04 - O Soldado Italiano

O despertador toca e Vicenzo acorda. Ele passa a mão no rosto, após despertar.

Boceja e olha para as duas mulheres nuas em sua cama, uma em cada lado. Ele dá o seu sorriso cafajeste e bate na bunda das delas.

— Buongiorno, putanas! Hora de ir embora, hum?

— Não, eu quero ficar. — uma delas diz, com a voz manhosa.

— Eu também não quero ir, está muito cedo, Vi. — a outra diz com a voz mais manhosa ainda.

Ele se levanta, nu, e vai em direção ao banheiro da suíte. Antes de entrar, sem olhar para as garotas, diz:

— Daqui a quinze minutos mama estará aqui. E ela não gosta muito de putanas. Papa me disse que ela esfaqueou uma e a jogou da escada, só para ter certeza que morreu.

As garotas dão um pulo da cama, e enquanto isso,Vicenzo entra no banheiro e toma uma ducha.

Quando ele volta, o quarto estava vazio.

Vicenzo sorri com deboche, pensando que era bem fácil espantar as putanas, e após começa a se vestir. Ele veste o seu uniforme militar e se olha no espelho, orgulhoso de sua farda. Aquele seria o primeiro dia que viveria o seu sonho de verdade.

Alguém bate na porta e ele vai atender, era Fabrízio, o seu pai. Que era durão, mas na frente do filho não conseguia manter a pose. Ele imediatamente abraça o filho.

Fabrizio Montanari

— Bambino, papa está orgulhoso de você. — ele chega, esbravejando.

Fabrízio continuava um Italiano fervoroso, e a idade só o fez bem.

— Não sou mais um bambino, papa! — Vicenzo retribui o abraço, dizendo que não era mais um bambino, mas ciente de que ele sempre será o bambino do papa dele.

— Io e tua madre, estamos aqui, de prontidão para agir se as coisas derem errado, hum?! — Fabrizio diz, com a tua corriqueira cara de malvadão.

— Vou voltar sem nenhum arranhão, papa! — Vicenzo diz, dando um tapa nas costas do pai.

De repente, Vic aparece, e ao ver o filho fardado, fica orgulhosa. Ela o criou para ser um homem forte, que ninguém poderia pisar e agora ele estava ali mostrando a ela que era um homem forte e determinado.

Ela também abraça o filho em um abraço que só uma mãe poderia dar, mesmo que ele estivesse se espelhando nela, em sua carreira, ele estava indo para uma guerra, onde tragédias poderiam acontecer.

(Vic) Victoria Montanari

Após ela dá um soco no peito dele e aponta o dedo para ele, dizendo:

— Garoto, é melhor você me voltar sem nenhum arranhão. Porque se alguém encostar um dedo em você, eu mesma vou lá encher de bala o cü daqueles filhas da puta!

Vicenzo sorri, pensando que aquilo era bem algo que sua mão diria e sabendo que ela estava falando sério.

— Essa é a minha guerra, mama! A signora já fez muito por mim e agora, me deixe seguir os meus próprios passos.

— Figlio, io e tua mama trouxemos um presente para você. — ele oferece a Vicenzo uma caixinha, a qual ele aceita e abre.

Quando Vicenzo abre, vê que na caixinha continha uma faca, com detalhes banhados a ouro. Ele verifica a lâmina e percebe como era boa e afiada.

Claro que Fabrizio, como um especialista em facas, daria ao filho uma de excelente qualidade.

Vicenzo sorri e abraça o pai com um braço e a mãe com outro.

— Adorei o presente! Vou sangrar muitos figli di puttana com essa faca!

Acontece a despedida, todos da família estavam apreensivos com a partida de Vicenzo, seus pais, tios e primos foram todos em comitiva para o aeroporto, acompanhá-lo, fazer suas últimas despedidas e lhe dar os seus desejos de que volte bem de sua jornada.

Vicenzo desembarca em Moscow, Rússia, e logo se encaminha para a base militar, para se apresentar.

 No mesmo dia, ele pega um avião cargueiro, com os companheiros, para desembarcar na fronteira da Rússia com a Ucrânia.

— Ei italiano! Está se cagando de medo?! — um de seus companheiros, o provoca.

Vicenzo sorri, pois medo era a última coisa que sentia. Na verdade ele queria entrar logo em combate.

— Vamos apostar? Eu aposto que mato mais que você! Quem perder vai nadar no lago congelado, depois das montanhas!

— Eu nunca perco uma aposta, bastardo! 

— Ei , vocês dois! — o capitão, ouvindo a troca de conversa, se aproxima — São muito corajosos, não é? Já que querem competir, aceitam uma missão de infiltração ou vão dar para trás como dois covardes?

— Eu aceito, senhor! — Vicenzo dá um passo pra frente, com o peito estufado. Ele realmente estava louco para uma ação.

O outro soldado, hesita um pouco e todos o olham, esperando uma resposta. O capitão sorri com deboche e após diz:

— Parece que o amigo aqui não vai matar tantos, como diz. Está decidido, ele vai para a missão com você, italiano. Se algo der errado, deixe ele para trás como isca.

Todos sorriem do soldado que se sente humilhado.

Até é compreensível o seu medo, lutar junto aos seus companheiros é uma coisa, mas uma missão de infiltração era algo muito mais arriscado.

Vicenzo não tinha medo, pois já tinha feito missões se infiltrando no território inimigo, na máfia, junto com seu pai. Ele estava convicto que completaria com sucesso.

A missão era se infiltrar em uma base militar Ucraniana, implantar uma bomba e sair de lá a tempo, antes que ela explodisse.

Vicenzo, comparado ao rapaz era um homem grande e robusto e por isso ficou responsável por dar cobertura enquanto o amigo implantava a bomba.

Eles foram deixados sozinhos em certo ponto e seguiram pelas matas, até encontrarem a base. O companheiro de Vicenzo estava visivelmente com medo, mas ele tentava lhe acalmar, lhe dizendo que se algo desse errado, poderia contar com ele para salvá-los.

Eles chegam na tal base militar, que ficava em uma região rural da Ucrânia. Vicenzo, com suas habilidades, facilmente conseguiu se infiltrar, agora só faltava o seu companheiro implantar a bomba.

Porém, na hora de fazer o seu trabalho, o companheiro de Vicenzo ouviu passos dos soldados Ucranianos e se assustou. Ele saiu correndo com a bomba na mão e derrubando tudo ao seu redor, chamando a atenção dos inimigos.

Aquele foi um momento de tensão, pois naquela hora Vicenzo percebeu que deveria lutar sozinho contra dezenas de inimigos.

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