Segui o médico até um quarto, ele retirou o sangue para análise, explicou que o exame demoraria cerca de uma hora para sair o resultado e pediu para aguarda. Assim que o médico saiu, o silêncio tomou conta daquele quarto. Eduardo estava sentado em uma poltrona olhando para mim e rodando a aliança que não tínhamos ideia de onde conseguimos.
— Você parece incomodada. — Eduardo disse parecendo entediado.
— Deixe eu ver se tenho motivos, viajei para o outro lado do mundo, nem sequer passaporte eu tenho, o que quer dizer que estou aqui de forma ilegal. Se pedirem meu passaporte posso sai daqui direto para prisão. O fato de ter sido drogada, estando grávida, podendo colocar o meu filho em risco, não anda me agradando muito. E algo me diz que nada disso deveria ter acontecido, que foi alguém aprontando com você. É a única explicação. — Desabafei. Eu queria gritar, chorar. Ao mesmo tem que queria me manter calma, para não fazer mal ao bebê. O que eu estou dizendo. Eu droguei a criança. Já comecei errado a maternidade.
— Possivelmente. Se todos nós fomos drogados, deve ter sido já mansão. Você e as outras meninas não consumiram nada na boate, certo? Algo que estava na nossa mesa? — Eduardo perguntou.
— Mas na sua casa foram diversos vinhos aleatórios, mesmo assim, eu não tomei em nenhum deles, apenas estava no suco de uva que você trouxe. — Acho que ninguém colocaria droga em todas as garrafas de vinho.
— Deve ter sido a comida então, o fondue. Talvez tenham colocado algo na carne. Já estava preparada. E como na maior parte das vezes eu chego com fome quando saio a noite, sempre ataco a geladeira. Foi você que preparou aquela carne? — Eduardo perguntou.
— Acho que não. No seu jantar tinha carne? — Não lembro de ter feito aquela carne que eu comi. E pensando bem, nem mesmo era o tempero que eu usava.
— Alguém fez. Tem que ser alguém que tenha acesso tanto a casa, como a cozinha. Que não teria nenhuma dificuldade em entregar e sair da casa. Só me pergunto quem faria isso e com que objetivo? — Eduardo se questionava olhando pela janela o movimento.
— Seu primo pode está envolvido. Eu não acho que ele vá parar apenas roubando sua noiva. Se quer mesmo a posição de CEO que você ocupada por enquanto, deve tentar destruir sua imagem de todas as formas. Para que não tenha sequer risco de você ainda ser um adversário para ele. — Pelo menos, assim que assisti nas novela coreanas, mas acho melhor não conta a ele que minha teoria vem de uma ficção. Vou ficar parecendo mais louco do que já costumo parecer.
— Você está certa. Então isso é um problema. Se ele tem alguém dentro da casa no seu controle, isso significa que tem um espião dentro da minha casa. Isso não é nada bom. Para piorar, não posso demitir todo mundo. A mansão é enorme. Nem se eu tentasse, conseguiria manter aquele lugar limpo sem todos os funcionários. — Eduardo parecia preocupado. Quem não ficaria? Não se sabe de onde pode vir o golpe.
— Que tal se mudar para um apartamento menor. Eu além de cozinheira, sou ótima empregada doméstica. Posso manter a casa minimamente limpa, com sua ajuda, claro. Assim, pode chamar alguém para limpar de 15 em 15 dias. Tenho alguma amigas de confiança que fariam isso. E quanto mais tempo alguém entrar no apartamento, menos risco você terá de ser traído. —Sugeri. No fim, eu era empregada dele de qualquer forma.
— Sabe que nos casamos, certo? Que você terá que morar comigo onde for. E não será mais minha empregada. Combinamos que você seria uma sócia ou uma espécie de prestadora de serviço. Sua função não é ser minha empregada doméstica. — Eduardo me alertou. E eu não tinha me dado conta. Eu queria que morar com esse homem? — Sério? Você pensou o quê? Que íamos nos casar. Que tudo continuaria o mesmo? Você morando com suas amigas, limpando e cozinhando para mim? Acorda! Tu casou com um dos solteiros mais cobiçados do país. Herdeiro da maior empresa do país. Sua vida mudou.
