Capítulo 5

Maria Eduarda

Acordar às 5:30 da manhã todos os dias...porqueeee???

Essa é a minha rotina. Acordo super cedo, faço minha higiene, arrumo meu cabelos, me visto, tomo café e bora pro ponto de ônibus, esperar minha condução que passa às 6 da manhã.

É mais de uma hora, da minha casa até a escola. Ainda bem que a aula só começa 7:30, então dá tempo.

Mas ontem eu me atrasei, e só iria entrar no segundo tempo da aula, isso se o sr. Playboy não tivesse me dado um banho..Argh! Dá raiva só de lembrar daquele mauricinho, loirinho, todo engomadinho, vestido de branco...peraí...

Vestido todo de branco? Será que o carinha é médico?

Ok, isso não me diz respeito. Desço do ônibus e caminho pela calçada, até alguém entrar na minha frente, me fazendo parar.

Ergo os olhos, pois até então estava olhando pro chão, e dou de cara com aqueles olhos verdes me encarando...Caramba! É o playboy!

- Bom dia! - ele diz, dando um leve sorriso...e que sorriso! os dentes branquinhos, todos alinhados...

- Bom dia! - respondo, sem desviar o olhar.- Você está bloqueando minha passagem. - falo, erguendo a sobrancelha.

- A intenção é essa. - ele me encara de volta.

- Ok, senhor playboy, eu preciso ir pra escola, então será que você poderia me dar licença? - reúno toda a minha paciência e falo calmamente, mesmo que minha vontade seja arrancar esse sorrisinho irritante dessa carinha linda.

- Não tô a fim.- ele dá de ombros. - Pelo menos até resolvermos nosso problema.

- Escuta aqui, garoto...- eu estreito os olhos. - Eu não tenho nenhum problema pra resolver com um carinha irritante, que destruiu meu livro, me fez perder a aula por estar encharcada e ainda está na minha frente com a Clara intenção de me fazer perder o tiquinho de paciência que me resta. - falo, sentindo meu rosto esquentar de raiva.

- Você é sempre brava assim? - ele me analisa. - Como cardiologista, eu digo que isso não faz bem pro seu coração, morena.

Morena? Que intimidade é essa? Eu reviro os olhos e estou prestes a desviar e seguir pelo acostamento mesmo, mas o carinha é insistente e dá um passo pro lado, me impedindo de descer da calçada, que por sinal é bem estreita.

- Bom..- ele continua.- Vamos fazer assim, eu pago pelo seu livro e você nunca mais me vê, ou, você continua com essa marra toda e eu vou ter que vir aqui todos os dias, até você aceitar que eu compre outro livro. - ele me olha, desafiador. - E aí? Como vai ser?

- É sério isso? - sorrio, debochada. - Deixa ver se eu entendi...- tombo o rosto de lado. - Você paga meu prejuízo, que você e sua cegueira causaram..- ele dá aquele sorrisinho de canto de novo. droga de sorriso que me deixa estranha. - Enfim, você paga o livro e eu me vejo livre de você pro resto da vida ou eu compro com meu suado dinheirinho e você vem me encher a paciência todo santo dia? - finjo pensar. - Essa é mole! O livro é de química, terceiro ano, e tem à venda num site que eu mesma posso te indicar, daí você pede pra entregar na escola. Viu? Estamos livres, let it go, como diria a Elza! - eu jogo os braços pra cima, imitando a personagem do filme e ele dá uma gargalhada gostosa de ouvir...

- Você curte Froozen?!- ele segura a risada.- Eu deveria imaginar...

Eu dou um longo suspiro, enquanto enrolo um cachinho do meu cabelo, fazendo cara de tédio.

- Já terminou com a zoação?

- Ok, ok, desculpa! - ele ergue as mãos. - Então me manda o nome do livro, que eu compro e trago pra você.

- Não precisa se dar ao trabalho de trazer, eu já disse. Manda pra escola que eu pego na direção.

- E perder a chance de ver sua cara bravinha logo cedo? Mas nem pensar! - ele sorri novamente.

- Ok. Eu vou anotar pra você...- tento pegar o caderno na mochila, mas ele me impede, tocando minha mão.

E nessa hora, eu senti, eu juro que senti, uma sensação estranha se espalhar pelo meu corpo, como se começasse um formigamento exatamente onde a mão dele me tocou, e se espalhasse pelo meu braço e me envolvesse.

Eu o olhei, sentindo aquela sensação estranha e ao mesmo tempo boa, que fazia algo em mim querer estar perto dele.

- Uau...- ele me olhou, ainda com a mão no meu braço. - Você sentiu isso?

Eu o encarei, confusa e assustada, porque eu já toquei em outros garotos, tipo abraço, aperto de mão, mas nunca senti algo nem parecido antes.

- Pensei que só eu tinha sentido... - falei baixinho, afastando meu braço, receosa. -

- Não, morena. - ele me encarou com tanta intensidade, que parecia ver tudo dentro de mim. - Eu também senti...e acredite em mim, um nunca senti nada parecido.

Nós ficamos nos olhando, como se não conseguíssemos desviar o olhar um do outro, como se um imã nos puxasse e nos prendesse naquele momento, naquele olhar.

Foi surreal...

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Comments

Jandira Conceicao

Jandira Conceicao

maravilhoso!!Olha a borboleta 🦋 no estômago aí meninas para quem nc centiu!!!!!

2024-05-10

0

M Cristina Cristina

M Cristina Cristina

Let It good ,essa frase não é da Dora a aventureira?

2024-05-08

0

Josanice Barbosa Vanderlei

Josanice Barbosa Vanderlei

Eu aqui imaginando eles se encarando 🤭🤭🤭🤭🤭

2024-04-30

3

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