Glória estava em seu apartamento, estava pensando no filho Raul, ela já tinha ligado para ele, pois sabia que ele estaria triste por ser a data de aniversário de Cecília, a sua falecida esposa. Ela quis ir para casa dele, mas ele pediu que ela não fosse, pois, ele teria que aprender a conviver com a ausência daquela que ele mais amou.
Em todas as datas comemorativas ele se sentia triste e abatido, Raul ainda não tinha aprendido a suportar a dor da saudade.
Era mais forte que ele, a dor o sufocava e fazia o seu coração doer.
Como mãe, Glória sabia que era difícil para ele suportar essas datas, ela sempre esteve com ele nesses momentos, mas desde o aniversário de três anos de Pedro que ele quis enfrentar a dor sozinho.
O primeiro aniversário de Pedro, ele ficou na casa da avó, Glória fez um bolinho para ele e cantou parabéns para o neto, tendo a irmã Betina ao seu lado. No segundo aniversário ela fez a mesma coisa, mas dessa vez, dois dias depois ele ganhou uma festinha que o pai organizou, ele convidou alguns amigos com filhos e assim ele enfrentou o primeiro aniversário do filho. No terceiro ele optou por ficar com os filhos, dois dias depois ele os levou para fazer um piquenique, levando até um bolo para cantar parabéns, no piquenique Glória estava presente e foi assim que comemoraram o aniversário de três anos de Pedro.
Betina sempre tinha um bolinho no dia do seu aniversário, pois Cecília fazia questão de comemorar o aniversário da filha no dia certo. Cecilia curtiu a filha o quanto pode, já que durante a gravidez de Pedro ela não podia mais pegá-la no colo, mas ela fazia questão de fazer a filha dormir ao seu lado enquanto lhe contava uma história. Betina foi muito amada por sua mãe, e sentiu muito a sua falta quando ela partiu.
Glória nunca deixou de apoiar o filho quando ele estava triste, por saber que ele ainda sofria pela morte de Cecília, ela sabia o quanto eles se amavam e o quanto eles eram unidos. Cecília era uma jovem doce e carinhosa, sempre muito calma e prestativa, por vezes era até mesmo tímida, mas isso só a deixava ainda mais encantadora, Glória sempre teve imenso carinho por ela, seus pais moravam em Portugal e no Brasil Glória fez questão de se tornar uma mãe para ela.
Ela sempre gostou da sua nora desde quando a conheceu, ela pode ver que o sentimento que ela tinha por seu filho era verdadeiro e o quanto ela o fazia feliz. De Cecília ela só não gostava da prima Helena.
Helena era uma prima de Cecília que sempre demonstrou ser uma pessoa mesquinha e egoísta, Glória sempre a detestou por ser invejosa e fingida, se Raul não amasse Cecília com certeza teria a traído com Helena, pois essa não conseguia esconder o seu interesse pelo marido da prima e algumas vezes chegava a se insinuar para ele, demonstrando o quanto era vulgar e desprezível.
Mesmo ela se oferecendo em uma bandeja, Raul só tinha olhos para Cecília e por vezes nem percebia as investidas da prima invejosa.
Quando Raul ficou viúvo foi a chance dela se aproximar dele, se aproveitando da sua fragilidade para se fazer de amiga e conquistá-lo.
Glória sempre tentava afastá-la, mas Raul parecia não ter notado as intenções da "prima".
Quando completou um ano que Cecília se foi, Glória decidiu encontrar uma nova esposa para o seu filho, ela não queria correr o risco de Raul se casar com uma mulher sem escrúpulos, ela seria capaz de aceitar currículo para uma candidata a noiva de seu filho, mas ela jamais poderia aceitar que Helena fosse a sua nora. Glória não queria que Raul ficasse com Helena, pois sabia que ela não gostava das crianças, fingia gostar apenas para agradar o pai delas, pois o seu único objetivo era conquistar Raul.
