Lizandra era uma mulher independente, perto de fazer 26 anos, ela era dona de si e determinada, era muito difícil algo a abalar. Seus pais a amava e seriam capazes de qualquer coisa para que a filha fosse feliz.
O sonho deles era que Lizandra conhecesse alguém e se apaixonasse, gostariam de vê-la casada e quem sabe lhes dando netos, assim como foi com Elizabethe, a filha mais velha.
Apesar dos seus pais sonharem em vê-la casada, Lizandra sonhava continuar solteira e curtindo o que a vida pudesse lhe oferecer, gostava de se sentir livre e com o coração aberto a pequenas paixões.
Estava arrumando as suas coisas para a sua mudança, depois de quase 26 anos iria cortar o cordão umbilical, como ela disse aos seus pais quando conversou com eles sobre a sua mudança. A princípio, eles foram contra a filha mais nova sair de casa com o intuito de morar sozinha, mas ela tinha o seu jeitinho para os convencer, mesmo tendo que ouvir recomendações por quase uma hora.
— Veja bem dona Lizandra, você vai fazer 26 anos mas parece uma adolescente desvairada, cidade grande não é como aqui no interior.
— Mamãe, eu sou adulta e sei me cuidar.
— Sabe tanto que se não fosse seu pai para te livrar daquele louco que você chamou de namorado, você tinha levado uma surra.
— Antes dele me encostar a mão eu o mataria...
— Verdade, acredito que você faria isso mesmo já que é tão doida. E agora estaríamos te visitando na cadeia, pois nem dinheiro para pagar advogado temos.
Lizandra revira os olhos, voltando a arrumar as suas roupas na mala.
— Nada de vestir esses seus shorts curtos na cidade, lá tem homens e não bodes, carneiros e bois como aqui no sítio. — A mãe puxa um short das mãos da filha — Veja se isso é tamanho de short, com essa bunda enorme que tem, isso aqui só serve para chamar mais atenção para o tamanho dela.
— Deixe a minha bunda mamãe, a senhora também devia chamar a atenção quando nova, devia ser chamada de gostosa. — Lizandra abraça a mãe implicando com ela por saber que se pareciam.
— Olha o respeito menina, eu sou sua mãe.
— Não está mais aqui quem falou. — Lizandra dá um beijo no rosto da mãe. — Eu vou sentir saudades, é a primeira vez que vou ficar longe da senhora e do papai.
— Vai por que quer...
— Eu preciso ir mamãe, não me formei para ficar dando aula em uma escola de interior. Eu quero ir mais longe — Ela sorri — Quem sabe quando eu me aposentar eu volte a morar em um sítio e me torne diretora de uma escola de interior.
— Filha eu só peço que você tenha cuidado, não se envolva com qualquer um, não confie tanto nas pessoas e tenha juízo.
— Pode deixar mamãe, eu não vou namorar qualquer um...
— Eu não digo para não namorar, eu quero que encontre alguém para formar a sua família.
— Nem sonhe em eu me tornar como Beth, casada e com três filhos, nem em sonhos.
— Não quero que seja uma velha solteirona.
— Mas se conforme em ter uma filha solteirona e namoradeira — Dona Amélia bate na filha com o short que ainda tem nas mãos — Mas não se preocupe não serei mãe solteira.
Lizandra fala rindo, fugindo da mãe que vai atrás dela sem querer rir para não dá confiança.
Lizandra desde que nasceu mora no sítio com os pais, seus pais criavam de tudo um pouco, eram porcos, cabras, vacas, patos galinhas e perus, isso fora os animais domésticos, como 2 gatos que se chamavam Sol e Lua, e três cachorros vira-latas Max, Bob e Luna.
O sítio fornecia leite para algumas pessoas da região, principalmente o leite de cabra. Eles tinham uma vida simples, mas eram felizes. Cultivavam os seus alimentos e tinham uma vida saudável. Lizandra adorava tomar banho na chuva e nadar nua no rio que passava por dentro do sítio, as águas eram claras e transparente e como eles não tinham trabalhadores no sítio ela se banhava sem preocupação, o seu pai só tinha um ajudante que o ajudava nos serviços mais pesados, mas agora eles teriam que contratar uma outra pessoa para ajudar nos afazeres, já que era Lizandra quem cuidava dos serviços mais leves, como alimentar os porcos, e as aves.
