Capítulo 6

Guilherme

Eu não sabia exatamente o que eu estava sentindo, mas o simples toque que aconteceu entre eu e aquela morena, mexeu comigo muito mais do que qualquer contato mais íntimo que eu já tive com uma mulher, e acredite, eu já sou bem experiente, então tenho certeza do que estou falando.

- Eu.. eu preciso ir. - ela disse, parecendo assustada.

- Claro, mas me passa seu telefone? - perguntei, ainda tentando me recuperar do que aconteceu segundos atrás.

- Pra quê? - ela questiona.

- Calma, morena. - eu falo, carinhoso.- É só pra eu te mandar mensagem e avisar quando for trazer seu livro. E você tem que me mandar o nome certinho, a editora, essas coisas. Vai que eu compro o livro errado...- eu tenho que ser convincente, porque algo me fez querer estar perto dela, mas não sei ainda o que é.

Pego meu telefone e dou na mão dela, que me olha, confusa.

- Pra você anotar seu número...- falo, dando um meio sorriso.

- A tá. - ela responde, meio desconfiada, mas anota o número e noto suas mãos meio trêmulas. - Aqui. - ela me passa o aparelho, mas evita me tocar. - Agora eu já vou. Bom dia!

- Boa aula, morena! - falo, enquanto a vejo sair quase correndo em direção à escola.

Eu não sei o que foi isso, esse tremor, esse choque que pareceu acender meu corpo e aquecer meu coração, mas com certeza essa menina está mexendo comigo de um jeito diferente...mas porquê? Seja lá o que for, ela também sentiu, e ficou assustada.

Dou um longo suspiro e entro no meu carro. Hoje o plantão começa às 9 da manhã, então eu posso passar numa livraria e ver se encontro o que preciso.

Pego meu telefone e vejo o número da morena, e pra minha surpresa, ela salvou com o nome dela, Maria Eduarda.

- Maria Eduarda..- falo, sorrindo ao ver que o nome combina com ela, a morena mais brava e linda que eu já vi.

Resolvo mandar uma mensagem. Sei que ela acabou de sair, mas se pudesse, eu ficaria horas conversando com ela, vendo aqueles olhos intensos, a boca rosada, o rostinho de boneca, aquele cabelão cacheado que, minha nossa, eu só consigo imaginar meus dedos enroscados naqueles cachos...puta merda, eu tô ferrado!

Esfrego as mãos no rosto, rindo de nervoso. Pego o telefone e digito devagar, procurando as palavras certas, pra não parecer desesperado e assustar a menina, mas só de pensar nela meu coração tá acelerando...que doideira é essa? Eu não sou assim, nunca fui.

Respiro fundo, uma, duas, três vezes, e digito:

Oi, sou eu, o carinha que detonou seu livro e que, segundo uma morena muito brava e linda, tenho problemas de visão.rsrs

Se puder, me manda as informações do livro. Vou passar pra comprar agora e te entrego amanhã, antes da sua aula, o que significa que vou ter o prazer de ver sua carinha de brava novamente.

Aguardo sua mensagem. Bom dia morena!

Ah, antes que eu me esqueça, eu me chamo Guilherme. E eu amei seu nome, Maria Eduarda...

Um beijo!

Pronto! Enviei logo, antes que eu mude de ideia. Ficou meio brega, eu admito. Logo eu, que sou o rei das cantadas mais baratas e que, por incrível que pareça, dão super certo. Agora tô aqui feito um idiota esperando uma mensagem inocente, com dados sobre um livro, de uma menina que eu conheci ontem e queria me esganar...oh ironia.

Meu celular apita e eu logo abro a mensagem.

Oi, Guilherme, também gostei do seu nome, combina com você, playboy!

Bom, tirei um print da capa do livro e já te enviei.

Obrigada, e bom trabalho pra você, doutor!

-Só isso? -resmungo, encarando a tela do celular, frustrado. - Nem um emoji? Meninas adoram mandar emojis não é? Nem, um beijo pra você também? E ainda me chamou de playboy de novo? Aff!!-reviro os olhos e bufo, frustrado.

Porque ela não se derreteu como as outras? A primeira garota que mexe comigo tinha que ser difícil?!

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