Capítulo 15

Respirei fundo e senti ele entrelaçando nossos dedos. Eu segurava meu buque de rosas brancas, enquanto Gui seguia com o buque de gérberas amarelas pra minha mãe, e a sacola com a sobremesa.

Subimos as escadas e logo que entramos, um cheiro delicioso de comidinha fresca fez meu estômago roncar, o que me deixou mega envergonhada, fazendo Guilherme dar uma risadinha contida...ok, nem tão contida assim.

- Acho que tem alguém com fome, né morena? - ele disse, com ar zombeteiro, mas foi a vez do estômago dele roncar, me fazendo rir abertamente.

- Parece que não sou a única, não é Doutor Guilherme?

Nós dois sorrimos, e logo ouvimos a voz da minha mãe.

- Ah, que bom que chegaram. - ela diz entrando na sala. - Seja bem vindo, Sr. destruidor de livros.

Vejo Guilherme ficar todo sem jeito e minha mãe sorrir, divertida.

- Muito prazer, eu sou Isadora, a mãe dessa moça linda que...- ela olha nossas mãos. - Pelo jeito resolveu correr atrás da própria felicidade.

- Boa noite dona Isadora, é um prazer conhecê-la. - Guilherme solta minha mão para cumprimentá-la. - E eu quero dizer que estou muito feliz que a minha morena...- minha mãe ergue a sobrancelha, sorrindo de lado e o vejo ficar ainda mais sem jeito. - Digo, fico feliz que a Maria Eduarda decidiu me dar uma chance.

- Entendi. - minha mãe sorri.

- Ah, e essas flores são pra senhora. - ele entrega o buque e minha mãe cheira as flores.

- São lindas, meu querido. Muito obrigada. Mas por favor, não me chame de senhora, eu tenho uma filha que já é quase uma mulher, mas ainda sou jovem! - ela diz, fingindo estar brava, o que me faz rir discretamente.

- Ok, me desculpe. - Guilherme fala, todo sem jeito.

- É brincadeira, Gui. - eu digo, sorrindo pra ele. - Mãe o Guilherme trouxe torta de chocolate com nozes pra sobremesa.

-Mas meu filho, não precisava se preocupar. - ele entrega a sacola com a torta e minha mãe aspira o aroma delicioso do doce. - Comprou o sabor de torta preferido do seu pai? Hum, acho que alguém está tentando ganhar pontos com o futuro sogro, hen?!

- Pensei a mesma coisa mãe, porque quando eu disse que meu pai gostava dessa torta ele nem quis olhar as outras. - entreguei, fazendo Guilherme me olhar de canto de olho.

- Ele que está certo! - minha mãe diz.- Segurando o sogro pelo estômago, porque de barriga cheia fica mais fácil enfrentar a fera Dutra.

Nós duas sorrimos, enquanto meu playboy parece nervoso.

- Isa, você viu aquelas taças? - meu pai aparece, secando a mão num pano de prato e, assim que nos vê, esconde o pano e finge estar sério, ajeitando a postura, o que o faz parecer maior...querendo assustar o rapaz, com certeza. - Boa noite, meu rapaz. - ele fala, com aquela voz de Trovão, estendendo a mão para cumprimentar Guilherme.

- Boa noite, senhor Dutra. - meu playboy retribui o cumprimento, estranhamente tranquilo.

- Vejo que já sabe meu sobrenome...mas eu ainda não sei o seu nome.

- Guilherme, senhor. Guilherme Villar.

Meu pai o analisa, em silêncio,ainda mantendo o aperto de mão, como se estivesse escaneando o futuro genro.

- Querido, por favor, vai assustar o rapaz com essa cara de lobo mau. - minha mãe intervém. - Além disso, ele trouxe sua torta preferida. - ela mostra o doce e meu pai solta a mão do Guilherme, pegando a sacola.- Bom, você sabe que não é uma torta que vai me fazer gostar de você, não sabe meu rapaz? - ele diz, sério.

- É claro senhor, sei disso. Mas peço que me dê a chance de mostrar que minhas intenções com a sua filha são as melhores e que eu sou um homem sério e de confiança. - ele diz, de um jeito bem sério e, nossa como ele fica mais lindo assim, com pose de homem sério.

Alterno meu olhar entre os dois machos alfa à minha frente. De uma lado a muralha Dutra defendendo sua única filha e do outro, meu playboy lindo querendo deixar claras suas intenções e conseguir a aprovação do sogro...duelo de titãs esse!

- Bem, vamos pra mesa. - minha mãe diz, cortando o clima estranho.