Ela nunca reclamou por ajudar os pais, ela também ordenhava as vacas algumas vezes, assim como as cabras. Ela costumava usar seus shorts e suas botas, e um chapéu que o pai havia dado a ela, sua mãe sempre reclamava quando a via vestida com os seus shorts, só não implicava mais pois não havia homens no sítio para olhar para uma bunda que costumava chamar a atenção.
Lizandra era baixinha, tinha os cabelos ruivos no meio das costas e os seus olhos eram cor de mel, quando ela estava com raiva eles escureciam e só existia uma pessoa que os deixava sempre muito escuro, o seu cunhado Davi.
Beth era a irmã mais velha de Lizandra, era casada com Davi há quase dez anos, eles tinham três filhas, as três marias como diziam, Maria Eduarda com 8 anos, Maria Luíza com 5 anos e Maria Clara com 2 anos. Beth era a melhor amiga de Lizandra, não havia segredos entre elas e mesmo depois que Beth se casou elas não se separaram.
Beth ja morava na cidade e foi ela quem ajudou Lizandra a conseguir um emprego na escola das filhas, só não seria no mesmo horário em que as filhas estudavam.
Lizandra iria trabalhar em um bom colégio e seria uma ótima oportunidade para Lizandra crescer profissionalmente, já que a única experiência que tinha era dá aula numa escola primária no interior.
Lizandra se sentiu muito feliz quando a irmã ligou avisando do trabalho, depois da entrevista e de sua contratação, precisou de uma semana para organizar toda a sua vida. Decidiu não morar na casa da irmã como foi proposto, por isso o seu pai lhe ajudou a alugar um apartamento, teve sorte em consegui um apartamento mobiliado por um bom preço e não ficava longe da escola onde iria trabalhar.
Ela já tinha o seu próprio carro, além de ter algumas economias, pois apesar de ganhar pouco onde trabalhava, não tinha despesa em casa, já que o seu pai nunca deixou as filhas judarem financeiramente em casa, dizia que a renda do sítio era para sustentar a família.
Já com tudo no carro chegou a hora das despedidas.
— Filha, o seu pai sempre estará aqui para te ajudar. Se algo acontecer não pense duas vezes, volte para casa ou me chame para eu te ajudar.
— Te amo papai. Eu espero que vocês possam me visitar em breve.
— Não gosto da cidade, você sabe disso, mas essa casa sempre será a sua casa.
Eles se abraçam e Liz sente o seu coração apertar já sabendo da saudade que irá sentir.
— Tchau mamãe, eu amo a senhora e não quero que fique preocupada comigo. — Liz dá um beijo no rosto da mãe — Eu prometo que vou me cuidar.
— Vai com Deus minha filha, e não esqueça de nos avisar quando você chegar. — Amélia abraça a filha mais uma vez e não consegue deixar de chorar.
— Ah! Mamãe, eu vou vir te visitar sempre que eu puder, e nas férias vou vir cuidar dos bichos — Ela fala rindo e chorando — Se cuida mamãe e não se esforce muito.
Eles se despedem e Liz segue feliz, mesmo sabendo que irá sentir saudades de seus pais e da vida que sempre levou, sabe que é necessário ir, sente que precisa voar, sempre esteve conformada com a vida que levava no sítio, indo trabalhar até mesmo de bicicleta as vezes, ela gostava de lidar com as crianças da região, mas ela queria ir mais longe. As suas asas já existiam mas lhe faltava oportunidade de alçar voo.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Ana Ribeiro
1/1/2025 começando a ler a terceira história. Adorei Minha melhor escolha e Escolhas!!! Parabéns Dynha 👏👏👏👏👏
2025-01-01
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Di Rocha
simplesmente perfeito arrasando como sempre 😍👏🏻👏🏻
2025-03-21
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Débora Simão
começando ler hoje 26/03 /2025
2025-03-27
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