— Eu me casei com você, não quer dizer que eu precise mudar quem eu sou. Você disse que eu não iria precisar de ser eu mesmo. Apenas precisava ser sua esposa, como uma espécie de escudo. — Eu tinha me metido na mesma furada que fiz com Levi? Não tem condições.
— Não foi isso que eu quis dizer, devo ter me expressado errado. Você casou comigo, tem todos os direitos que qualquer esposa. Você não precisa se submeter aos afazeres domésticos e terá que morar comigo, somos casados afinal. Morar em lugares diferentes poderia causar problemas. Entendeu? Eu quis dizer isso. Eu não me importo se você quiser continuar limpando a casa, como minha cozinheira ou o que quer que seja. Só não quero está na posição de seu patrão. Pode acabar bagunçando ainda mais todo o processo. Será minha sócia e prestadora de serviço. Prefiro que passe o dia cuidando do restaurante do que limpando onde vamos morar. — Eduardo explicou.
— Isso é bem fácil de resolver. Você quer equilíbrio certo? Para que de forma alguma ninguém passe por cima de ninguém. Na teoria, você está prestando um serviço para mim, da mesma forma que estou para você. Ou seja, de certa forma, ninguém é empregado de ninguém. Porém, se vamos morar junto, em um apartamento pequeno, podemos dividir os afazeres e manter o lugar arrumado. Teremos só nós dois. Ao menos um apartamento podemos manter minimamente arrumado por 15 dias. — Sugeri.
— Quer dizer que seu plano é me colocar para limpar a casa? Sabe que nunca fiz isso já minha vida inteira, certo? Que sou herdeiro. Que posso jogar tudo fora e comprar novo. — Eduardo falou e eu tive uma crise de riso.
— Acho que entendi bem o motivo de seu avô ter deixado tantas regras, você e seu primo são dois mimados, que cresceram com tudo dado de mãos beijadas para vocês. Seu avô quer que quem venha assumir a empresa que ele cuidou com tanta dificuldade, valorize ela. Eu concordo. Então, se quiser que eu vá morar no mesmo apartamento que você, terá que dividir as responsabilidades domésticas comigo. — Foi uma espécie de armadilha. Eu tinha certeza que ele nunca aceitaria se colocar em uma posição de limpar a casa. Talvez ele nem saiba o que é uma vassoura. Não vou mentir que fui um pouco ingênua, estava óbvio que ao casar teria que morar com ele. Eu não sei o que eu estava pensando.
— Combinado. Se você consegue fazer isso trabalhando o dia todo no restaurante e grávida. Eu também devo conseguir. Não deve ser tão difícil. — Eduardo concordou me deixando petrificada.
— Você acabou de concordar em lavar a louça? Um banheiro? Colocar lixo para fora? Varrear a casa? Só para ter certeza que você entende sobre o que nós estamos falando. — Na minha cabeça, ele só podia está confundindo.
— Não, na verdade, você está certa. Se eu não conseguir cuidar da minha casa. Manter ela minimamente organizada, como poderei cuidar de milhões de funcionários que dependem da empresa para sobreviver com suas famílias. Eu farei meu melhor para conseguir fazer tudo. — Eduardo parecia animado.
— Você é imprevisível. — Fiz careta. Espera fugir, mas acabei presa em um outro plano dele.
— Não, eu tenho foco. E eu já sei por onde começar minha vingança. Se meu primo quer guerra, vamos ter guerra. Por sorte, eu tenho um novo contato jornalístico, que talvez queira saber de algumas fofocas exclusivas. — Eduardo sorria de forma maquiavélica.
— Você e Patrícia vão ser bons amigos. Eu pressinto isso. — Brinquei. Patrícia ama dar furo de reportagem.
— E eu e você? Podemos nos dar bem também? E você não quer conversar sobre o fato de acordar ambos pelados na mesma cama? — Eduardo me questionou. Eu tinha esquecido desse detalhe.
— Licença. Seus exames já estão prontos. Avaliei tudo. Você realmente também foi exposta droga. O bebê foi um pouco afetado pelo que pude notar. Vou colocar soro e tentar tirar a droga do seu organismo. Talvez você tenha que ficar um pouco mais aqui do que se esperava. Em meia hora volto para fazer outro exame no bebê. — O médico explicou antes de sair.