Nós a seguimos, em silêncio, e eu fico um pouco pra trás, sussurrando próxima ao Guilherme.

- Fica tranquilo. Meu pai é essa muralha toda mas tem um coração incrível e é muito justo e compreensivo.

- Assim eu espero, morena. Porque não estou a fim de contrariar um homem desse tamanho não.

Eu mordo o lábio, segurando o riso e caminhamos até a mesa de jantar.

Comemos em paz, conversando coisas aleatórias, mas vez ou outra meu pai fazia perguntas sobre a vida do Guilherme, sua família, trabalho, ambições, quantas namoradas já teve, entre outras coisas, enfim de pouco em pouco o sr. Dutra fez um mini interrogatório. Bem, não vou culpá-lo por isso, afinal é o primeiro rapaz que eu trago em casa e o próprio Gui já deixou bem claro seu interesse em mim, então ele como pai quer ter certeza de que não estou me envolvendo com alguém mal intencionado.

- Bom, doutor Guilherme...

- Só Guilherme, por favor, senhor Dutra. - meu playboy responde.

- Ok. Então, Guilherme, você sabe que minha filha é menor de idade, não sabe?

- Sim, senhor. Fiz questão de perguntar isso à ela.

- Então você também sabe que não aceitarei certas liberdades com a minha menina, que você como um homem feito já deve estar acostumado a ter com outras mulheres.

Eu arregalo os olhos, totalmente constrangida com o rumo dessa conversa.

- Pablo! - minha mãe o repreende.- Isso não é assunto pra se tratar assim...

- É sim, Isa. - meu pai diz,sério. - Nossa filha é menor de idade ainda, e por mais que eu confie muito na educação que demos a ela, não posso deixar de falar o que eu penso a respeito desse assunto. Portanto, meu rapaz, quero que tenha consciência de que eu espero que respeite a minha menina e os limites desse namoro.

- Quanto à isso, o senhor pode ficar tranquilo, pois eu quis vir aqui pedir a mão da sua filha em namoro exatamente para garantir ao Senhor que irei respeitá-la sempre.

- Você ganhou pontos pela sua atitude em vir aqui hoje e pedir nossa permissão. - meu pai fala, agora mais relaxado. - Então eu aceito esse namoro, e espero não me arrepender da minha decisão e já deixo claro, se fizer minha menina sofrer, é bom nem por os pés aqui novamente. - a voz do papai Dutra é firme.

- No que depender de mim, minha namorada só vai ter alegrias, senhor! - ah, gente, eu tô apaixonado demais ...

-Dona Isadora, sua opinião também é muito importante pra nós. - Guilherme segura minha mão e sinto que a mão dele está fria.

- Bom, se você faz minha filha feliz então eu permito. Mas juízo vocês dois hen! - ela estreita os olhos, mas logo sorri. - Agora eu tenho um genro fofo que me trás flores. - ela diz, divertida.

- E traz tortas pra adoçar o sogro.- meu pai sorri.

- Tentei causar uma boa impressão. - Guilherme fala, aliviado.

- E conseguiu, meu playboy. - falo, encostando a cabeça em seu ombro.

Nos despedimos dos meus pais, após conversarmos mais um pouco e ficarmos de combinar um jantar com o pai do Gui, pra que as famílias se conheçam.

Desci até o portão, pra me despedir do meu namorado...sim, meu namorado...agora eu tenho um playboy gato pra chamar de meu!

- Feliz minha morena? - ele me abraça e beija meu rosto.

- Você nem imagina o quanto. - sorrio. - A aprovação dos meus pais era muito importante pra mim, obrigada por isso.

- Não tem nada que agradecer. Eu senti que deveria fazer as coisas do jeito certo, e não é só por você ainda ser nemor de idade, é porque você é realmente importante pra mim e eu quero algo sério então a conversa com seus pais era algo que eu tinga que fazer. E apesar de tremer na base com o tamanho do meu sogro...- nós sorrimos. - Eu enfrentaria tudo de novo, só pra ter você sorrindo desse jeitinho lindo.

Nós nos abraçamos e o beijo que recebi a seguir foi um dos melhores...e eu pretendo ganhar outros melhores ainda, porque, sabe como é né...agora eu tenho um namorado gato pra beijar!

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*Feliz dia internacional das mulheres para vocês,minhas leitoras lindas, guerreiras e maravilhosas!!

Vocês são incrivelmente capazes e especiais e nunca deixem que digam o contrário e nem que tirem o brilho de vocês. Bj da Jussara 😘

E lembrem-se, lugar de mulher é onde ela quer estar e não onde dizem que ela deve estar 😉.

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