Talvez a intenção de Glória não tenha surtido bons resultados, pois de tanto ela apresentar pretendentes ao filho e dizer que ele precisava seguir em frente, Raul um dia confessou a ela que estava namorando Helena. Esse foi o pior dia para ela, pela primeira vez ela discutiu com o filho depois da morte de Cecília.
— Eu não acredito que você está com aquela cobra.
— Mamãe, a senhora mesma disse eu precisava encontrar uma pessoa, vivia me apresentando essas mulheres que surgiam não sei de onde.
— Mas essa Helena não quero como minha nora, ela é intragável, além disso ela não gosta de meus netos.
— Helena é uma boa pessoa, e ela ama as crianças, eu entendo que deve ser difícil para ela lidar com duas crianças pequenas.
— Filho, ouça a sua mãe, essa mulher não presta, ela não é Cecília, elas eram primas mas são como o mel e o fel.
— Ninguém é como Cecília, igual a ela nunca vai existir. Assim como nunca haverá alguém que conquiste o meu coração como ela.
— Filho, escute a sua mãe...
— Eu só queria que a senhora soubesse por mim.
Assim o tempo foi passando e depois de três anos que Cecília faleceu Raul ainda estava namorando Helena, não tinha pretensão de casar, mas pelo menos ele tinha alguém para dormir em sua cama, sem precisar ficar com uma e com outra.
Helena não exigia nada dele, parecia estar satisfeita com o relacionamento deles, eles conseguiam se entender da forma que estavam vivendo. Ela costumava dormir em sua casa as vezes e as crianças aceitavam, mesmo que ela não os tratasse como filhos ou algo parecido. Era sempre ele quem cuidava dos dois, mesmo quando ela estava na casa dele. Betina não fazia questão de esconder que não gostava dela, mas ela respitava o pai por tê-la como namorada.
Quando saiam juntos, não parecia ser uma família, pois era Raul quem cuidava das crianças, ela era apenas a namorada, e não fazia questão de ser diferente. Raul não se importava, ele gostava de cuidar de seus filhos e Helena não os tratava mal, ela apenas não era uma pessoa que alguém pudesse confundir como a mãe das crianças, ela nunca os abraçou, nem mesmo os pegou no colo, o máximo que havia feito foi empurrar o carrinho de bebê enquanto Pedro dormia nele. Betina nem mesmo a chamava de tia, era apenas Helena e na ausência do pai a chamava de bruxa.
Betina sabia que Helena não gostava dela e nem de seu irmão, se havia sentimento por alguém era apenas por seu pai. Betina não implicava com o relacionamento deles porque o pai nunca os deixou em segundo plano, ele sempre os tinha como prioridade e isso ela acreditava que Helena nunca pudesse mudar.
Não conseguia se lembrar da mãe, era muito pequena quando ela virou estrelinha como o pai havia lhe dito, mas ela sempre olhava as fotos dela, inclusive tinha uma em seu quarto, assim como no quarto de seu irmão. O pai sempre lhes falava algo sobre ela, e lhes dizia o quanto ela os amava, e mesmo longe ela sempre estaria com eles.
Betina uma vez chorou muito por querer uma mamãe, Raul a abraçou dizendo que nunca ninguém poderia substituir a mamãe dela, e ele faria o possível para que essa falta que ela tinha da mãe ele pudesse amenizar com o seu amor por ela. Nesse dia ele levou os filhos para dormir em sua cama com ele, e desde então sempre que os filhos pediam ele deixava os dois ficar com ele em seu quarto.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 55
Comments
Anonymous
Por quê essas cobras aparecem para estragar as estórias. Eca!
2025-03-24
0
Sonhadora
Em toda história sempre tem uma cobra 🐍 peçonhenta no caminho 🤦🏻♀️
2024-12-24
1
Jurupeca
Helena era apenas conveniente.... mas ela aceitou e forçou a barra pra isso.
2024-12-16
1