O médico foi saindo, Denise e Fábio estavam entrando. Pareciam ainda está brigando. Só não sei o motivo dessa vez.
— Porque vocês estão brigando? — Eduardo perguntou.
— Sua avó ligou. Ela está vindo para cá conhecer sua esposa. — Fabio responde parecendo sem jeito.
Eduardo perdeu a consciência na mesma hora. Eu não tenho ideia de quem é a avó dele, mas algo é certo, ela tinha uma moral. Já estou ansiosa para conhecer. Será que ela estará disposta a me oferecer um curso intensivo?
— Você está sorrindo? — Denise perguntou confusa.
— Um pouco. Ver um mimado desmaiando no chão por medo me causa uma alegria imensa. — Respondi rindo.
— Verdade, normalmente eles são tão mimados que não respeitam ninguém. — Denise gritou olhando para Fábio.
— Ah! Me deixa. Tu tem nem tamanho para ficar soltando indiretas. Agora me ajuda a colocar ele na poltrona. E você não deveria sorrir ainda. A avó dele é assustadora. — Fábio disse agachado levantando Eduardo.
— Pode me contar um pouquinho mais sobre ela? Talvez eu queria evitar mais confusões na minha vida. Quando a matriarca da família não gosta da esposa de alguém, a vida dela se torna um inferno. Eu quero ficar longe de problema. Já tenho o suficiente. — Expliquei para Fábio.
— Você anda assistindo doramas demais. — Denise alertou.
— Não, na verdade, acho que é o melhor mesmo. Dizem que ela infernizou tanto a vida da esposa do tio de Eduardo, que ela pulou de uma torre bem alta e morreu. — Fábio disse
— Tem como eu escapar dos estados unidos? Não tem como me deportar antes dela chegar aqui não? Posso sair gritando por aí que não tem passaporte.— Sugeri para eles.
— A coragem dela desintegrou rapidamente. — Denise concluiu.
— Você vai ser uma boa menina, ficar quietinha e aprender comigo. Vou te ensinar como fazer com que ela te ame. — Fábio disse animado.
— Eu duvido. Nem Patrícia que estava quase caindo na sua tua conseguiu conquistar. E olhe que já vi minha prima pegando cada filhote de cruz credo. E tu não foi capaz. — Denise soltou. Não sei se Patrícia vai gostar desse papo não.
— Para tu ver o seu nível. Ela não me quis, mas você estava dormindo nua em cima de mim. Então, me diz você, quem de nós dois é pior? — Fábio debochou. Denise estava ficando vermelha de ódio.
— Vocês podem ir brigar em outro lugar? Agradeço o convite. Se eu morrer, por favor, não vão juntos para meu enterro. Vou ressuscitar só para levar vocês comigo para o inferno. Por enquanto, preciso saber o que vamos fazer sobre a minha avó. Se ela não aceitar o casamento, tudo dará errada. — Eduardo explicou.
— Então precisamos montar um plano, para que tudo saia como esperado e ela veja apenas meus pontos positivos. Tenho que admitir que estou um pouco receosa. Até mesmo vocês tem medo dela. — Disse preocupada.
— Quer saber? Que se fod@. Se ela não gostar de você como você é, não vale a pena nada disso. Você prometeu para si mesma que não mudaria por ninguém ou nada. Que seria do seu jeito. Então, não vá mudar agora sua meta ou vai acabar se magoando. E não vale a perna. Se a velha não gostar de tu, problema dela. Significa que a família não te merece e a velha não sabe o quanto é bom. — Denise gritou olhando para a mim. Ela fez um alerta parecido quando troquei uma vez de roupa porque Levi não gostou.
— Pelo visto, eu não sou bem-vinda nesse quarto. — Uma senhora disse entrando no quarto.
— Vovó? — Eduardo gritou totalmente desnorteado. E eu só conseguia pensar: Fud3u.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Angela Moreira
Genteee fiquei com pena dá vovó, ao falar quê não era bem vinda mais acho vai gostar muitoooooo de Sabrina❤🤔
2024-11-18
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Vera Lúcia
eita lascou
2024-09-08
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Vó Ném
Vai gostar dela de verdade
2024-06-06
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