorrir e sair, me encosto novamente no bar, percebo o barman me olhando diferente.

— Como consegue fazer as minas virem até você? — Barman

— Porque a pergunta? Quer me dar um beijo também? — Pergunto olhando-o nos olhos sem querer.

— Se eu não tivesse trabalhando com certeza daria! — Respondeu, me olhando diferente.

Deixo me escapar um sorriso sem jeito, vejo o Barman balançar a cabeça, como se ele estivesse saindo de um transe, pego mais um copo de vodka e vou bebendo devagar "até que o som estava bom" O cheiro do perfume ficou um pouco mais forte, ao olhar para o lado, vejo uma mulher de cabelos escuros chorando e bebendo ao mesmo tempo, sinto uma sensação de que já a conheço, porém não consigo lembrar, volto o olhar para o barman.

— Ela está aí tem 3 horas, estava com o namorado, mas ele pegou três na frente dela, daí eles brigaram feio, ele foi embora e ela ficou. — Barman

— Eu sempre fiz de tudo por ele! — Mulher

— To vendo que ele não fez o mesmo por você. —

Após eu falar isso olho para ela, logo vejo ela me olhar, o que faz nossos olhares se encontrarem, sinto o meu coração descompassar de uma forma estranha, a sensação que tive foi como se eu perdesse todos os movimentos do corpo, após muito sacrifício consigo desviar o olhar e ela também. Após virar o copo de vodka na boca, percebo que ela se aproxima e senta ao meu lado, o cheiro de álcool que exalava da sua boca estava muito forte, seus olhos pareciam familiares, acredito que já vi esses olhos em algum lugar.

— Está bebendo água? — Mulher

— Não, vodka.

— Como consegue? Como consegue não ficar bêbado? — A mulher questiona tentando puxar assunto.

— Sou acostumado a beber, desde os meus 12 anos eu bebo! —

— E os seus pais não ligavam não? — Mulher

— Como iriam ligar? Se eles nem sabiam. — Deixo me escapar uma risada breve.

— Faz sentido! — Ela fala começando a rir também

Peço mais uma dose, vejo ela fazer o mesmo olho ela sem olhá-la nos olhos, até que ela é bonita, observo o meu outro drink chegar.

— Tem quantos anos? — Perguntou quebrando o silêncio

— Tenho 35 anos e você? — Pergunto dando continuidade no assunto.

— Tenho 27 anos! — Falou num tom triste — Você não aparenta ter 35 anos! — Fala sorriso

— Porquê? Com 35 anos tenho que tá com o cabelo branco e pé de galinha? — Falei brincalhão.

Escuto ela começar a rir, dou risada junto para não ficar um clima chato, ficamos por um tempo conversando sobre os problemas, sobre a vida, conversamos um pouco sobre tudo.

Começo a sentir um mal estar estranho, o ar parecia me faltar e meus pulmões fechar, não havia bombinha no mundo que fizesse ele se abrir novamente, me apoio na mesa, sinto a minha visão ficar completamente turva, acredito que eu perdi a consciência, pois a última coisa que me lembro, foi do rosto da moça que eu nem perguntei o nome.

...Thomaz...

A noite estava maravilhosa e essa balada nem se fala, ao escutar um coração completamente descompassado, começo a focar naqueles batimentos, ao me virar em direção ao bar que o Henry estava, sinto uma angústia enorme ao vê-lo de cabeça baixa, me aproximo dele rapidamente.

— Oque ele tem? — Uma voz doce perguntou.

— Ele tá tendo uma crise alérgica, o que tinha nessa bebida? Castanha? — Meto o louco.

Abaixo a cabeça para olhar o rosto de Henry, observo os seus olhos vermelhos e as suas presas para fora, tento fazê-lo usar a bombinha, mas nada adianta, apoio ele no braço.

— Quer que eu ajude? — A moça pergunta

— Não!– Falo um pouco alto — Vou leva-lo pra casa, ele já bebeu demais. — Explico abaixando o tom.

Saio rapidamente para o estacionamento, ao olhar para o céu, vejo ser lua cheia "Aguenta firme, você é mais forte que o Otto só precisa acreditar nisso" Falo na sua mente, acelero o carro em direção a nossa casa, espero que o senhor Walker tenha pensado nisso também, se não Henry vai me matar...

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